Limitações geográficas - Quando a distância é um problema

Há concursos pelo Brasil todo, o ano todo. A maioria dos concurseiros procura as melhores oportunidades, ou seja, os concursos que combinem salário atraente, um programa de matérias “estudável”, um bom número de vagas oferecidas e uma possibilidade de baixa concorrência. O problema é que muitas vezes encontra tudo isso em um concurso que será realizado a milhares de quilômetro de onde mora, em um estado distante. Então, como diz o ditado popular “a porca torce o rabo”.

Basicamente temos três tipos de concursos em termos de, digamos, amplitude geográfica. Temos os concursos municipais, que são de amplitude local. Temos os concursos estaduais, que são de amplitude regional. Finalmente temos os concursos federais, que são de amplitude nacional. Os primeiros têm provas nos próprios municípios, logicamente. Os concurso estaduais, em sua maioria, têm provas somente na capital do estado, sendo que algumas vezes são realizadas provas também em algumas cidades maiores do interior. Já os concursos federais, que tecnicamente e legalmente, deveriam acontecer em diversas capitais estaduais pelo país afora, muitas vezes é realizado somente em Brasília, São Paulo ou no Rio de Janeiro.

Quando falamos de concursos municipais, não há muito do que reclamar. Se são concursos locais, quem estiver disposto a concorrer a uma das vagas oferecidas terá de se deslocar ao tal município para se submeter ao concurso e ponto final. O mesmo acontece com os concursos estaduais, que obrigam os candidatos a viajar para sua capital para fazer as provas, ou então para alguma cidade do interior quando é o caso.

O problema é com os concursos federais, que são realizados com mais freqüência, oferecem o maior número de vagas, o maior número de vagas e por isso são os mais visados. Já me cansei de ver discussões acirradas e reclamações inflamadas de concursos federais que têm provas somente me Brasília, Rio ou São Paulo, contrariando, inclusive, disposição legal. Só que isso acontece e enquanto não muda, devemos lidar com a situação da melhor forma possível.

Realmente prestar concursos públicos em locais distantes é complicado e caro. Complicado por conta do tempo que se gasta com preparativos (descobrir um hotel decente por um preço razoável na cidade de prova, o melhor jeito de chegar lá, ...), com a viagem em si, com o cansaço da viagem e por aí vai. Todo concurseiro que já viajou para uma cidade onde nunca antes havia sentado os pés sabe do que estou falando. Além disso, há os custos envolvidos. Fazer provas em locais distantes não fica barato por mais que se queira poupar. Some-se a tudo isso a concorrência brutal dos concursos públicos atualmente e temos uma receita explosiva de complicação logística, altos custos e chance grande de tudo ser em vão ao não conseguir aprovação.

O concurso do STF que será realizado em julho em Brasília é um bom exemplo desse problema. Esse é um concurso muito visado para cargos muito desejados, bom salário e matérias tranqüilas a serem cobradas em prova. Só que quem quiser concorrer a uma das vagas terá de ir a Brasília e é isso que está pegando para muitos concurseiros.

Eu, particularmente, abro mão de prestar muitos bons concursos por conta da distância de onde serão realizados. Não acho que valha a pena gastar em um único concurso distante o que gastaria para fazer três ou quatro concursos mais próximos. É a tal da fria questão de custo e benefício.

Dependendo do concurso, até vale fazer um esforço extra e bancar os gastos. E quando isso vale a pena? Quando você julga ter boas chances de aprovação. Vocês não imaginam quanta gente já encontrei em concursos em Brasília e que estão lá mais para fazer turismo, pois não têm condições nenhuma de concorrer a uma das vagas oferecidas no concurso. Se não for para efetivamente concorrer a uma das vagas, prefiro não ir.

Resumo da ópera – Não adianta, gente, se o concurso é distante, a grana é curta e a tal relação de “custo x benefício” diz que não, o melhor é esquecer aquele concurso e continuar estudando forte para novas oportunidades mais interessante que surgirão. Concursos públicos acontecem todos os meses do ano, não há motivo para desespero.

