Mudança de ares para espairecer um cérebro cansado


Ser concurseiro sério significa passar a conviver com uma boa dose diária de obsessão. Isso mesmo, porque concurseiro sério é obcecado por estudar mais e melhor, pois sabe que esse é o único caminho que leva a vitória na guerra dos concursos públicos. Só que como quase tudo na vida, mesmo esse tipo de obsessão boa tem seus efeitos colaterais, alguns deles bastante prejudiciais, como a tendência ao isolamento, desânimo e depressão. Sim, essa obsessão pela vitória transtorna a vida de muitos concurseiros sérios, muitos mesmo.

Pois bem, o concurseiro deve, então, saber trabalhar esse lado negativo da obsessão pela vitória na guerra dos concursos públicos, compensá-lo, anular seus efeitos negativos. Isso se faz, principalmente, evitando o isolamento. Notem que quando falo isolamento, não me refiro ao concurseiro neurótico que fica trancado o tempo todo no seu quarto estudando, tendo contato mínimo com quem quer que seja. Não, refiro-me também a um isolamento mais sutil, o isolamento dentro de um mesmo círculo de amizades (ter apenas amigos concurseiros). Se você tem contato em grande parte apenas com outros concurseiros, então estará isolando-se e também furtando-se da oportunidade de ventilar os gases tóxicos da obsessão concurseira que é proporcionado com o contato com pessoas e atividades que nada têm a ver com concursos públicos.

Ontem foi feriado na cidade onde moro, um feriado municipal. O que fiz nesse dia? Acompanhei minha namorada a São Paulo para um dia de compras e bate perna atrás de roupas, itens de decoração e tal. “Andei pior que notícia ruim” como se diz por aqui, mas foi compensador. Essa mudança de ares me ajudou imensamente a ventilar minha rotina. É mais ou menos como trabalhar dentro de uma garagem onde há uma moto ligada que aos poucos vai saturando o ar com monóxido de carbono do escapamento e então, um belo dia, desligar a moto, abrir todas as portas da garagem para o ar circular e sair para dar um passeio no parque que durou o dia todo.

Todo concurseiro sério deve fazer isso de vez em quando. Não é algo aconselhável de se fazer, é necessário e ponto final. Não adianta nada ficar naquela neura de que é preciso estudar vinte e quatro horas por dia, sete dias por semana, o ano todo. Calma, gente, que a guerra dos concursos públicos é uma guerra de atrito, longa, desgastante, onde a estratégia de médio e longo prazo que são os personagens principais. Já conheci alguns concurseiros que entraram de cabeça nos estudos, parando apenas para comer e dormir, mas conseguiram levar essa vida no máximo um ano antes de caírem doentes ou em depressão, que não deixa de ser também uma doença.

Nesse ponto acho que muitos concurseiros que escrevem dicas e métodos de estudo para concursos públicos pecam, proclamando que é preciso estudar todo e qualquer minuto disponível. Assim pode-se até estudar com seriedade, mas não com responsabilidade. É como disse um professor de cursinho numa palestra que assisti relatando o caso de uma aluna dele que foi aprovada em um dos primeiro lugar de um concurso nacional muito disputado, mas que rodou no exame de saúde porque não se cuidou durante o período em que estudou, “concurseiro morto não toma posse”.

Resumo da ópera – Respeite os limites do seu corpo e do seu cérebro, mesmo porque eles existem independente da sua gana de vencer logo a guerra dos concursos públicos e ser empossado. Vão por mim, não a nada melhor para os estudos que um dia por mês de folga não-programada fazendo coisas que não tenham nada a ver com concursos públicos, é um santo remédio.
Charles Dias é o Concurseiro Solitário.

IMPORTANTE - Os textos publicados nesse blog são de inteira responsabilidade dos seus autores em termos de opiniões expressadas. Além disso, como não contamos com um revisor(a) de textos, também a correção gramatical e ortográfica é de inteira responsabilidade dos mesmos.

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CLIPE DO DIA



Em apresentação recente do The Marcels, seu maior sucesso e clássico dos anos 60 "Blue Moon".

A Polêmica Resolução – Parte I

Olá amigos! Mais uma vez escrevo-lhes, porém agora sobre um tema muito especial. Confesso que o título não interessará todos vocês, vez que é especialíssimo. O artigo de hoje é sobre a polêmica resolução do Conselho Nacional de Justiça.

