Será que ninguém notou?!

Todo concurseiro sabe (ou deveria saber) que os editais são as leis que regem os concursos públicos. Lá estão as regras do combate, como serão disputadas as vagas oferecidas. Uma primeira leitura do edital faz o concurseiro avaliar se aquele concurso é para ele(a) ou não. Uma segunda leitura, mais atenta, é necessária para decidir por que cargo optar. Feita a inscrição, chegou à hora de uma terceira leitura, ainda mais atenta, para entender como será a prova e quais as matérias que deverão ser estudadas.

Semana passada decidi por prestar o concurso público promovido pelo Ministério do Meio Ambiente, que tem como banca organizadora a Cespe/UNB. Fazendo a terceira leitura para extrair a matéria que deveria estudar para a prova, notei algo estranho. Todas as matérias traziam os tópicos que deveriam seriam cobrados, exceto Direito Constitucional. “Estranho”, pensei. Só que consultado listas de discussão e comunidades do concurso, notei que ninguém pareceu notar essa irregularidade ou, se notou, não deu alguma importância. “Não pode ser”, pensei.

Postei algumas mensagens apontando o problema, ao mesmo tempo enviei um email para a Cespe questionando sobre o assunto. Para minha surpresa, alguns outros inscritos responderam à minha indagação como se aquela falta de especificação de tópicos fosse normal e estivesse longe de ser um problema. Alguns diziam que era só para estudar o “básico”, outros diziam que era para estudar “tudo”, só um ou dois concordaram comigo que era necessário consultar a banca.

Esse episódio mostrou duas coisas:

1 – Muitos concurseiros estudam sem ao menos checar nos editais os tópicos de cada matéria que serão cobrados nas provas.

2 – Muitos concurseiros não estão nem aí para possíveis erros e omissões nos editais dos concursos.

Isso é algo muito, muito sério.

Em se tratando de estudar mais do que devia por não ler com cuidado o edital, é jogar contra você mesmo. Eu já fiz isso e me arrependi amargamente. O tempo gasto estudando o que não era preciso deveria ser usado para estudar o que seria cobrado, algo que, se fosse feito, significaria um desempenho muito melhor, um número maior de acertos. Não duvido que sejam muitos os candidatos que seriam aprovados em concurso público se lessem o edital com cuidado e estudassem só o que foi cobrado nas provas. Por um mísero ponto perdido muita gente é aprovada ou reprovada. Um tópico estudado superfluamente pode significar esse ponto perdido.

Erros e omissões nos editais, quando identificados antes das provas, podem ser corrigidos. Dependendo da gravidade, poderá significar um adiamento da prova para dar tempo dos candidatos se ajustarem à correção. Agora, identificar isso depois do concurso ter sido realizado poderá significar dor de cabeça, frustração e, com muita sorte, uma anulação da prova, o que não será nada bem vindo por nenhum candidato (já que todos tiveram gastos, desgaste e tal).

Resumo da ópera – Analisem com muito cuidado cada ponto do edital dos concursos que forem prestar. É trabalhoso, cansativo, entediante e chato, eu sei disso, mas é necessário. É melhor, muito melhor perder algumas horas fazendo isso do que, depois, lamentar-se por não ter feito. Se encontrar qualquer erro ou omissão, mesmo que não tiver certeza de que se trata disso, comunique para outros concurseiros inscritos no concurso e entre em contato com a banca organizadora, o máximo que poderá acontecer é de você estar enganado, o que é melhor que fazer a prova com a pulga atrás da orelha. Agora, o que concurseiros sérios não podem ser é passivos e terem uma atitude de “isso não é comigo”, nunca!

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Música do dia
Para começar a semana com bastante animação, nada melhor que uma música bem animada. A música de hoje chama-se “Break My Stride”, na versão da banda de pop/dance alemã BlueLagoon. Sugiro que vocês procurem na Internet a tradução da letra (para quem não sabe ler em inglês), a mensagem é muito válida para nós, concurseiros.

Novo artigo na segunda-feira. Bom final de semana de estudos.



Perguntas, notícias & idéias

Hoje é o dia da semana que reservo para responder às perguntas enviadas pelos leitores do blog e vou aproveitar para também comentar algumas idéias.


Moro no interior do Paraná, bem perto do estado de São Paulo e o mais distante que já fui para prestar concurso foi em São José dos Campos (SP). Nunca morei fora e fico assustada só de pensar em ir passar em um concurso para morar em Brasília ou outro lugar distante. Tenho muito medo de me arrepender. O que você sugere?

Tempos atrás estava conversando com uma menina que está fazendo doutorado em recursos humanos e o assunto da tese dela é justamente essa questão de servidores públicos que se esforçam para passar em concursos públicos e acabam pedindo exoneração do cargo por não se adaptarem ao trabalho e/ou a localidade de trabalho. Ela disse que isso vem acontecendo cada vez mais nos últimos anos por conta da fama crescente dos concursos públicos como opção de carreira profissional. Acho que ninguém deve ter medo de sair de casa ter uma vida melhor como servidor público. Acho que o “x da questão” é a pessoa estar realmente convencida de que isso é o melhor para ela e estar preparada para agüentar o tranco dos primeiros meses, da fase de adaptação. Se a pessoa não está 110% convencida de que está realizando um sonho, as chances de se arrepender e desistir são grandes.

Cara, tenho umas cinqüenta apostilas e livros, vários de uma mesma matéria. Tem hora que fico perdido para escolher que material estudar. Como você organiza seu material?

Putz, nem me fale nisso. Acho que todo concurseiro sério já passou, passa ou vai passar pelo mesmo problema. Sempre tendemos a armazenar material que achamos muito bons e temos dó de descartar qualquer coisa. Isso é um erro, pois como você mesmo disse, só atrapalha na hora de estudar. Adotei a seguinte metodologia relativa ao material de estudo. Para as matérias “arroz de festa”, que caem em praticamente todos os concursos, (direito constitucional, direito administrativo, português, informática, matemática, ...) tenho um material que considero o melhor disponível e estudo por ele prioritariamente, sem deixar, no entanto, de dar uma olhada em materiais diversos que encontro. Para as matérias que caem em vários concursos, mas não em todos (AFO, administração financeira, administração, raciocínio-lógico, ...) tenho um material mais diversificado para atender a diferentes editais. Agora, para as matérias específicas, uso o material para estudar para a prova e guardo somente o material em PDF (digital), o restante dôo para a biblioteca pública da minha cidade, pois não acho que valha a pena ficar guardando, já que usarei novamente Deus sabe quando. Para mim esse esquema está funcionando e diminuiu muito esse problema de me perder em tanto material para estudar.

Em que cidade você fez a prova da CGU? Você acha que será aprovado nessa prova? Qual será seu próximo concurso?

Fiz a prova em São Paulo, numa escola primária municipal na Vila Mariana. Quanto a ser aprovado, tendo feito vergonhoso 53% de acerto, só por interseção divina, que duvido muito interceder por quem erra uma boa dúzia de questões que não deveria errar. Esse concurso serviu para me mostrar que em se tratando de ESAF, tenho de estudar as matérias com uma profundidade maior que estou acostumado para a Cespe ou FCC. Quanto ao próximo concurso, será o do Ministério do Meio Ambiente (MMA) no final de abril.

Você já falou várias vezes nos cursos do Ponto dos Concursos. Tenho vontade de testar esses cursos online, mas fico com receio de depositar o pagamento e depois não me mandarem o material que comprei. Isso nunca aconteceu com você?

Realmente é preciso ter muito cuidado com comprar na Internet. O que não falta é gente desonesta querendo se aproveitar da confiança e boa vontade de gente honesta. O ideal é sempre comprar de sites conhecidos e que tenham boas indicações de gente conhecida. O Ponto dos Concursos (www.pontodosconcursos.com.br) é muito sério e nunca soube que deixasse de enviar o material para quem compra seus cursos, que são muito bons. Também nunca tive problemas com a livraria de concursos LEC (www.leclivraria.com.br). Claro que há outros sites sérios de material de concursos, mas como não comprei nada de nenhum outro, não tenho como indicar.

Você falou das coisas que o pessoal leva para comer na prova e que atrapalham todo mundo. O que eu devo levar? Realmente não sei se devo levar pouca coisa e correr o risco de atrapalhar todo mundo é com o ronco do estômago quando a fome pegar.

Semana que vem vou escrever um artigo sobre isso. Uso orientações dadas por uma nutricionista que deu uma palestra sobre o assunto quando fazia cursinho pré-vestibular. O ideal é tomar um bom café da manhã ou almoçar, preferindo alimentos leves, de fácil digestão e energéticos e, sempre, uma barra de chocolate ao final para dar energia. Então é só levar uma garrafinha de água para hidratar, bem gelada, assim permanecerá fresca por mais tempo, e um chocolate ou barrinha de cereal, que são energia rápida. Mais do que isso é bobagem para distrair o próprio candidato e todos na sala de prova.