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PERGUNTA DO DIA

Como você lida com as distâncias entre onde você mora e os locais de prova dos concursos? Você evita fazer concursos muito distantes? E quando não tem jeito de fazer isso e o concurso é muito bom, como você faz?

Essa pergunta deve ser respondida em nossa comunidade no Orkut. Basta clicar no homenzinho ai em cima (você precisa estar conectado no Orkut em outra janela de navegador para ser levado à página de resposta).

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MÚSICA DO DIA
A música de hoje é um clássico do final dos anos 80, mais exatamente de 1988. "You got it", sucesso de Roy Orbison, alcançou a 9ª posição da Billboard e foi sucesso em muitos países. Esse foi o último sucesso do cantor, que faleceu meses depois de ataque do coração aos 52 anos.

6 Response to "Limitações geográficas - Quando a distância é um problema"

  1. Anônimo says:

    Parece até que adivinha o que eu preciso ler todos os dias!!!rssrsrssrsrs....muito engraçado!
    Bom, a questão é que, como eu disse antes, talvez tenha que abrir mão de um concurso (STF) por causa dos custos da viagem mesmo. De onde eu moro para Brasília, a não ser que apareça uma promoção das companhias aéreas, fica bastante caro. Lugar e transporte lá não é problema, pois tenho família que mora lá. O negócio é que surgiu algo totalmente inesperado e que está me fazendo desistir de alguns planos. Infelizmente, nessa vida de concursos nem sempre os imprevistos são contornáveis. Mas, se não der para ir nesse, outros ainda virão. Eu sinceramente, só faço concursos que sejam em Brasília ou na minha cidade. Ainda não fui para outros estados por questões financeiras mesmo. Essa é uma preocupação a mais do concurseiro. Tem que aprender a poupar para gastar com o deslocamento para outros estados. E saber quando é o momento certo de ir. Nem sempre podemos ter certeza das coisas, né? às vezes achamos que estamos preparados e tal e acabamos vendo o sonho ir pro ralo. Mas, esses são os percalços da vida. Em tudo é assim. O negócio é saber tomar a decisão e arcar com suas conseqüências. Sejam elas boas ou ruins.

    Eu tenho que parar de escrever tanto. Fala sério!!!

    Parabéns e obrigada pelo post!

    Helineide

    Unknown says:

    Olá..
    Penso exatamente assim, não irei prestar concurso do STF, pois o custo x benefício, não compensa pra mim. O valor que irei gastar indo até Brasília, irei que seria em torno de R$600,00, dá pra eu comprar livros que estou precisando e me preparar melhor para o do TRT.

    Raquel says:

    Eu pedi, você escreveu. Valeu!
    Essa artigo é legal pra ponderar os prós e contras de fazer prova longe. Por enquanto, eu não faço e fico no meu estado. Só que eu estou começando a considerar a possibilidade, viajando para estados vizinhos ao meu porque está agoniante essa luta. Emprego já!

    Anônimo says:

    Então, como moro em Brasília acabo sendo beneficiado pela questão da localidade e da facilidade de se fazer prova aqui. Quando é CESPE ainda faço prova do lado de casa, saiu 15 minutos antes e vou a pé fazer a prova, sem preocupações. Mas tem o outro lado, as minhas maiores notas e melhores desempenhos foram em concursos fora do DF. Isso se deve a alguns fatores: 1) O nível em Brasília é mais alto não só pelos concurseiros daqui mas de todos os cantos do Brasil. 2) Devido aos gastos que tenho, acredito que o meu empenho é maior ao estudar para concursos que não são aqui. Portanto, procuro avaliar sempre se eu conseguirei um ótimo desempenho naquele concurso longe e só aí eu decido se vou encarar. Não dá pra pensar muito, oportunidades surgem todos os dias, é verdade, mas talvez a grande chance pode passar sem que vc perceba.

    Camisa 9 says:

    Boa Van...estou contigo e não abro mao! Boa Sorte!

    Camisa 9 says:

    Tiago, vc também disso uma verdade.
    "Não dá pra pensar muito, oportunidades surgem todos os dias, é verdade, mas talvez a grande chance pode passar sem que vc perceba."
    Fico pensando no concurso do INSS que eu não quis prestar...

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