Quase

Saiu o resultado do concurso do Inmetro. Fiz quatro pontos a menos que a nota de corte para meu cargo. Não passei. Quem saber? Estou feliz. Claro que não é porque fui reprovado, porque não sou louco, mas porque agora sei melhor das minhas deficiências de estudo e isso me deixa ainda mais perto da aprovação em um cargo tão bom quanto o do Inmetro ou melhor.

Em geral, os concurseiros morrem de medo do dia da prova, mas têm verdadeiro pavor do dia da divulgação do resultado. Tem muita gente, inclusive, que já vai fazer a prova com medo do resultado, o que, claro, é um complicador e compromete o desempenho. Será que esse pessoal não se dá conta que isso é uma grande bobagem, um atraso de vida?

Vestibulandos têm algum direito de temerem as provas, afinal de contas, os melhores vestibulares acontecem somente uma vez por ano. Quem tem como objetivo ingressar na USP, na Unicamp, no Ita tem somente uma chance no ano. Não passou, terá de esperar o vestibular do ano seguinte. Eu vivi isso como muita gente viveu, muita gente vive. Mas com concursos públicos é diferente, já que concursos acontecem durante todo o ano, para todas as áreas. Há concursos, claro, que acontecem em intervalos maiores, mas aí entra o fato de que ter como objetivo um único concurso pode não ser a melhor estratégia.

É como o velho ditado popular do copo de água, que algumas pessoas vêm como meio cheio e outras como meio vazio. Quem vê uma reprovação em concurso público como um copo meio vazio sempre terá motivos para se lamentar, para chorar, para se desesperar, para querer desistir, achar que não tem chance. Agora, quem vê uma reprovação como um copo meio cheio, ficará feliz por ver a reprovação como um sinal de que a aprovação está mais próxima, porque analisará a derrota buscando as fraquezas que corrigidas não impedirão mais a vitória.

É tudo uma questão de confiança na própria capacidade e no quanto e como se está preparando para as próximas provas. As reprovações são preciosas para ajudar a corrigir o curso dos estudos, saber quais matérias se sabe mais e quais precisam de mais atenção. Simulados ajudam a dar uma idéia dessas correções necessárias, mas somente provas reais proporcionarão informações exatas.

Há dezenas de artigos e livros que dizem que a reprovação não deve ser um fator de desmotivação para o concurseiro. Muita gente fala nisso, muita gente escreve e comenta sobre isso, pena é que pouca gente aplica isso em sua vida. Se não fosse dessa maneira, não seriam tão comuns as mensagens de desmotivação de concursandos reprovados, gente em desespero que está a ponto de desistir. Porque? Porque desistir é mais fácil que corrigir os erros e continuar lutando.

Como diz o guru William Douglas, concursos públicos é uma fila organizada segundo o quanto se sabe. Quem sabe mais está na frente, que sabe menos está no final. A fila anda, quem sabe mais é aprovado e dá lugar para quem está atrás. Não é porque você não estava na primeira, na segunda, na décima leva de aprovados, que deve pensar em desistir. Imagino quantos ótimos concurseiros na boca da fila, que seriam aprovados no próximo concurso que prestassem, não foram aprovados simplesmente porque desistiram. Isso, sim, é morrer na praia. O cara nadou, nadou, nadou, quando ia tocar a areia da praia, se deixou afogar achando que ainda estava em alto mar. Morreu e deu lugar para o concurseiro que vinha logo atrás e continuou nadando.

Se você for reprovado em algum concurso, não se dê um segundo para lamentar. Ao invés disso, analise friamente o motivo da reprovação, em quais matérias você não foi tão bem, que tipo de questões errou. Se fazer isso parece difícil, pense que se você não fizer, alguém fará e poderá com isso passar na sua frente na fila dos aprovados em concurso público. Você vai deixar? Eu, não.

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DICAS

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Risco de vida OU risco de morte?

Tanto faz. As duas formas são corretas.

Argumentos de quem defende o risco de morte:
1o) O risco é de morrer, e não de viver;
2o) O risco é uma palavra de carga negativa, ou seja, sempre corremos o risco de uma coisa ruim: corremos o risco de sermos demitidos, e não sermos promovidos; o risco é de cair para a segunda divisão, e não de ser campeão; ninguém corre o risco de ganhar na loteria, mas corre o risco de ser assaltado. Assim sendo o risco seria da morte, e não da vida.

Argumentos de quem defende o risco de vida:
1o) O que está em risco é a vida, e não a morte;
2o) Há uma elipse do verbo. Está subentendido “risco de perder a vida”.

Não é, portanto, um caso de certo ou errado. As duas formas são possíveis.

Há, entretanto, um fato poderosíssimo a favor do “risco de vida”: é indiscutivelmente a forma mais usada. O uso de “risco de morte” causa muita estranheza.

Em razão disso tudo, a forma preferencial deve ser RISCO DE VIDA.

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