O cara que pediu a picanha tava na mesa do fundo embaixo da escada? Se foi ... fui eu! (Marcos Ely)

Não, tenho certeza de que não era você. Explico. 1 - O cara não estava na mesa embaixo da escada, mas numa mesa perto da parede oposta. 2 – O cara não se cansava de repetir que “concurso público é fichinha. Nem precisei estudar muito. O que estudei na faculdade já é mais do que suficiente” e se você está lendo esse blog, você não é tão sem noção.

Agora, quanto à picanha até que tudo bem, mas pelamordedeus, não peça maionese, rapaz, nunca!

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IDÉIA 1 - Resisti um pouco, mas acabei criando comunidade do Concurseiro Solitário no Orkut para reunir os leitores do blog. Lá poderemos conversar sobre concursos, trocar informações e tal. Para não virar bagunça, será uma comunidade moderada (inclusive, quem quiser ajudar na moderação será muito bem vindo), assim evitamos a atividade de gente vendendo apostilas de qualidade duvidosa, propagandas diversas e demais tranqueiras. Convido todos a se juntarem à comunidade.

IDÉIA 2 – Nos finais de semana não publico artigos no blog. Uma amiga deu a dica de procurar por leitores que queiram escrever artigos para publicar nos finais de semana. Um artigo para o sábado e um para o domingo, na linha de assuntos abordados pelo blog. Achei a idéia interessante. Quem participar, além de poder estar ajudando a outros concurseiros, também estará exercitando a habilidade de escrever, imprescindível para qualquer concurso público que tenha redação e/ou provas discursivas. Quem se habilita?

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——» Várias pessoas têm pedido meu MSN para conversar online. Só que não tenho um MSN, hehehehe. Mas vou criar um esse final de semana para podermos marcar alguns bate-papo online, pode ser legal, vale a pena tentar.

——» Várias pessoas também têm me pedido para enviar material de estudo por email. Como já disse antes, há tantos lugares na Internet onde materiais diversos são disponibilizados, que é muito mais rápido e prático pegar lá do que eu enviar, o que me tomará tempo de estudo precioso. Um bom lugar para começar é o www.4shared.com, é só fazer uma busca que se encontra material de estudo para praticamente qualquer matéria cobrada em concursos públicos.

——» O Renato-DF mandou a dica de um vídeo motivacional muito legal. Vale o click. http://www.youtube.com/watch?v=vbU7r6kbLG8

——» A Fabi enviou uma mensagem com dicas muito legais para memorização e resumos:

Estou adorando seu blog! Parabéns!

Quanto as dicas para resumos, eu finalmente adquiri a minha técnica depois de muuuuitooo garimpar na Net, dicas de como fazer os apontamentos, memorização do conteúdo. Levei qse três anos para conseguir o que tenho hj!

Um bloquinho de folhas brancas, letras coloridas (uso caneta coloridas)e ali coloco o que realmente não entra na cabeça ou que posso confundir na hora da prova. Isso mesmo um bloquinho e não um caderno universitário de 200 fls.

Se me permite, gostaria de compartilhar com os colegas concurseiros dois sites que fizeram a diferença na minha vida concurseira. Participo tanto que hj já sou até colaboradora, hehe.
www.macetesdodireito.com.br e www.supermemoria.com.br.

Resumão de dicas que aprendi lá:

- Use cores nos resumos.

- Use a criatividade, assim utiliza os dois hemisférios do cérebro e não apenas um.

- Use todos os cinco sentidos para memorizar: a visão, tato, olfato, paladar e audição e ainda coloque emoção no que precisa memorizar. Ex. Se quer lembrar de alguma matéria ligada ao Presidente da República, pode-se pensar no Bush. Como é o Bush? Ele tem uma bomba na mão prestes a explodir a qquer momento, sentir o cheiro da pólvora dessa bomba, o peso dela na mão... Essa dica não é minha é do "homem-memória" - Alberto Dell'Isola

Isso dá trabalho? Dá sim! E como dá! Tenho criado códigos para engatilhar minha memória e memorizar o CPC inteiro (meu drama nos concursos!)

Mas só com o treino e a prática para aprendermos a utilizar essa técnica que há muitos anos vem sendo utilizada fora do Brasil e só agora se comenta aqui.

Espero ter colaborado!

Um beijo grande! Bons estudos!

Fabi!

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Música do dia
Para hoje separei um remix bem animado e dançante, para agitar o estudo do final de semana, Basshunter -Now You´re Gone (Fonzerelli Remix).

Você é louco de querer ser um concurseiro náufrafo numa ilha deserta?

É engraçado como muitos concurseiros levam as coisas ao extremo. Falou em estudar, querem estudar 18 horas diárias sete dias por semana. Falou em material, querem ter uma pequena biblioteca com centenas de títulos e milhares de exercícios de provas anteriores. Falou em prestar concursos, querem se inscrever em todo e qualquer concurso que apareça, nem que para isso tenham de fazer provas todos os finais de semana do mês. Falou em estudar sozinho, querem se isolar do mundo.

Esse “se isolar do mundo” é um problema sério, muito sério. Isso acontece simplesmente porque somos humanos, seres sociais e precisamos conviver com outros humanos para nos sentirmos amparados, confortados, para não nos sentirmos solitários, sozinhos no mundo e em nossa luta, seja ela qual for. Ou seja, tem gente que leva essa história de “concurseiro solitário” longe demais.

Aí na coluna da direita, logo no começo, escrevi:

Ser concurseiro é optar por trilhar um caminho solitário que levará ao sucesso.

Independente de fazer cursinho ou estudar em grupo, todo concurseiro sempre estará sozinho diante de seus livros e apostilas nos longos dias e noites de estudo, diante dos cadernos de questões nos dias de prova.


Podemos ser combatentes solitários nessa guerra, mas isso não significa que não podemos nos ajudar enquanto lutamos.


De um lado somos solitários porque em última instância (olha eu falando como advogado, hehehe) estamos sozinhos diante dos livros, apostilas e provas de concursos, somos somente nós e as matérias a serem aprendidas, somente nós e as questões a serem resolvidas. Por outro lado, não podemos ou devemos nos isolar socialmente. Uma das piores sensações que podem acometer qualquer concurseiro não é achar que não vai ser aprovado nunca, que não está estudando direito, que não sabe nada, não, a pior sensação é achar que somente você não vai passar, somente você não está estudando direito, somente você não sabe nada.

Eu cunhei o termo “concurseiro solitário” quando criei esse blog, que é uma ferramenta social de comunicação entre eu e vocês, outros concurseiros que têm as mesmas dificuldades, expectativas, inseguranças e crença em si mesmo que eu tenho, logo é uma ferramenta para evitar a solidão.

Que concurseiro já não passou por momentos de desânimo e perda de fé em si mesmo e no sonho da aprovação em concurso público? Eu passo uma vez por mês, todos nós passamos por isso. Daí não adianta conversarmos com pais, irmãos, amigos, porteiro, motorista de táxi, pois ninguém que está fora da guerra em que lutamos entenderá plenamente nossas ansiedades e frustrações. Somente encontramos alento, força e apoio quando partilhamos isso com outros concurseiros, seja conversando pessoalmente, por chat, por email ou mesmo lendo um artigo que toque no assunto em algum site ou blog.

Muitos concurseiros ainda acreditam naquela bobagem de não interagir com outros concurseiros para assim evitar que lhe sejam roubados conhecimentos preciosos que levarão à aprovação. Isso é uma grande bobagem, gente. A aprovação depende só de estudarmos o suficiente, não dos outros estudarem menos que o necessário. Nessa guerra o único inimigo a ser vencido sesta dentro de nós mesmos, é nossa preguiça, nossa indolência, nossa falta de conhecimento, planejamento e estratégia de estudo.

Em meados da década passada (por volta de 1995) foi lançado um protetor de tela de computador que ficou famosíssimo no mundo inteiro, chamava-se “Johnny Castway Screensaver” e que era ativado quando o computador não estava sendo usado. O screensaver mostrava uma ilhazinha um lanche, pescava, fazia exercícios. Só que ele era meio lerdo e quando estava com uma luneta procurando por navios no horizonte, passava um pertinho da ilha e ele não notava. E não é que acontece a mesma coisa com concurseiros realmente solitários, que se isolam do mundo e do contato com outros concurseiros?! Eles ficam tão centrados em fazer tudo sozinho que deixam passar várias oportunidades de aprovação, sem ao menos notar que isso acontece.