Já adianto a vocês que, em razão do tamanho da Resolução (20 páginas), o assunto será separado em partes.

Antes de tudo, a tão falada resolução veio para resolver alguns problemas com relação à magistratura nacional. O primeiro deles é a uniformização dos concursos públicos para a magistratura em todas as esferas, ou seja, estadual, federal, militar e trabalhista. A bagunça era generalizada e delicada, pois enquanto alguns Estados exigiam prolações de sentenças como fases do concurso, outros somente ficavam nas simples questões dissertativas. Enquanto alguns Estados produziam todas as provas e fases do certame, outros deixavam quase todo o trabalho a cargo das (des)organizadoras.

Hoje, isso acabou. As fases serão idênticas para todos os Estados e, mais ainda, para todos os tipos de concursos para a magistratura, respeitando-se sempre cada área, de acordo com as matérias previstas nos Anexos da Resolução.

Vamos ao quadro atual: serão 5 etapas. Não tratarei de todas neste artigo, mas sim da 1ª e 2ª etapa. A primeira etapa será a prova objetiva, de caráter eliminatório e classificatório. Algumas novidades: hoje só poderá ser cobrada nas questões a doutrina dominante ou versando sobre a jurisprudência dos tribunais superiores (STJ, STF, TST, STM e TSE). Frisei, porque era muito comum que algumas provas, inclusive as do TJSP, era cobrado os entendimentos do Tribunal Estadual ou Regional em questão. A determinação visa deixar os exames os mais justos possíveis, pois assim a magistratura nacional andará em um só entendimento em todo o Brasil. Outro dado importante é que ficará limitada a quantidade de candidatos que passarão para a 2ª fase: nos certames com até 1.500 inscritos (o que acho praticamente impossível que aconteça), somente passarão os 200 candidatos que obtiverem a maior nota após o julgamento dos recursos. Então, pessoal, a batalha só estará perdida após o julgamento dos recursos. Até lá, a esperança deve continuar viva! De outro lado, os concursos com mais de 1.500 inscritos, classificar-se-ão os 300 candidatos que obtiverem a maior nota após o julgamento dos recursos. Você deve estar pensando: o quê? Só 200 ou 300 para a outra fase? Calma! Nem tudo está perdido. Serão classificados, também, os empatados na última colocação, mesmo que ultrapasse o limite anteriormente citado. Assim sendo, se se classificarem 300, porém, empatarem 200 na última posição, todos os 500 irão para a próxima etapa. Na primeira etapa, as provas versarão sobre o bloco respectivo para cada área do Poder Judiciário discriminado nos Anexos da Resolução. Assim sendo, fica excluída, na 1ª etapa, questões sobre as noções gerais do direito e formação humanística. Falaremos delas quando estiver dispondo sobre a 2ª etapa.

Para fechar os comentários sobre a 1ª etapa, algo importantíssimo: hoje, a organizadora cuidará ou não (ficará a critério dos Tribunais respectivos contratar ou não as organizadoras) das questões da primeira etapa; as outras etapas seguirão sob responsabilidade estrita do órgão que faz o concurso. Friso isso, pois antes da Resolução, muitas segundas fases eram produzidas pela organizadora. Atualmente isto está expressamente vedado (“Art. 29. Os tribunais, nos termos da lei, poderão celebrar convênio ou contratar os serviços de instituição especializada exclusivamente para a execução da primeira etapa do concurso”).

A segunda etapa, de caráter classificatório e eliminatório, tem mudanças substanciais, principalmente aqui no Estado de São Paulo. Antes da Resolução, a 2ª fase eram somente questões dissertativas e de resolução de situação-problema e, como dito, em outros Estados somavam-se essas questões mais as sentenças. Agora haverá duas provas: uma dissertativa e outra de prolação de sentença, cada qual na sua área. Na estadual, por exemplo, será uma sentença cível e outra criminal.

A novidade nessa 2ª etapa é que aqui será cobrada matéria nova para algumas áreas, pois na esfera federal algumas dessas matérias já eram cobradas, mesmo que superficialmente. Assim sendo, apresento-lhes as matérias Sociologia do Direito, Psicologia Judiciária, Ética e Estatuto Jurídico da Magistratura Nacional (até a produção deste artigo, não tive notícias da existência do referido Estatuto; somente a velha LOMAN, Lei Orgânica da Magistratura Nacional), Filosofia do Direito e, por último, Teoria Geral do Direito e da Política. No Anexo VI da Resolução é possível se ter uma pequena noção do que seriam essas matérias, mas caros amigos concurseiros, somente o tempo nos dirá do que realmente se tratam e o que será cobrado nas provas vindouras da magistratura, vez que essas matérias são extremamente extensas.

