Matérias exóticas

Como o futebol, concursos públicos são caixinhas de surpresa, não tenho mais dúvidas disso.

Para quem não tem formação superior em Direito, qualquer matéria da área soa meio estranha no começo, principalmente por conta do jargão e da lógica própria de funcionamento. Mas foi somente estudando para concursos públicos que tive de encarar matérias no mínimo exóticas, como arquivologia, gestão governamental e gestão de materiais.

Concordo que essas matérias têm, na maioria das vezes, tudo haver com os cargos para o qual concursos são organizados, mas não deixam de ser uma pedra no sapato de muitos candidatos por vários motivos:

- Por serem exóticas e nunca terem sido estudadas, são novidades e como toda novidade demanda tempo para ser estudada e assimilada, e tempo é um ingrediente escasso para os concurseiros, daí acaba se tornando necessário dar conta dessas matérias na correria, o que, quase sempre, significará estudo insuficiente.

- Matérias exóticas muitas vezes fogem completamente do ramo de formação de muitos concurseiros, que então têm dificuldade dobrada para estudá-las.

- O pior, no entanto, é a dificuldade em encontrar material de estudo para as matérias exóticas, saber se o material encontrado é bom ou não, encontrar questões cobradas em concursos anteriores, ter uma noção se o modo como se está estudando é o correto e mais eficiente.

Estou enfrentando esse problema nesse exato momento. Inscrevi-me no concurso do MPOG, para o cargo de Especialista em Políticas Públicas e Gestão Governamental, só que está sendo muito difícil encontrar material dessas matérias (Políticas Públicas e Gestão Governamental) que cubram todos os pontos listados no edital. Para a segunda até que está relativamente mais fácil de encontrar material, mas para a primeira está sendo muito difícil. Das apostilas que encontrei no mercado para esse concurso, nenhuma me pareceu cobrir essas matérias com a profundidade e amplitude que considero necessárias. Encontrei alguns poucos livros que cobrem pontos do edital e estou tendo de me virar com teses de mestrado e doutorado, artigos especializados e outras fontes pouco comuns. Ou seja, gasto mais tempo procurando material de estudo do que efetivamente estudando e como a banca é a ESAF isso está me preocupando, muito.

Há outras matérias exóticas em que á farto material de estudo ou mesmo que seja pouco é facilmente encontrado. Nesses casos as coisas ficam bem mais fáceis, pois não se perde tanto tempo procurando-os. O problema, porém, é decidir que material usar. Quando me deparo com situações assim, que não confio totalmente no meu discernimento para decidir qual o melhor material de estudo, procuro por discussões antigas (de dois ou mais anos) em fóruns concurseiros sobre o assunto, onde posso ter uma base do que usaram nos concursos anteriores e o que se mostrou mais eficiente.

Outro problema com matérias exóticas é a dúvida quanto ao seu peso na prova. Será que serão muito ou pouco cobradas? As questões serão mais fáceis ou mais difíceis? Será melhor dar muita, média ou pouca atenção para a matéria? Infelizmente não há resposta definitiva para nenhuma dessas questões. Na prova do TST, por exemplo, apostei que o Regimento Interno seria a bola da vez e estudei a matéria, que considero exótica, com vontade e determinação. Na hora da prova cobraram apenas algumas questões da matéria. Para a prova do STF será cobrado não somente o Regimento Interno do órgão, mas também seu Código de Ética. Daí surgem dúvidas. Será que a banca cobrará apenas algumas questões como fez na prova do TST? Será que será o contrário? Devo estudar muito, médio ou pouco essa matéria? O que fazer? Essa é a parte que menos gosto nos concursos públicos, a necessidade de apostar. Alguns concurseiros apostarão que será pouco cobrada e estudarão de acordo. Outros apostarão que serão muito cobradas e também estudarão de acordo. Qual a melhor estratégia? Só posso dizer que cada uma tem uma chance de 50% de ser a correta, alguns concurseiros se darão bem e outros se darão mal.

Resumo da ópera – Como se não faltasse dificuldades suficientes para estudar adequadamente as matérias, digamos, comuns cobradas nos concursos públicos, temos também de nos preocupar em estudar algumas matérias exóticas que as bancas fazem questão de incluir nessa guerra. Mas como bons soldados podemos apenas reclamar um pouco e fazer de tudo para dar conta de mais esse obstáculo colocado em nosso caminho para a vitória. E que vença o que apostar suas fichas na estratégia que se mostrar a melhor para vencer a guerra, afinal de contas, “aos vencedores as nomeações”.

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PERGUNTA DO DIA

O que você faz quando o edital pede o estudo de matérias exóticas, pouco comuns e que você nunca teve contato? Como você faz para driblar a dificuldade em encontrar material? Você as estuda como se fosse uma matéria comum ou dá mais atenção por nunca as ter estudado?
Essa pergunta deve ser respondida em nossa comunidade no Orkut. Basta clicar no homenzinho ai em cima (você precisa estar conectado no Orkut em outra janela de navegador para ser levado à página de resposta).

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MÚSICA DO DIA
É engraçado como no universo da música há extremos. Alguns cantores são conhecidos por dezenas das músicas que interprestou, alguns são esquecidos, outros serão sempre lembrados por uma música apenas. Esse é o caso do cantor inglês Billy Idol com sua inesquecível e sempre atual balada roqueira "Eyes without a face". Lançada em 1984, essa música chegou à quarta posição nas "10 mais" da Billborad. O clip dessa música também é antológico e merece ser assistidos, basta procurar no YouTube.

1 Response to "Matérias exóticas"

  1. Raquel says:

    Ih, matérias exóticas são comigo mesmo, rsrsrs. Estudo para um concurso em que três tópicos do programa são exóticos e que não são lecionadas na faculdade de Direito. Além disso, há pouco material disponível, o que representa uma dificuldade adicional.

    Minha estratégia tem sido estudar tudo por igual, ou seja, dedicar uma carga horária toda igual para todos os assuntos. Creio que isso possa dar certo.

    Raquel

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