Resumo da ópera – Já falei antes e repito, a Internet é uma poderosíssima ferramenta para concurseiros sérios atingirem seu objetivo, a aprovação em concurso público. Na internet há muitos blogs, forums e comunidades de concurseiros, onde é possível encontrar gente que está na mesma luta que nós, onde podemos falar e sermos ouvidos, tirar nossas dúvidas e sanar as dúvidas dos colegas. Reserve pelo menos meia-hora diária para participar de um desses fórums, você vai notar rapidinho que não é tempo perdido, muito pelo contrário.


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Música do dia


No cardápio de hoje um bom flashback dos anos 90 (dá época do screensaver do Johnny Castaway), um eurodance chamado “Run Away” da dupla Mc Sar & The Real McCoy. O clip é muito engraçado e a música muito dançante. Notem o conversível azul usado pelo bandido, um dos presentes que vou me dar após a posse, só que vermelho, chamado Ford Mustang e nascido em 1968 em Detroit (USA), igualzinho a esse aqui:



Não somos super-heróis!

É engraçado como algumas coisas mudam rápido.

Quando comecei a estudar para concursos públicos, no ano passado, concurseiro era sinônimo de vagabundo, gente que arrumava no estudo uma desculpa para não trabalhar. Quem fazia pós-graduação ou MBA, no entanto, era visto como gente séria, estudiosa, inteligente, digna de elogios. Notícias sobre concursos públicos, só em jornais especializados ou em notas de rodapé de jornais comuns, para ser assunto de TV só se houvesse algum escândalo de fraude.

Hoje os concurseiros são cada vez mais vistos como super-heróis. Gente séria e inteligente que se mata de estudar para ser aprovada nos concursos públicos mais difíceis do país, alcançar a tão desejada estabilidade no emprego e a honra serem vencedores nessa guerra, além, claro, de receber mensalmente salários de fazer inveja. Concursos públicos se tornaram assunto de destaque em jornais e revistas. Telejornais anunciam os novos concursos, o grande número de candidatos inscritos, a dificuldade de passar e os doce sabor da vitória dos aprovados.

Só que essa fama repentina também tem um efeito muito negativo na cabeça de todos, concurseiros ou não.

- Pais e amigos passam a fazer mais pressão sobre os concurseiros, mesmo que seja inconscientemente e de boa vontade. Ao ficarem naquela expectativa de que tenhamos sucesso para que, de forma indireta, eles também tenham sucesso, nos cobram além da conta.

- Desconhecidos, ao saberem que somos concurseiros, também nos olham como se não fôssemos vítimas da fadiga e derrota. Afinal de contas, somos parte daquele seleto grupo de gente que resolve encarar a terrível seleção dos concursos públicos que atraem centenas de milhares de candidatos.

- Nós mesmos acabamos, vez ou outra, acreditando nessa história e passamos a nos cobrar além da conta, a sentir com mais intensidade os contratempos, as derrotas, nossas deficiências.

Só que nós, concurseiros, não somos super-heróis. O próprio William Douglas, guru de toda uma legião de concurseiros, vive repetindo isso. Os aprovados no concurso do TST, da CGU, do INSS, AFRF, da magistratura, nenhum deles é super-herói, mas gente como a gente, só que mais bem preparada nas matérias exigidas nesses concursos públicos e que já teve sua parcela de inseguranças, preocupações e derrotas.

Nesse mês tive duas derrotas, não fui para a segunda fase do concurso do TST e fui mal no concurso da CGU. Tem horas que bate o desânimo. Tem horas que acho que não tenho mais lugar no cérebro para armazenar tantas matérias. Não é porque estou estudando para concursos públicos que meus problemas pessoais tiraram férias, aguardando minha posse, nada disso. Tenho de estudar, tenho de me motivar, tenho de resolver meus problemas, tenho de montar estratégias, rever estratégias. Fico cansado e super-heróis não casam, logo, não sou um super-herói. E isso acontece que todo concurseiro sério, sem exceção.

Apesar dos pesares, de toda a pressão e agora de toda essa história de concurseiros super-heróis, temos de levantar após cada queda e continuar lutando. É isso ou colocar a perder todo o esforço que fizemos até agora. E, afinal de contas, quem disse que seria fácil?!

Resumo da ópera - Nossa guerra não é fácil, ela é dura sangrenta, impiedosa. Se você não estudou o suficiente, não vai passar e ponto final. Além disso, o Super-Homem somente é super-herói porque foi mandado para a Terra. Se Kripton, seu planeta natal, não houvesse sido destruído, não duvido que ele tivesse de ralar meses e meses estudando para algum concurso público kriptoniano.

Eu não acredito que estou vendo isso

Não tem uma prova de concurso público em que não fico espantado com a falta de noção de alguns vários candidatos (já nem chamo de concurseiros pela sua falta de noção). Qualquer concurseiro que já está nessa guerra há algum tempo tem histórias de absurdos que testemunhou para contar.

Nas provas do concurso da CGU não poderia ser diferente, claro.

Nesse concurso tratei de anotar os casos mais graves de “falta de noção de fazedores de concursos públicos” para escrever esse artigo (já dou risada antes mesmo de começar a escrever sobre cada um).

Garrafa de dois livros de Coca-Cola Zero – A tarde de sábado estava quente e as cinco horas da primeira prova prometiam uma boa dose de cansaço. É sempre recomendável levar uma garrafinha de água para não desidratar e evitar de ter de fazer prova com sede. Até um suco de caixinha rola levar. Mas tem gente que insiste em levar refrigerante e quando abre o danado na sala de prova, paga o maior mico ao chamar a atenção de todo mundo, atrapalhando a concentração dos colegas de prova. Só que dessa vez vi o extremo dessa falta de noção, um candidato sensivelmente acima do peso (leia-se gordo) levava numa sacolinha de supermercado uma garrafa de dois livros de Coca-Cola Zero (pelo menos ele se preocupava com as calorias do refrigente), pior, o refrigenrante não estava gelado e não vi copinho acompanhando. Imaginem o cara, no meio da prova, abrindo a garrafona de refrigerante morno para tomar do bico!

Tappeware com salada de frutas na geladeira da cantina – O local de prova era uma escola estadual de primeiro grau e como toda boa escola desse tipo, no pátio havia a cantina onde normalmente é preparada a merenda diária da criançada. No dia da prova, estava sendo usada para preparar o lanche dos fiscais de prova. No domingo, no intervalo entre as prova da manhã e da tarde, estava eu sentado próximo da tal cantina, quando chegou uma candidata com um potinho tappeware (daquele de plástico para guardar comida na geladeira) e pediu para a responsável pela cantina para guardá-lo na geladeira. “É uma saladinha de frutas para eu comer durante a prova. Quando der fome desço aqui para buscar. Geladinha é bem melhor”!

Sacolinhas com guloseimas variadas – Antes de entregar as provas, os fiscais da minha sala passavam pelas carteiras checando se todos tinham guardado estojos e demais materiais não permitidos durante a prova. Então a fiscal diz para uma menina que ela teria de deixar uma sacolinha de supermercado cheia de coisas junto com todas as outras mochilas e bolsas encostadas no quadro negro. Então a menina abriu a sacolinha e começou a tirar comidas de lá, eram balas, chicletes, biscoitos, suquinho, Todinho, tinha até um ovo de páscoa daqueles pequenos!

Confundir ESAF com CESPE – A Cespe é conhecida por suas provas de afirmativas que devem ser julgadas como certas ou erradas pelos candidatos e, principalmente, pelo fatídico “uma errada anula uma certa”, logo, chutar questões que não se sabe responder é mau negócio. A Esaf usa o esquema padrão de questões com cinco alternativas para o candidato marcar a certa, onde chutar é melhor que deixar em branco. No intervalo entre as provas do domingo almocei em uma padaria próxima do local de prova e não pude deixar de ouvir a conversa de um grupo de candidatos na mesa do lado. “Cara, essa Esaf é foda com esse negócio de cada resposta errada anular uma certa. Mas eu não caio nessa, se não sei, não chuto. Deixei dez questões em branco na prova da manhã”!

Tirar o tênis e colocar o pé na carteira da frente – Por se tratar de uma escola de primário, as carteiras eram baixas, muito baixas. Para quem tem estatura menor, isso não era problema. Para quem era mais alto (como eu), isso era certeza de desconforto durante a prova e uma boa dor nas costas. Todo mundo procurava se ajeitar da melhor forma que podia. Um candidato, porém, foi além. Tirou os tênis e esticou as pernas para apoiar os pezões na carteira da frente que estava vazia, como se estivesse em sua própria casa e não entre trinta e tantos outros candidatos fazendo prova ... e ainda ficou bravo quando a fiscal da sala pediu para ele não fazer aquilo!