Resumo da ópera: Depreende-se da nova resolução que modificações substanciais virão para aqueles que visam a magistratura. O que se pode dizer, por enquanto, é que o candidato a esse nobilíssimo cargo terá que ter muita força de vontade, disposição, coragem e persistência, para que as novas matérias sejam devidamente digeridas e entendidas. Boa sorte e bons estudos a todos!

A segunda parte desse artigo será publicada no final de semana. Não deixe de conferir.

Jerry Lima, um concurseiro profissional

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Alguns assuntos do blog

Hoje vou tratar de alguns assuntos relacionados com a administração desse blog e suas atividades, ao invés de escrever sobre concursos públicos como faço diariamente ou postar o artigo enviado por algum leitor. É, gente, de vez em quando é preciso tratar desses assuntos administrativos, mesmo para dar uma satisfação para quem envia mensagens com sugestões e até uma ou outra reclamação.

Vamos lá.

Fórum dos leitores

Semana passada surgiu um movimento de "fórum já" no shoutbox e atendendo aos pedidos, aproveitei um tempinho de folga para criar e configurar um fórum para os leitores em um servidor gratuíto. O resultado ficou legal e tudo o mais. Só que até hoje, uma semana depois, pouco mais de vinte pessoas se cadastraram e o danado praticamente não foi utilizado.

Bem, gente, o fórum está criado e totalmente funcional, cabe a vocês utilizá-los. Lá somente farei a administração, moderação e participarei das discussões que achar interessante. De qualquer modo, se até o final do mês a ferramente não vingar, é só deletar a conta.

Artigos enviados para publicação

Uma coisa que acho muito legal nesse blog é que sempre há artigos de leitores chegando por email. É muito interessante o modo como vocês estão cada vez mais querendo participar da rotina de postagens. Adoro isso, principalmente porque passei a ter os finais de semana livres, pois programos durante a semana os artigos que irão ao ar no sábado e domingo e tá pronto.

Encorajo a todos que pensam em enviar artigos para publicação no blog para que o façam. Pode demorar um pouquinho para serem publicados, mas com certeza o serão. Além disso, todos que já escreveram para o blog concordam que é algo muito bom, muitas vezes um verdadeiro banho de ânimo poder compartilhar com outros suas dificuldades, alegrias, derrotas e vitórias, e através dos comentários de quem lê ter a certeza de que não se está sozinho.

Algumas coisas que faltam no blog

Estou devendo algumas coisinhas no blog para facilitar a vida de vocês, leitores. Preciso recolocar aquela ferramenta de pesquisa de artigos, um box com o email do blog, voltar a fazer enquetes ... Parece pouco, mas no final são coisas que tomam tempo, algo que menos tenho sobrando, além de grana, claro, hehehehehe ...

Calma que já fiz uma lista de "coisas a fazer no blog" que vou implementar até semana que vem. Se vocês tiverem alguma sugestão de algo que falta, por favor, me dêem um toque.

Problemas no shoutbox

Vocês já devem ter notado que coloquei um aviso junto ao shoutbox (a ferramenta de comentários rápidos do blog logo abaixo da nuvem de assuntos) e que também agora só posta quem cadastrar um nome e senha. Fiz isso porque recebi algumas reclamações em relação a um certo bate-boca que aconteceu semana passada por lá, algo que recebi com grande desagrado.

Putz, gente, o shoutbox não foi feito para ninguém ficar cutucando ou alfinetando ninguém. Tudo bem que todos os concurseiros estão prestes a um ataque de nervos, mas isso não é justificativo para transformar uma ferramenta muito útil de troca de comentários e informações em um ringue de troca de alfinetadas!

Novidades no forno

Estou com algumas novidades para vocês no forno e logo as poderei apresentar. São projetos muito práticos e que, com toda certeza, ajudarão vocês a poderem estudar melhor. Para isso estou tendo a ajuda de alguns leitores, a quem agradeço antecipadamente.

