Loucuras de Amor – Parte 3 - Fechando os contratos

Que comecem os preparativos!

Depois de brindes, família reunida e juras de amor eternas, era hora de começar a pensar nos preparativos reais do big day!

E embora se possa pensar que a festa de casamento é uma bobagem, eles sabiam que não era e gostariam muito de oferecer algo bacana para os amigos e familiares.

Mas era tão difícil, tão caro e tão padronizado que precisariam de certo esforço para encontrar produtos e serviços de qualidade sem deixar de ser eles mesmos.

A grande maioria de nós, homens e mulheres, espera um casamento perfeito. E hoje me refiro à festa e à solenidade, embora a grande maioria de nós também queira uma vida de casados perfeita.

Os preparativos para o casamento perfeito podem ser um momento extremamente feliz e animado, mas realmente trazem consigo complicações, decisões difíceis, custos altos e muitos sacrifícios, financeiro e não financeiro.

Isso porque o casamento, hoje, é praticamente uma indústria e há muitos produtos e serviços que são oferecidos como “padrão” e que não, necessariamente, refletem a personalidade dos noivos e de suas famílias. Então alguns problemas são gerados. Ou é muito caro e sem qualquer bom gosto. Ou, embora financeiramente aceitável, não fica da maneira pensada e sonhada pelo casal. Então é preciso procurar. Muito. Fazer orçamentos, conversar com fornecedores, escolher e decidir.

Do mesmo modo a variedade é inacreditável. E os detalhes a serem pensados são tantos, que é difícil não chegar ao fim da preparação prática do casamento sem que se pense que já viu quase tudo nessa indústria que pode ser nada romântica. Aliás, depositar os 20% do contrato e ser avisado que em caso de desmanchar-se o noivado, o valor não será depositado de volta não é nada romântico.

Se preparar para concursos públicos é pensar em detalhes, tomar decisões difíceis, lidar com custos não tão baixos e fazer sacrifícios. Muitos sacrifícios. É entender, ainda, que a plenitude da aprovação e da posse só virá através do esforço do agora, como a consequência óbvia de um longo período de preparação.

E ao invés de decidirmos casar, delimitamos nosso foco de estudos, e ao invés de fecharmos contratos de “buffet” (porque afinal os convidados precisam ser alimentados!) – adquirirmos bons materiais, já que precisamos, e muito, nos “alimentar” de boas fontes de ensino e aprendizado.

E eu fico pensando. Quero muito um noivado e um casamento feliz. Quero que essa preparação que pode esgotar nosso patamar de decisões difíceis e chatas (além da nossa conta bancária) seja feliz, singela e absolutamente sensata. Que reflita meus sonhos, mas que reflita também minha personalidade.

E quero, igualmente, uma preparação para os concursos públicos da mesma maneira. Sei que os sacrifícios virão, mas sabem porquê não os percebemos com tanta clareza, ou nos esquecemos deles facilmente nos períodos de intenso amor e companheirismo? Porque temos uma mola propulsora mais interessante para pensar e sonhar. Temos os sonhos se concretizando, certo?

Uma festa bacana (embora possa se discutir se isso é mesmo o essencial – nem sempre eu entendo assim), uma casa nova – toda arrumadinha e pensada para o casal, a felicidade dos parentes e amigos ao compartilhar de nossa conquista, a lua-de-mel feliz e plena. Com tudo isso os preparativos do casamento (os não muito bons – porque também há ótimos – tratarei deles na parte 4) – se tornam histórias para contar após a festa.

Porque isso não poderia ocorrer com os concursos públicos? Porque precisamos pensar sempre em uma preparação que nos puxa para a intensidade dos sacrifícios e de tudo aquilo que é preciso superar? Hoje não. Hoje quero pensar e viver uma preparação deliciosa. Que me motiva. Que me inclui. Que me faz sonhar.

Aliás, assim como quero um casamento particular e que reflita minha personalidade, nossa preparação para os estudos deve ser individualizada e sem repetir, necessariamente, padrões já utilizados. Obviamente quando contratar um “buffet” para o casamento, se poderá pensar naquele que é mais elogiado e que já foi utilizado por alguém que conhecemos. E se você ouviu falar de uma técnica de estudos que funcionou para um certo número de pessoas, talvez deva sim levar isso em consideração.

Mas como, as vezes, o que funciona para um casal não funciona para outro, é absolutamente compreensível que uma técnica utilizada por um concurseiro não funciona para outro e este outro deve continuar procurando e vivenciando outras possibilidades, até encontrar a sua. A que reflita seu estilo de vida. E a que funcione para si mesmo. Sem pressão. Estudar é conhecer a si próprio. Nada mais natural.

Hoje, e não somente hoje porque isso é um exercício diário, quero estudar não apenas porque os rendimentos do cargo me serão absolutamente benvindos e sumamente necessário para a concretização dos meus outros sonhos, mas sim porque a felicidade da aprovação e da posse irá estampar um sorriso daquele nos meus pais, no meu namorado, nos meus amigos... porque eu sei que eles estão praticando suas atividades diárias, pensando e torcendo por mim ... porque eu quero fazê-los felizes, assim como eles me fazem ...

RESUMO DA ÓPERA - Mesmo que seja difícil. E que seja caro (e caro não apenas do ponto de vista financeiro, mas sim pensando que eu entrego nessa preparação tudo aquilo que me é caro – como meu precioso tempo, meus outros projetos, minha vinculação com aqueles que amo, meu querido sono, entre outros). E que seja demorado (que boa preparação não é?). Mas que seja para sempre, não é mesmo?

ANA PAULA DE OLIVEIRA MAZONI é concurseira por vocação.

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