Ler revista enquanto espera para anotar gabarito – Como forma de evitar fraudes nos concursos, as bancas geralmente somente permitem que os candidatos anotem as respostas que marcaram na folha de respostas ou levem os cadernos de questões antes do final do tempo de prova. Nessa prova a Esaf somente permitia anotar as respostas na última meia hora de prova, em um papelzinho fornecido pelos fiscais. Quem terminava antes e queria levar as respostas, tinha de esperar. Não é que uma menina, faltando quase uma hora e meia ainda para poder anotar as respostas, perguntou para a fiscal da sala se ela podia pegar na mochila umas revistas para ler enquanto esperava!

GANHADORA – Picanha mal passada com maionese – Todo concurseiro sério sabe que a alimentação nos dias de provas (e dias anteriores) deve ser leve e de fácil digestão, afinal de contas, ninguém quer ser impedido de fazer a prova por conta de um desarranjo de estômago ou intestino. Domingo fizemos duas provas, uma pela manhã e outra à tarde. Próximo do local de prova havia uma ótima padaria com lanchonete. Claro que o local se tornou ponto de alimentação dos candidatos do concurso, eu entre eles. Atento à necessidade de comer algo leve, pedi um sanduíche de filé com queijo e uma saladinha, sem molhos, nada a não ser um salzinho e azeite. Na mesa do lado, a mesma do caso do cara que confundiu Esaf com Cespe, um outro rapaz reclama que não tinha tomado café da manhã (!) e faz seu pedido. “Eu vou querer essa picanha com arroz, batata frita e maionese. Mas traz a picanha bem gorda e mal passada e pode caprichar na maionese”!

E você, já testemunhou algum absurdo desse tipo?

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Resumo da ópera – Sem palavras!

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Música do dia
Hoje separei para vocês uma música muito legal, uma regravação de “Dancing with myself” do Billy Idol, sucesso dos anos 80, com uma roupagem moderninha, por um grupo de garotas inglesas que cantam muito bem, chamado Nouvelle Vague.


Provas da CGU - Circo dos horrores

Desde que comecei a estudar para concursos no final de abril do ano passado (2007) já prestei oito provas de concursos públicos. Devo confessar que, de longe, as provas do concurso da CGU desse final de semana foram as piores de todas que já fiz, um verdadeiro circo dos horrores.

1ª prova

A primeira prova desse concurso foi aplicada na tarde de sábado. Tinha ficado satisfeito com o fato do meu local de prova ser uma escola a um quarteirão do metrô Ana Rosa (São Paulo), o que facilitaria muito o deslocamento. Só que ao chegar na sala de aula que me foi designada, descubro que era uma sala de primário com aquelas carteiras para crianças de, no máximo, um metro e meio de altura. Putz, eu tenho 1,82, logo ficar sentado nessas carteiras por longas cinco horas de prova é uma verdadeira tortura. Pelo menos a sala era arejada, bem iluminada e não batia sol na parte da tarde.

Então vem a prova. Português, inglês, conhecimentos gerais, raciocínio lógico e matemático e administração pública, além da redação. “Êpa, essa prova está fácil demais”disse para mim mesmo logo após a primeira lida. Pensei até que estava ficando louco. Só que era verdade, a prova estava ridiculamente fácil. Tinha estudado administração pública preocupado em como a banca poderia puxar naquela matéria, mas fizeram o contrário, perguntaram somente superficialidades. Constatei que preciso revisar seriamente matemática, pois não me lembrava como resolver as questões de matriz/determinante, probabilidade e outra que não me lembro agora do que era. A redação, pelo contrário, não era um passeio no parque, de jeito nenhum. Deram um tema abrangente “gestão de pessoas por competências” e apontaram uma série interconexões que deveriam ser usadas na redação. Resultado, gastei metade das cinco horas de prova para conseguir fechar a redação em 80 linhas (o mínimo eram 60 linhas e o máximo 100 linhas) e não fiquei muito satisfeito com o resultado.

Detalhe, os candidatos só poderiam anotar as respostas que marcaram quando faltassem 30 minutos para o final do tempo de prova. Os examinadores entregaram um papelzinho para anotarmos e o caderno de questões deveria ser entregue juntamente com a folha de respostas.

À noite entrei em alguns forums sobre o concurso e constatei que muita gente concordava que a prova tinha sido muito fácil. Isso seria um problema, já que as notas seriam muito altas e cada erro seria um grande problema.

2ª prova

A segunda prova foi no domingo de manhã. Apenas três horas de prova para as matérias de direito constitucional, direito administrativo, administração financeira e orçamentária (AFO) e técnicas de controle. O que mais me preocupava antes da prova eram as malditas técnicas de controle (auditoria), que estudei pouco. Só que a prova inteira foi horrível, um misto de questões longuíssimas, questões fáceis, questões sobre minúcias e notas de rodapé. Foi uma prova cansativa de fazer e por conta do pouco tempo disponível, a pressão se tornou ainda maior. Usei praticamente todo o tempo disponível e saí com a mente cansada.

3ª prova

A terceira prova foi na tarde de domingo (isso mesmo, esse concurso foi uma maratona concurseira), cobrando ciência política, relações internacionais e teoria da comunicação (cargo na Prevenção da Corrupção).

Antes de começar a prova conversei com os colegas concurseiros que estavam na mesma sala. Todos tinham a mesma opinião de que a prova do sábado tinha sido ridiculamente fácil e que a prova daquela manhã tinha sido chata de fazer, extensa e pouco inteligente, além de muito cansativa. E os prognósticos gerais para a prova da tarde não eram os melhores.

E começamos a fazer a prova. Gente, depois da primeira lida tive a certeza de que tudo o que tinha estudado das matérias (o que não foi pouco) cobria apenas metade do que estava sendo cobrado. Desespero. Então respirei fundo para acalmar.

Já no edital os tópicos relativos a essas matérias eram por demais abertos, abrangentes, e para piorar não havia sugestão de bibliografia. Só que a ESAF resolveu perguntar sobre peculiaridades de teorias menos conhecidas, exigir que os candidatos identificassem jornalistas dos quais nunca tinha ouvido ouvi falar pelo estilo de escrita, questionar sobre exceções de leis internacionais. Ou seja, a prova foi uma carnificina.

Como não gosto muito de ficar ruminando sobre questões que não tenho uma idéia clara da resposta correta, preferi não enrolar demais. Faltando uma hora e vinte para terminar o tempo de prova, entreguei minha folha de respostas e caderno de questões e fui embora (metade da sala já havia indo embora antes de mim). Antes tive um trabalhão para criar um código e anotar escondido para anotar na borracha as respostas que marquei, mas no final deu certo.

Resumo da ópera – Essas foram, até agora, as piores provas de concurso público que já tive a oportunidade de fazer. A ESAF, definitivamente, não fez um bom trabalho. Não houve homogeneidade de dificuldade nas provas, não foi primada à inteligência das questões. Sinceramente, esperava algo muito diferente da ESAF nesse concurso e fiquei decepcionado pela banca ter aberto mão de seu conhecido padrão de qualidade. Nesse concurso a maior reprovada foi a própria ESAF. Nota zero.

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Preview - Amanhã vou listar alguns absurdos nas questões da prova e no comportamento de alguns candidatos.



Feliz Páscoa e até segunda-feira



Respondendo algumas perguntas

Como havia dito, reservei um dia da semana para responder às perguntas enviadas pelos leitores do blog. Assim facilita minha vida, já que o tempo livre de que disponho é muito curto. Antes, gostaria de dar uma resposta geral aos vários pedidos por indicação de links para material de estudo ou mesmo envio destes por email. Como quando criei o blog direcionei-o para outro foco, não quero misturar as coisas. Há na Internet centenas de blogs e sites que já fazem isso, portanto, uma rápida pesquisa no Google resolve o problema, bastando usar palavras chaves como “material concursos públicos blogspot” ou “nome da matéria concursos públicos blogspot”.

"Gostaria muito de ser informado caso venha a ser feita outra palestra sobre o cargo de auditor fiscal no estado de São Paulo"

Se eu souber de outras palestras gratuitas, vou anunciar, sim. Ano passado fui em duas em São Paulo promovidas por cursinhos. Esse ano ainda não soube de nenhuma. Bem que poderiam haver mais, mesmo que fosse para pagar uma entrada módica, digamos, R$10.

"Onde você fez a prova para escrevente do TJSP?"

Fiz prova em Bragança Paulista para o de 101 vagas (passei perto de ir para a prova prática, mas por 0,7 ponto não deu) e depois em Guaratinguetá para o último (onde estou com quase 85 pontos e acredito que irei para a prova prática, mas ainda não foi divulgado o resultado).

“Tenho duas provas de concurso bem longes de onde moro (Brasília e Porto Alegre). Alguns amigos dizem que devo ir de avião para chegar ao destino descansado e então poder estudar um pouco antes da prova. Outros dizem que devo ir de ônibus para ir estudando durante a viagem. O que você acha?”