Resumo da ópera - Como gosta de dizer uma amiga ex-concurseira, hoje feliz servidora pública no Rio de Janeiro, "that´s all, folks". Basicamente era sobre isso que queria conversar com vocês e amanhã voltamos a nossa programação normal.

Charles Dias é o Concurseiro Solitário.

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CLIPE DO DIA



O clipe de hoje mostra uma das melhores apresentações ao vivo da desaparecida diva da música Tina Turner, interprestando a música "Proud Mary". Vale a pena assistir e absorver a energia da mulher no palco.

Concurso oferece 887 vagas ... você vai?


A Polícia Civil de São Paulo inicia hoje as inscrições do concurso que visa preencher 887 vagas de investigador de polícia para municípios da Grande São Paulo, interior e litoral do estado, com exceção da capital. O salário inicial da carreira é R$ 2.182,52”, esse é o início de um artigo no site do Jornal dos Concursos sobre mais um dos grandes concursos do ano em termos de número de vagas oferecidas.

Afinal de contas, o que faz um investigador de polícia? Peçamos ajuda à Wikipedia. “Investigador de Polícia é o agente da autoridade que pratica os atos externos de polícia repressiva e ostensiva especializada. É uma carreira privativa da Polícia Judiciária (sejam as Polícias Civis estaduais ou a Polícia Federal). Por ter a atribuição de realizar atos investigatórios próprios da Polícia Judiciária, o Investigador é o policial civil que, efetivamente, acaba tendo o maior contato com as infrações criminais antes, durante e após suas realizações (...)O Investigador de Polícia é uma figura especial nos quadros da organização Policial Civil, sendo sua ação muito importante, e até decisiva, nos trabalhos de Polícia Judiciária, pois cabe a ele a tarefa de levantar os meios de provas, trazendo-os para os autos do Inquérito Policial”.

Esse é um dos concursos que vejo criar uma grande comoção entre muitos concurseiros, despertar paixões e tal, mas que acaba atraindo o interesse de muita gente que não tem nada a ver com o perfil necessário para o cargo. Algo similar acontece com o cargo de Oficial de Justiça, que tem um concurso grande acontecendo também em São Paulo, para Policial Militar, para as Forças Armadas e por aí vai.

Já contei aqui o caso de um parente que prestou um concurso para Agente Penitenciário, passou, foi empossado e não ficou dois meses no cargo, pedindo exoneração rapidinho já faz uns seis meses, e até hoje amarga algumas dívidas pesadas (a primeira coisa que fez ao receber a primeira remuneração foi financiar um carro!) e as críticas de familiares e amigos no melhor estilo “mas como você pode abrir mão de um cargo público!?”. Não duvidem, isso acontece muito nessas carreiras militares e de segurança justamente porque muitos concurseiros não pensam com cuidado antes de optarem por prestar esses concursos.

Muitos concurseiros, no desespero de ser empossado logo em um cargo público, se esquecem de que se um cargo burocrático não é muito diferente de outro, como acontece com analistas e técnicos administrativos, ingressar numa carreira militar ou de segurança é algo completamente diferente.

Uma coisa era ser policial ou Oficial de Justiça no Brasil dos anos 70, quando 90% dos bandidos eram “pés de chineno”. Outra coisa é seguir a carreira no Brasil de hoje, onde o crime organizado está presente nas capitais e interio, onde armas de guerra são usadas indiscriminadamente pela bandidagem. O cara tem de gostar das atribuições do cargo, tem de ter o perfil correto para exercê-lo, senão vai, sim, “pedir pra sair” rapidinho como esse parente meu.

Resumo da ópera – Não deixe que a frustração de ainda não estar empossado o leve a prestar qualquer concurso indiscriminadamente. Evite se veja “saindo da frigideira para cair no fogo”, ou seja, finalmente alcançar a vitória na guerra dos concursos públicos para logo depois descobrir que o cargo em que foi empossado não tem nada a ver com você e que o melhor será pedir exoneração. Agora, se você tem o perfil necessário para o cargo, vá com força e estude com confiança, porque você já tem metade do que é necessário para ser vitorioso e feliz na sua futura vida profissional como servidor público.

Charles Dias é o Concurseiro Solitário.

IMPORTANTE - Os textos publicados nesse blog são de inteira responsabilidade dos seus autores em termos de opiniões expressadas. Além disso, como não contamos com um revisor(a) de textos, também a correção gramatical e ortográfica é de inteira responsabilidade dos mesmos.

