LOUCURAS DE AMOR – PARTE 5 - O CASAMENTO

Se você, caríssimo leitor, não está entendendo nada da série “Loucuras de Amor”, seus problemas acabaram. Sente-se direitinho, com boa postura e luminosidade, que a Ana Paula explica para você.

A série se iniciou com a proposta de fazer correlações entre o universo dos casamentos e os concursos públicos, uma analogia pouco usual, mas que vem dizendo respeito à minha realidade pessoal. Devo ficar noiva nos próximos dias (sim, muito feliz e sim, muito ansiosa), e, exatamente por isso, vocês devem entender o quanto o tema “casamento” está em meus pensamentos.

Casamento é uma coisa tão séria e tão pouco valorizada ultimamente que realmente quero fazer de minha etapa de noivado uma preparação deliciosa e importantíssima para o [belo] futuro que virá.

Do mesmo modo, os concursos públicos são uma realidade em minha vida e na vida de todos vocês, que acompanham o Blog “Concurseiro Solitário” diariamente. A esse projeto devotamos nossa vida, nossos horários diários, nossas tarefas mais importantes, nossos pensamentos, posturas pessoais, decisões e realmente é algo bem sério e profundo se dedicar ao estudo para concursos públicos e ninguém deveria fazer isso levianamente, ignorando todo um arcabouço de atitudes e responsabilidade que acompanha tal decisão. Assim como se casar, aliás.

O interessante é que esse tipo de planejamento (casamento/concursos públicos) implica em uma série de momentos, como qualquer projeto importante em nossas vidas, e devemos nos atentar a tais fases (pedido, contrato, dificuldades, vitórias, entre outros) e vive-las plenamente.

Estudar para concursos públicos não pode nos privar de enxergar as grandes verdades que nos são apresentadas pelo Universo. Não estamos sozinhos em nossa preparação e não precisamos ser solitários e carrancudos no ínterim de nossos estudos.

Não precisamos aumentar os graus de dificuldades (já inerentes) aos estudos e não precisamos sofrer. Ou que soframos, mas com a perspectiva de que o amor realmente é capaz de curar tudo (parte 4) e que estudar e casar-se com os concursos públicos é entregar uma “carta branca” a esse projeto, assim como um casal de jovens apaixonados faz no dia do casamento.

Não sabem o que significa essa “Carta Branca”?

Quando nos casamos entregamos ao outro cônjuge um papel em branco, simbolicamente, para que o outro possa escrever o que quiser nele, como que aceitando passar pela vida experimentando o inesperado e imponderável ao lado daquele que se ama.

Com os concursos públicos se passa o mesmo. Precisamos compreender que empreender esse projeto de aprovação é uma Carta Branca em nossa história, e através de doação integral (aos estudos), responsabilidade na tomada de decisões (que não pode ser leviana), seriedade de propósito (sem ser algo passageiro ou suscetível a mudanças por conta dos ventos fortes das dificuldades) e coragem para seguir em frente (ainda que com várias perguntas não respondidas), podemos sim chegar a tão sonhada posse (que, por motivos óbvios, comparo à lua-de-mel – sic).

Essa série pode ter parecido, aos olhos de alguns, uma tremenda bobagem, partindo da insanidade de uma mulher. Mas, como já disse várias vezes, peço licença poética a vocês para escrever textos intimistas vez ou outra, e para que considerem, sempre, que nossos sentimentos são nossas forças vitais na compreensão do mundo que nos cerca, inclusive no que diz respeito a suportar a rotina de estudos e o tempo árduo de preparação e aprendizado (vocês sabem, caríssimos, que a motivação é fator essencial na manutenção do nosso propósito de aprovação).

Pois eu espero, sinceramente, que percebam a realidade belíssima que é a valoração adequada da preparação. Eu noivo e me preparo. Espiritualmente e economicamente (sim, porque ninguém pode discordar de quanto tudo é caro ultimamente). Eu decido estudar e me preparo. Para o aprendizado, para realizar a prova dentro do tempo certo e não esquecer de preencher o gabarito, para adaptar minha rotina à minha realidade fática (filhos, trabalho, cursos, etc), para manter a sanidade mental nesse processo e para amadurecer.

Sim, para amadurecer e carregar em meu coração (e cérebro) - além das mais variadas disciplinas jurídicas ou não, e fórmulas de raciocínio lógico e termos de Informática e esquemas mnemônicos - a consciência de minha missão e vocação como servidor público, a responsabilidade pela consecução dos meus próprios projetos (não, uma mão invisível não fará a prova por você) e a firmeza de propósito de quem decidiu ser pleno naquilo que nasceu para ser e se prepara para isso. Assim como em um noivado e casamento.

E vocês poderiam dizer: __ Mas isso é romantismo demais! __ É uma bobagem nada prática e pouco densa! __ Onde estão as técnicas de estudo?!

E eu responderia que não se trata de romantismo, pelo contrário. Tomar consciência de que preparações são imperiosas, mas que dificilmente se parecem com aquelas dos contos de fadas é absolutamente realista sem deixar, contudo, de ter ternura (“Sim, devemos endurecer, mas sem a perder a ternura jamais” – Che Guevara).

Somente com uma bagagem emocional e sob a forma de consciência de propósito, as técnicas de estudo e todos os esquemas mnemônicos (sumamente importantes) fazem sentido e encontram eco em nossas rotinas. Tudo é uma questão de escolha e de estilo. Absolutamente tudo.

Espero, por fim, que essa singela e despretensiosa série sobre “Casamento e concursos públicos” tenha tocado a vocês, ao menos de alguma forma, nem que seja para fazer um ou outro leitor pensar em se casar com a namorada de longa data assim que for aprovado (sic).

Eu decidi me casar com um rapaz lindo que se chama Guilherme. E decidi devotar minha vida à construção de uma família com ele. Ao mesmo tempo, me decidi dedicar meu tempo, meus interesses, meus pensamentos e até meus momentos de lazer (é impressionante que, ainda que estejamos descansando, sempre encontramos tempo e alguém para conversar sobre concursos públicos, não é mesmo?) a esse projeto de aprovação e esse sonho que é ser servidora pública.

E não irei desistir mesmo que as dificuldades me assombrem e mesmo que pequenas derrotas ocorram. Porque sempre há vitória quando há firmeza de propósito e sempre é possível recomeçar a cada novo dia de estudo e cada prova que realizamos.

RESUMO DA ÓPERA - O que amadurece e ensina não é a concretização do objeto final, mas justamente o caminho percorrido até ele. E que seja fecundo e consciente, o caminho de cada um de vocês.

ANA PAULA DE OLIVEIRA MAZONI é concurseira por vocação.

IMPORTANTE - Os textos publicados nesse blog são de inteira responsabilidade dos seus autores em termos de opiniões expressadas. Além disso, como não contamos com um(a) revisor(a) de textos, também a correção gramatical e ortográfica é de inteira responsabilidade dos mesmos.

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