Olha, vai depender de você, se você consegue estudar em um ônibus em movimento. Eu, sinceramente, não consigo. O máximo que dou conta é ouvir alguma aula em MP3. Nesse caso, tirando o fator custo e logística, eu iria de avião um ou dois dias antes da prova e estudaria no hotel. Agora, se você não tem problemas para estudar em um ônibus em movimento, aproveite a viagem para estudar.

"As fotos que você utiliza no blog são muito boas. Onde você as consegue?"

Eu encontro pela Internet mesmo, em sites de fotos de uso livre. Não tenho um lugar específico para procurar. Geralmente quando decido o assunto de um artigo, já tenho uma idéia da imagem que quero usar para reforçar a mensagem que será transmitida.

"Faz tempo que num aparecem os comentarios neh...tah sem tempo de lê-los cara?"

Tempo está faltando mesmo, não nego. A cada dois ou três dias leio os comentários e faço a aprovação, guardo para responder ou descarto quando não são pertinentes. De vez em quando fico sem tempo e acabo passando vários dias sem ler e aprovar os comentários, mas quando posso, reservo meia horinha para fazê-lo.

“Estou prestes a ser chamado para tomar posse de um cargo público em uma cidade de tamanho médio de outra cidade, mas estou com uma dúvida danada. O salário é razoável (R$2 mil líquidos) e não tenho esposa ou filhos, assim meus gastos serão baixos. Tenho medo é de me achar numa situação confortável, acomodar e não estudar mais. O que você acha disso?”

Acho que todo e qualquer concurseiro está arriscado a acomodar-se, independente de passar ou não, sem empossado ou não, ter família ou não. Penso que a acomodação é como um ladrão, se não ficarmos sempre vigilante, ela irá atacar e roubar o que temos de precioso. Eu assumiria o cargo sem problemas, mas tendo em mente que é algo temporário e estudando todos os dias como de costume.

"Concurseiro, você é formado? Em quê?"

Sim, sou formado em Economia, mas apesar de adorar a profissão, nunca gostei do trabalho do economista na iniciativa privada (geralmente é um fazedor de contas).

“Até recentemente eu estudava só com livros e apostilas, mal usando a Internet para ler emails pessoais. Depois que comecei a ter contato com outros concurseiros e ler blogs como o seu, descobri o quanto estava perdendo sem estar realmente conectada. Meu computador é antigo e bem ruinzinho. Você acha que vale a pena investir na compra de um notebook como ferramenta de estudo?”

Se você é uma concurseira séria, claro que vale a pena. Já escrevi um artigo sobre a importância da Internet como ferramenta de estudo. Coitado do concurseiro que, nos dias de hoje, não usa essa ferramenta o máximo que pode. Claro que para tirar pleno proveito do que a Internet tem a oferecer aos concurseiros, é preciso ter um computador, no mínimo, razoável. A compra de um bom computador ou um notebook, nesse caso, vale, sim, a pena. Claro, pesquise bastante sobre configurações e preços antes de realizar a compra. Sugiro que você também assine uma Internet de banda larga (alta velocidade) e compre um roteador sem fio, assim poderá conectar-se à Internet em qualquer lugar de sua casa sem precisar de cabos.

Tranquilidade vale ouro

Como já disse em outro artigo, no final de semana passado prestei provas para o concurso do INSS, para os cargos de analista e técnico. Só que não estava realmente concorrendo por uma das vagas oferecidas, já que minha meta é outra, quero um salário maior, não tenho vergonha de dizer.

Por que me inscrevi então? Por dois motivos. 1) A banca examinadora foi a Cespe, que também é a banca escolhida para muitos bons concursos. 2) Poderia fazer prova numa cidadezinha próxima de onde moro, ou seja, com pouco mais de cem reais prestaria essas provas, incluindo inscrições, deslocamento e alimentação. Claro que não deixaria passar a chance de fazer um simulado em condições reais como seria esse concurso para mim.

Só que, sinceramente, não me preparei para esse concurso especificamente. Estudei Direito Previdenciário somente semana passada e sem muito afinco, já que meu foco no momento é a prova da CGU nesse final de semana.

Então lá fui eu fazer provas, tranqüilo, sem pressão, preocupação. Olha, se você nunca fez isso, faça. É tão bom ir para uma prova dessa forma. Tenho certeza, inclusive, que experimentar essa tranqüilidade ajuda a combater a pressão em outras provas realmente importantes para o concurseiro. Não sei explicar direito como é, mas é bom. Geralmente na entrada dos locais de prova, os concurseiros sérios estão tensos, prontos para o combate. Para variar, estar naquele lugar sem essa tensão meio que desmistifica a situação. Repito, se você nunca fez um concurso só por treinamento depois que começou a estudar sério para concursos públicos (antes não vale), então faça o quanto antes. Se eu soubesse que fazer isso me proporcionaria essa dose de tranqüilidade, teria feito antes.

Fiz as provas com seriedade, como não poderia deixar de ser. Que fosse um simulado e que não estivesse realmente concorrendo por uma vaga, mas não estava lá de brincadeira. Li com cuidado cada uma das afirmativas, marquei as que sabia logo de cara, fazia um sinalzinho nas que tinha dúvida para repassar, já excluía de responder aquelas que tinha certeza de que não sabia. Na prova da manhã terminei dez minutos antes de poder levar o caderno de provas. Na prova da tarde terminei com três horas.

A prova para analista realmente me surpreendeu. A Cespe cobrou praticamente todos os tópicos previstos no edital nas 150 questões da prova. Foi uma prova abrangentíssima e, por isso mesmo, que exigiu bastante dos candidatos. Saí daquela prova sabendo que teria de ter estudado muito sério para poder realmente concorrer a uma vaga.

A prova para técnico estava mais tranqüila, em termos. A cobrança dos tópicos específicos de previdenciário foi o que mais pesou. Gostei da cobrança ter sido através de pequenos casos. A questões traziam uma historinha (José foi contribuinte individual por 20 anos, segurado empregado por 5 anos, quebro a perna ...) e os candidatos tinham de analisá-las segundo as regras do Direito Previdenciário. Muito inteligente. Achei essa prova relativamente fácil e para quem tivesse estudado por uma boa apostila com afinco por dois meses, tranqüilamente daria para fazer, no mínimo, 90% de acertos.

Ontem foram divulgados pela Cespe os gabaritos preliminares. Na prova de analista acertei 103 questões, errei 32 e não fiz 15 das 150 questões, portanto fiz 71 pontos líquidos. Esse resultado não me surpreendeu, sinceramente. Na prova para técnico, acertei 111 questões, errei 29 e não fiz 9 delas, também em 150 questões, portanto fiz 82 pontos líquidos. Esse resultado, sim, me surpreendeu. Não esperava que tivesse ido tão bem na prova para técnico com todas aquelas historinhas para analisar.

Tenho certeza de que a tranqüilidade que experimentei prestando esse concurso sem compromisso ajudou e muito para que tivesse esse desempenho, principalmente em uma matéria que mal estudei. Não é a toa que muitos concurseiros sérios tiveram sucesso em concursos que prestaram mais por prestar do que para, realmente, concorrer, um deles é o William Douglas, que já escreveu vários artigos sobre isso.

Resumo da ópera - Uma de minhas prioridades a partir desse concurso é a de descobrir um modo de levar comigo essa tranqüilidade para as provas em que estou realmente lutando por uma vaga, algo que afetou positiva e sensivelmente meu desempenho. Concluí que essa tranqüilidade vale ouro, vale mais que uma super memória ou super inteligência. Agora é descobrir como tê-la sempre comigo.

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Para relaxar



Esse curta animado é muito legal. Tem, inclusive, uma metáfora interessante para nós, concurseiros. Que metáfora? Tente descobrir. Amanhã posto que metáfora é essa.



TST - Conselhos para os vão e para os que ficam

Foi divulgada ontem a lista de convocados para a segunda fase do concurso do TST. Entre centenas de milhares de candidatos, somente algumas centenas (com as melhores notas) estão nessa lista e farão prova de digitação no final do mês em Brasília.

Apesar de todo o esforço e esperança, meu nome não estava nessa lista. Por exatos dez segundos lamentei o fato e então voltei a estudar para a prova da CGU que acontecerá nesse final de semana (isso mesmo, no domingo de páscoa). De qualquer forma, hoje vou dar alguns conselhos tanto para quem passou para a segunda fase, quanto para quem não passou e, portanto, está eliminado desse concurso como eu.

Para os que ficaram

– O mais importante nesse momento é ter em mente que não passar em um concurso público não é o fim do mundo. Outros concursos virão, inclusive do mesmo órgão. Logo, há porque chorar, se desesperar e/ou arrancar os cabelos. Com estudo, esforço e determinação, no próximo você poderá estar na lista de aprovados.

- Concurso público é igualzinho à fila de caixa do Banco do Brasil em dia anterior a feriado prolongado. Quando você chega a fila está monstruosa e dá vontade de voltar para casa. Depois de meia hora você já andou vários passos. Depois de algumas horas você finalmente chega no caixa, é atendido e vai embora aliviado. No Banco do Concursos quem começa a estudar pega o final da fila, quem está estudando a mais tempo está no meio da fila, quem foi aprovado nesse concurso está sendo atendido e quando for embora aliviado, dará lugar para quem vem atrás e a fila anda, logo será sua vez.

- Não passar em concurso público é a melhor ferramenta de diagnóstico para o concurseiro sério. Analise com cuidado o que você acertou, o que você errou, como poderia ter estudado mais e melhor. Tudo isso irá ajudar enormemente para que em pouco tempo você seja aprovado.

- Não pense no dinheiro que você gastou nesse concurso (material, passagens, hotel, ...) e no tempo que dedicou para estudar as matérias do edital como um desperdício. Nada disso. O que você fez foi um investimento. O que você estudou não está perdido e, com toda certeza, ajudará a matar várias questões na próxima prova e contribuirá para a tão sonhada aprovação.

- Por último, mas não menos importante, não dê espaço para o desânimo, para a depressão, para a frustração. Deve ficar assim quem nem ao menos tenta. Não há vergonha na derrota quando se luta com honra. Napoleão Bonaparte é um herói mesmo tendo sofrido muitas derrotas. Zumbi dos Palmares também. Olha aí nosso presidente, Luís Inácio Lula da Silva, que depois de ser derrotado em não sei quantas eleições para presidente, está no segundo mandato presidencial e com alto índice de aprovação popular e isso só foi possível porque ele não desistiu de lutar.

Para os que vão

- Antes de qualquer coisa, não deixe a vitória subir à cabeça, mesmo porque não é uma vitória definitiva, que só poderá ser comemorada depois que você assinar o termo de posse do cargo público. Humildade é bom e não faz mal a ninguém.

- Não deixe de continuar estudando para outros concursos. O erro de muitos concurseiros é fechar os olhos para o estudo só porque passou para a segunda fase de algum concurso e depois, caso não seja aprovado, descobrir que aqueles dias de falta de estudo serão duros para recuperar.

- Pode acontecer de você ter outra prova de concurso marcada para o mesmo dia da prova prática do TST. Se isso acontecer, pense com muito cuidado antes de decidir qual vai fazer. Pondere com cuidado, pese os pós e os contras. Converse com amigos e parentes sobre o assunto. Não deixe que o salário e/ou a falsa idéia de segurança de aprovação certa fale mais alto que seu sonho. Algumas vezes é melhor dois pássaros voando que um na mão.

- Procure conhecer o nível de quem concorrerá com você. Para isso visite forums e comunidades do Orkut sobre o concurso. É sempre bom ter uma noção se a média dos candidatos são “catadores de milho” em digitação ou exímios digitadores que usam todos os dedos para teclar.

- Por último e muito importante. Não caia na armadilha de achar que prova prática de digitação é algo fácil. Conheço pelo menos meia dúzia de pessoas que se ferraram em provas de digitação, gente que sabia digitar e conhecia bem informática. Pratique segundo as regras do edital para essa prova. Prática nunca é demais. No dia, muita calma e tranqüilidade.

Resumo da ópera – Para quem fica, bola pra frente que a guerra continua. Para quem vai, muito cuidado porque das poucas centenas de convocados para a segunda fase desse concurso, apenas algumas dezenas serão empossados e cabe a você e somente a você fazer seu melhor para estar entre os vitoriosos nessa batalha.

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Música do dia
A música de hoje éuma homenagem aos bravos colegas concurseiros e concurseiras que foram aprovados para a segunda fase do concurso do TST. Se você é um desses aprovados ouça para comemorar. Se você não é ouça também para ir se acostumando com a música, que logo será em sua homenagem.

Overture 1812" é uma obra orquestral de Pyotr Ilyich Tchaikovsky comemorando o fracasso da invasão francesa à Rússia em 1812 e a subsequentemente devastação da Grande Armada de Napoleão. A obra é mais conhecida pela sua sequência de tiros de canhão que é, em alguns concertos ao ar livre, executada com canhões reais.

Essa peça tem 17 minutos e é interpretada pela Orquestra Filarmônica de Nova York. Não se enganem pelo começo lerdão com coral, é no final que fica bom com os tiros de canhão. Não é muito diferente da guerra dos concurseiros, no começo é tudo meio devagar, então vem o calor da batalha e o triunfo final.

Quem deixou o maldito celular ligado?

No domingo a tarde estava fazendo a prova para técnico do INSS. Meu local de prova era uma escola estadual de primário com carteiras pequenas e desconfortáveis. Fora da sala chovia torrencialmente e o frio incomodava. Dentro da sala lotada, o silêncio somente era quebrado por algum eventual arrastar de cadeira ou um “hã hã” de alguém limpando a garganta. Todo mundo estava muito concentrado para resolver as cento e cinqüenta questões da prova. Então, do nada, uma música da banda NX Zero começa a tocar alto dentro da sala. Era um celular. Imediatamente se forma um alvoroço de gente desesperada procurando os saquinhos que continham os malditos aparelhos para ver se não era o seu que tocava. O infeliz que não desligou a porcaria do celular estava sentado atrás de mim e usou os dentes para rasgar o saco plástico fornecido pela Cespe, até que finalmente conseguiu pegar e desligar o celular balbuciando desculpas. As fiscais de prova se entreolharam e acaba deixando por isso mesmo.

Gente, por pouco não me levantei indignado exigindo a expulsão do infeliz da sala de prova como previa o regulamento. Só não o fiz porque não tinha pretensão real pelo cargo, porque se tivesse faria sem sombra de dúvida.

Putz, em todo edital de concurso está determinado que celular ligado não pode ser levado para a sala de prova. No próprio local de prova há avisos disso. Antes de entrar na sala os fiscais avisam. E sempre tem gente que insiste em não prestar atenção em desligar o celular, que quando toca no meio da prova, quebra a concentração de todo mundo que está na sala.

Culpa das bancas – Falta às bancas darem mais destaque em seus sites, editais e locais de prova para a proibição de celulares, relógio digitais e demais aparatos eletrônicos nas salas de prova. Não custa fazerem uns cartazes grandes, se possível com umas caveirinhas como nos cartazes de perigo de vida para chamar a atenção.

Culpa dos fiscais – Os fiscais deveriam ser mais rigorosos com quem não respeita essas regras e cumprir o regulamento que prevê a expulsão dos candidatos que levarem celulares ligados (e demais eletrônicos) para dentro da sala de prova.

Culpa dos lerdos que fazem concurso – Que nem ao menos lêem o edital nem ouvem os fiscais sobre a proibição e acabam não só passando vergonha na sala de prova, quanto atrapalham todo mundo que está fazendo prova no mesmo local.

Não vou nem falar nesse artigo sobre os exóticos itens alimentares que algumas pessoas insistem em levar para comer durante a prova ou dos que não levam nem a caneta de cor certa para preencher o gabarito. Semana que vem vou escrever um artigo somente sobre esse assunto.

Tempos atrás, conversando com um amigo sobre o problema, ele sugeriu uma solução muito prática. “Basta dar um kit silenciador para os fiscais. Esse kit é simples, uma tábua de carne e um bom martelo. Quando um celular tocar dentro da sala de prova, basta o fiscal tomá-lo do dono, colocar sobre a tábua de carne e descer o martelo com vontade. Pronto, o retardado nunca mais esquecerá celular ligado dentro de sala de prova de concurso público”. Quem sabem com um procedimento desse tipo, o problema seria resolvido. É uma solução radical, eu sei, mas o incômodo que celular causa também é extremo em muitos casos. Não é à toa que na Europa já existe até campeonatos de arremesso de celulares, como mostra a foto no início do artigo.

Resumo da ópera - Acho que cabe a nós, concurseiros sérios, nos preocupar em fazer pressão para minimizar esse problema, já que resolvê-lo completamente é quase impossível. Fazemos isso enviando mails para as bancas solicitando providências quanto ao problema e, mesmo, martelando esse assunto em cursinhos, conversas, fórums, sites, onde quer que seja possível ressaltar a importância de não levar celular ligado dentro da sala de prova. Se muitos concurseiros sérios fizerem isso, as bancas serão mais rigorosas quanto ao problema e os lerdos que prestam prova vão acabar sabendo, de um jeito ou de outro, que isso vai prejudicá-los e a outros participantes do concurso.

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Música do dia
A música de hoje fez muito sucesso tempos atrás na voz de Rick Martin, mas essa versão é interpretada pelo não menos famoso Jon Secada, e se chama “She's All I Ever Had”.

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Se você tem alguma pergunta ou comentário sobre os artigos do blog, sobre os assuntos tratados ou mesmo sobre concursos em geral, não deixe de enviar que toda sexta-feira farei um "respondendo algumas perguntas". No que eu puder ajudar, contem comigo.

Fiscais de prova: Vestibulinho e burka


Nesse final de semana prestei as provas para analista e técnico do INSS, cuja banca foi a Cespe. Fiz isso mais como ferramenta de estudo (é sempre bom fazer provas de concursos) do que para realmente concorrer aos cargos, já que os salários oferecidos estão abaixo da minha meta.

De qualquer forma, foi muito bom prestar essas provas, pois consegui inferir coisas que serão muito úteis para os próximos concursos da banca que eu for prestar. Ao longo da semana vou compartilhar com vocês essas informações, que, espero, sejam tão úteis para vocês quanto serão para mim.

Começo falando de um assunto que incomoda muita gente em todo e qualquer concurso que seja organizado por qualquer banca, os fiscais de prova. Sim, aquelas pessoas que organizam as salas, distribuem as provas, colhem assinaturas e ficam andando para lá e para cá para evitar que haja algum tipo de fraude.

Vestibulinho

É muito comum em escolas primárias e secundárias as provas de admissão, os famosos vestibulinhos, pequenos vestibulares próprios para selecionar os melhores alunos. Algo que deveria ser adotado pelas bancas examinadoras como ferramenta de seleção dos fiscais de prova.

Todo concurseiro já está cansado de fiscais que não sabem dar informações corretas, que não têm a mínima noção de como fazer as coisas durante o concurso. Nesse concurso do INSS testemunhei várias dessas situações flagrantes de falta de informação e preparo dos fiscais de prova. Tudo bem que esse pessoal é contratado meio em cima da hora para a função e recebem instruções rápidas sobre as regras do certame, mas está na cara que muitos deles não prestam atenção e chegam ao local de prova mais desinformado que os próprios concurseiros.

Diante disso, o mais sensato seria que após o cursinho ministrado pela banca examinadora para esses fiscais, fosse aplicado um vestibulinho para comprovar que somente serão efetivamente contratados os que tiverem um desempenho mínimo, digamos, em dez questões sobre o que foi explicado acertem seis delas. Assim seria garantido um mínimo de preparo por parte dos fiscais de prova.

Burka

Concurseiro não é cego para fiscais de prova bonitonas, seja ele casado, solteiro, noivo, dedicado ou estressado. Logo, essas fiscais de prova são uma distração para muitos concurseiros e acabam atrapalhando tanto ou até mais do que carro de som tocando o funk do “creu” em volume altíssimo em frente ao local de prova, sol batendo na cara durante provas vespertinas, concurseiro sentado na carteira de trás chutando sua cadeira ou, até mesmo, concurseiros sem noção que levam até pizza para comer durante a prova (assunto que merecerá um artigo especial).

Nesse concurso do INSS aconteceu isso. Na prova para analista, tudo bem. Era um fiscal e uma fiscal, essa não muito bonita ou atraente. Tudo bem, não me distraiu e, acho, a maioria dos concurseiros que estavam na sala. Na prova para técnico, no entanto, uma das fiscais era realmente muito bonita e, para piorar, estava com uma blusa curta e calça apertada. “
Com esse mulherão zanzando pela sala não vou conseguir fazer prova direito”, confidenciou um colega concurseiro da carteira ao lado. Se ela me atrapalhou a fazer prova? Bem, eu estava na primeira carteira da fileira bem próximo do quadro negro, onde ela se espremia para passar de um lado para outro da sala ... sou concurseiro, mas não sou cego!

As concurseiras que estão lendo essa parte do artigo devem estar resmungando coisas do tipo “machista”, “homens são todos iguais” ou “eu não esperava isso de você”. Certo, como se vocês não prestassem atenção nos fiscais bonitões que tomam conta de muitas salas em muitos concursos. Uma amiga que prestou prova no mês passado reclamou exatamente disso. “
O fiscal era lindo, o irmão bonito do Gianechini. Quem disse que eu conseguia não dar uma olhadinhas para ele durante a prova?!”.

Claro que não devemos exigir que as bancas examinadoras contratem somente gente feia para serem fiscais de prova, não é isso. Devemos, sim, exigir que todos os fiscais vistam burka, isso mesmo, aquelas roupas que Problema resolvido.

Resumo da ópera – Essa semana será apertadíssima, já que tenho uma montanha e meia de matéria para revisar para a prova da CGU, que acontece no próximo final de semana (concurseiro não é poupado nem em domingo de páscoa). Diante disso, nada melhor que começar a semana de estudos com um artigo bem humorado, mas que não deixa de ser verdade. E que os concurseiros que nunca reclamaram do despreparo e/ou “gostosidade” das/dos fiscais, que atirem a primeira pedra.

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Música do dia


Hoje vou fazer melhor do que simplesmente dar o link para um música somente. Recentemente descobri através de um artigo em um site de tecnologia um site chamado Songza (http://songza.com), um tipo de Google para música. Basta você entrar no campo de busca com um músico, banca, gênero ou nome de música e pedir para procurar. O melhor está no resultado, que são faixas de música que você pode ouvir direito do site clicando sobre cada uma. Dá até para montar playlists (listas de músicas para ouvir em seqüência). O site está em inglês, mas o uso é intuitivo. Vale a visita.

Novo artigo na segunda-feira. Bom final de semana de estudos.


Dor de dente

No começo do mês surgiu algo que eu teria de resolver pessoalmente em outra cidade e que me tomaria um dia inteiro. Com duas provas para fazer no final do mês, uma montanha de matéria para estudar, exercícios para fazer e tal, pensei “depois da prova da CGU resolvo isso de uma vez”. Só que sexta-feira passada recebi uma ligação informando que o tal algo demandava atenção imediata e, portanto, eu teria de viajar antes do planejado, sob pena de ter muito mais trabalho e gastos para resolver o que tinha de resolver. Segunda-feira tive de viajar para cuidar disso. Resultado, perdi o dia todo de estudo.


No começo do mês comecei a sentir um leve desconforto em um dente. Soube de cara que era uma cárie. Mas com duas provas para fazer no final do mês, uma montanha de matéria para estudar, exercícios para fazer e tal, pensei “depois da prova da CGU resolvo isso de uma vez”. Ontem à noite o incômodo se transformou em dor. Liguei para o dentista cedo e ele daria um jeito de me encaixar pela manhã. Lá pelas tantas ligam da escola da filha dele, a menininha tinha levado um tombo. “Volte em torno das duas da tarde que eu te atendo”. O tempo demora a passar. Finalmente o diagnóstico, obturação infiltrada e cárie interna. Depois de anestesia, motorzinho, radiografia, cuspidas e uma conta de duzentos reais estou liberado para ir para casa pouco antes das seis da tarde. Resultado, perdi o dia todo de estudo.

Essa semana, crítica para as duas provas que prestarei, perdi dois preciosos dias de estudo porque deixei para hoje o que poderia ter feito ontem. O pior é que não sou o único a fazer isso, muitos concurseiros fazem a mesma coisa. Pior ainda, não somos culpados por isso. O problema é que quando entramos de cabeça na guerra dos concursos públicos, entramos para vencer, não pensamos em outras coisas. Por um lado isso é muito bom, pois concentração nos estudos é fundamental. Por outro lado é ruim, pois corremos o risco de nos estressar em demasia e, principalmente, deixar de fazer coisas aparentemente sem importância que no final cobrarão uma conta alta por não terem sido cuidadas quando e como deviam.

Esses dois dias pedidos serviram para me ensinar duas lições muito importantes.

1 – Tenho de tomar mais cuidado ao avaliar as coisas que tenho de fazer, de forma a evitar considerar problemas potencialmente complicados como sendo problemas sem importância.

2 - Devo saber selecionar com muito, mas muito cuidado o que posso deixar para resolver amanhã e o que tenho de resolver o mais rápido possível.

Uma viagem e um incômodo no dente me pareceram coisas bobas e que poderiam esperar, mas não eram nem bobas, nem puderam esperar. Agora vejo que outras coisas que considerei mais importantes há alguns dias poderiam muito bem esperar até depois da prova da CGU. Ou seja, fiz uma inversão de valores, uma avaliação mal feita, que no final cobrou sua conta salgada, dois dias de estudo.

Resumo da ópera – Infelizmente não há um manual contendo todas essas pequenas coisas que devemos saber para passar em concursos, coisas que vão além das matérias cobradas nos concursos. Temos de saber gerenciar o tempo, definir prioridades, saber escolher o melhor material, ter técnica para fazer prova, preencher gabarito ... isso aprendemos uns com os outros e com a experiência. Portanto, aprendam com meu exemplo e não caiam na mesma armadilha, que posso garantir, é sorrateira e dolorosa.

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Música do Dia
Hoje trago para vocês uma raridade fonográfica. Uma música de suspense de um disco antigo com narração do próprio Alfred Hitchcock, o mestre do cinema de suspense. O disco se chama "Music to be murdered by", mesmo nome da música, e foi lançado em 1958 pelo selo Imperial. Adoro o suspense e esfeitos sonoros dessa música, coisa que hoje já não se faz igual.

Ahhh, alguns leitores do blog pediram para eu colocar nessa seção um player, de forma que seja possível ouvir a música enquanto se lê o artigo do dia. Estou vendo como fazer, se rolar, semana que vem implemento.

Cuidado com o que desejar, concurseiro

Você já parou para se perguntar por que em praticamente todo concurso público sempre é chamado um número de candidatos aprovados muito maior que o número de vagas oferecidas? Digo, se há uma centena de vagas (considerando acréscimos posteriores no número de vagas apresentado no edital), muitas vezes são chamados candidatos aprovados até a 200ª ou até 300ª posição.

Certo, porque muita gente não assume a vaga. Mas por que motivos alguém faria um loucura dessas?c

Acredite ou não, o maior motivo de desistência é a conclusão por parte dos candidatos de que não é bem aquilo que eles queriam. Isso mesmo. As pessoas estudam muito, prestam provas, vão muito bem, são aprovadas e no final não assumem porque não era bem aquilo que elas queriam.

Não fique indignado com isso, pensando “eu não seria idiota assim”. Talvez você tenha escapado por pouco de desistir de assumir uma vaga em cargo público. Loucura? Não, infelizmente, não.

O filho de uma amiga da minha mãe vem estudando faz um bom tempo para concursos públicos. O cara tem somente segundo grau, está bem perto dos 40, tem esposa e filho pequeno. Cansado de ganhar pouco e trabalhar muito na iniciativa privada, resolveu prestar concursos. Essa semana ele recebeu a notícia que tanto esperava, havia sido aprovado em um concurso para carcereiro e tem até sexta-feira para levar os documentos necessários e fazer os exames médicos para ser empossado já semana que vem. Ontem à noite a mãe dele ligou para minha mãe, desesperada porque o cara está em dúvida se deve assumir o cargo. Apesar de ter sido designado para trabalhar em uma delegacia no interior, ele e a esposa estavam temerosos de todo esse negócio de violência nas cadeias, crime organizado, traficantes que ameaçam a família de funcionários das cadeias e prisões para obter regalias, drogas e celulares.

Há outro caso parecido que aconteceu no final do ano passado. Uma amiga formada em direito e que já estava na guerra dos concursos públicos há pouco mais de dois anos, finalmente passou em um concurso público para ser procuradora de um município do norte de Minas, bem perto da fronteira com a Bahia e Goiás. O salário era ótimo e o trabalho era exatamente o que ela queria. O problema é que a menina estava noiva e o noivo tinha trabalho fixo em São Paulo. Durante duas semanas ela não comeu ou dormiu direito por não saber o que fazer. Assumir o cargo e colocar em risco o noivado ou desistir do cargo pelo qual lutou tanto e continuar na guerra? Finalmente ela resolveu não assumir o cargo. O pior é que no final do mês passado desfizeram o noivado por outros motivos. No final ela ficou sem o cargo e sem o noivo.

Quero dizer com tudo isso que todo concurseiro deve pensar muito bem antes de fazer a inscrição para um concurso. Deve analisar com cuidado se é aquele tipo de trabalho que quer fazer e se está mesmo disposto a mudar para a cidade X ou Y. Não adianta nada ir se inscrevendo para um punhado de concursos de olho somente para o salário oferecido, sem considerar todos os outros fatores, para depois de muita luta, de muito sangue, suor e estudo, acabar não assumindo a vaga ou mesmo pedindo exoneração pouco tempo depois de assumir, porque deixou para trás coisas importantes demais para serem deixadas para trás, porque não se adaptou ao trabalho ou à cidade.

Dizem que quando se fala em concursos para trabalhar em Brasília, o número de desistências antes e logo após a posse é algo absurdamente elevado. Eu acredito que seja mesmo. Muita gente, simplesmente, não está preparada para o tranco que é mudar para uma cidade completamente diferente (porque Brasília parece estar em outro país, lá tudo é muito diferente das cidades comuns) para viver sozinho, ter de se virar por conta própria, fazer novas amizades, adaptar-se ao clima, ao modo de vida, ao trabalho.

Resumo da ópera – Tem um ditado que diz “cuidado com o que deseja, você pode ser atendido”. Essa é uma das grandes verdades da vida. Pior que nunca encontrar a lâmpada com o gênio que concede desejos, é encontrá-la, fazer o pedido, tê-lo concedido e, só então, descobrir que não era bem aquilo que queria. Então, pense com muito cuidado no que você quer para sua vida antes de decidir quais concursos públicos prestar, porque deve ser muito frustrante estudar, se aprovado e no final desistir da vaga.

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Música do Dia



Para hoje pensei numa música que tem tudo haver com o artigo que escrevi. “Genie in a Bottle” foi a música que lançou Christina Aguilera no mundo da música pop mundial. O single dessa música ficou cinco semanas no topo da Billboard. Como não achei onde está o mp3 da música, posto o clipe mesmo, que também é muito legal.


Não será dia 23, não será dia 23, ...

Muita gente pensa que estudar para concursos públicos é somente escolher os concursos que se vai prestar, separar o material de estudo listado no edital e então estudar com atenção total até a prova. Seria ótimo se fosse assim, mas não é.

O concurseiro tem de lidar com preocupações, medos, inseguranças e decepções como todo mundo. Infelizmente a vida não pára quando estamos estudando para concursos. Só que muita gente não se lembra disso ou mesmo não aceita quando acontece.

Em novembro do ano passado prestei prova para o concurso do Tribunal de Justiça de São Paulo, cargo de Escrevente Técnico Judiciário, para uma cidade do interior de São Paulo. Pelo gabarito fiz uma boa pontuação e tenho confiança de que serei convocado para a segunda fase, uma prova prática de digitação. Faz tempo que estou ansioso pelo resultado, como fico ansioso por todos os resultados. Passar nesse concurso e ser empossado no cargo significará trabalhar como servidor público das 12:00 às 18:00 (tempo de sobra para estudar para outros concursos) recebendo quase R$3 mil por isso morando em uma cidade com custo de vida baixíssimo (dinheiro de sobra para comprar material de estudo e prestar concursos em outros estados).

A previsão é de que o resultado da primeira fase e chamada para a segunda seja divulgado essa semana. De um lado será um alívio saber do resultado. De outro lado, porém, estou morrendo de medo. Não, não é medo do resultado, mas medo da data que a banca escolheu para realizar a segunda fase desse concurso. Explico. Se o resultado for mesmo divulgado essa semana, pela tradição da banca a data provável para realização da prova prática será no dia 23 desse mês, justamente no final de semana em que serão aplicadas as provas do concurso da CGU, para o qual também estou inscrito e venho me preparando faz um bom tempo.

Pensem bem. Estudar um tempão para um concurso e então descobrir que terá escolher entre ele ou as provas de segunda fase de outro concurso. O que fazer? Para mim não há dúvida, vou prestar a segunda fase do concurso do TJSP, mesmo porque nesse estou muito mais perto da aprovação. Mas que ficarei um pouco chateado por não prestar a prova da CGU, isso ficarei, principalmente que para esse concurso me inscrevi para concorrer a uma vaga em um setor no qual gostaria muito de trabalhar, “Prevenção da Corrupção”.

Infelizmente não posso fazer nada mais nada além de cruzar os dedos para que o resultado não seja divulgado essa semana ou se divulgado que marque a prova da segunda fase para outro dia que não o dia da prova da CGU. Enquanto isso não me canso de repetir o mantra dos últimos dias, “Não será dia 23, não será dia 23, ...”

Resumo da ópera - Quem entra de cabeça na guerra dos concursos públicos tem de estar consciente e preparado para encarar situações como essa, de ter de decidir entre dois concursos. Algumas vezes a escolha é fácil, muito fácil, outras vezes, são difíceis. Se estamos conscientes de que teremos escolhas difíceis pela frente, teremos também mais tranqüilidade para tomar a melhor decisão.

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QUADRO DE AVISOS

- Gente, perdão por não postar artigo ontem. Tive de fazer uma viagem não programada e acabei não voltando para casa senão tarde da noite, assim não tive como publicar um novo artigo como faço toda semana.

- Recebi algumas mensagens de gente que não está conseguindo baixar as músicas com sucesso. Testei todas e estão ok. Deve ser problema no download. Acontece. Se o arquivo não baixar totalmente ou vir com erro, tente fazer novamente o download não navegando ou baixando mais nada além do arquivo MP3, deve funcionar.


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