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CLIPE DO DIA



Nos últimos anos o clássico tango argentino vem sendo reinventado por diversos grupos e orquestras (não somente argentinos), que vêem injetando oxigênio num estilo musical muito agradável e romântico. É o caso da Mandragora Tango Orchestra, que nesse clipe de uma apresentação ao vivo mostra todo seu talento, infelizmente não há indicação do nome da música tocada.

Como venci a guerra dos concursos públicos

A pedidos, contarei neste artigo minha saga para ser aprovada nos concursos de analista do TRT e Advogado da União.

Primeiramente, gostaria de ressaltar que não existe concurso fácil, isso é fato, mas meu relato é feito principalmente para aquela parcela de concurseiros que prestam concursos juridicos tidos como mais complicados, por envolverem além de uma prova objetiva, também uma dissertativa (ou três, como foi o caso da AGU) e uma prova oral. Sem dúvida exigem uma preparação que extrapola a resolução de questões objetivas, pois cada fase necessita de um enfoque diferente.

Logo que me formei, tomei a decisão de prestar um dos concursos da AGU, que envolve 3 carreiras (procurador federal, procurador da fazenda nacional e advogado da União). Quando tomei minha decisão, a bendita prova oral não existia em nenhum desses concursos, e os dois últimos realizados (PF e PFN) tinham aprovado, em 2007, umas 1000 pessoas cada um. Aí lá vou eu toda animada estudar. Meses depois fiquei sabendo que a AGU resolveu incluir a prova oral em seu concurso, e dificultar o concurso como nunca tinha feito em sua história: colocou um mínimo por grupos na prova objetiva, o que eliminou muita gente boa, e decidiu que somente 430 pessoas (5x o número de vagas) passariam para a segunda fase (foram 24.000 inscritos). Na fase dissertativa, colocou três provas discursivas e disse que somente 258 (3x o número de vagas) passariam para a fase oral. Passei uma fase de desespero principalmente pela prova oral, porque sempre detestei falar em público, tenho dificuldade, e nunca fui boa em oratória. Poderia ter desistido ali mesmo. Mas resolvi continuar e lutar. Em outro artigo falarei sobre isso.

Primeiramente, fiz um planejamento de estudo a longo prazo. Peguei o edital das 3 carreiras que são mais ou menos parecidos, e eu não sabia qual deles sairia primeiro, e fiz um “editalzão” com todo o conteúdo. Verifiquei que levaria cerca de um ano para esgotá-lo. Em seguida, fui pesquisar bibliografia na internet e achei, principalmente no fórum do Correioweb, indicações de outros concurseiros que já estavam na jornada há mais tempo. Daí montei minha bibliografia, optando por livros mais resumidos e direcionados a concursos para certas matérias, e por outros mais completos para aquelas que são a alma do concurso e, portanto, cobradas de forma mais profunda, em todas as 3 fases. Fui comprando os livros aos poucos. Por essa razão, meu planejamento envolvia o estudo global de uma matéria. Eu só passava para a matéria seguinte quando a anterior tinha sido esgotada. Comecei pelas matérias tidas como “menores”, como financeiro, econômico, previdenciário, ambiental, direito internacional – em minha cabeça, as mais importantes tinham que estar mais frescas no momento da prova. Distribuí as matérias em meses ou semanas, a depender do tamanho de cada uma, por exemplo: dei 1 semana para direito econômico, 1 semana para financeiro, mas 6 semanas para processo civil.

Minha técnica se resumia ao seguinte: eu fazia cursinho pela manhã (o cursinho duraria uns 10 meses) e à tarde estudava seguindo meu planejamento, independente das aulas do cursinho. Dessa forma, garantia que a matéria seria vista pelo menos 2 vezes: uma nos livros e outra nas aulas. Estudava através de metas, não de horas: como eu tenho problema de concentração, perco muito tempo distraída, então horas não significam estudo aproveitado. Pegava o número de páginas do livro e dividia pelo número de dias de estudo (segunda a sexta). Dava, por exemplo, 50 páginas por dia. Lia grifando (com cores diferentes) as partes que achava importantes e possíveis de serem cobradas em prova. Utilizei também associações mnemônicas ridículas que eu inventava na hora, quando precisava decorar alguma coisa que achava impossível. Fazia também desenhos insanos nos livros, tudo que ajudasse a gravar as coisas. Em seguida, finalizada a leitura das páginas, passava para a leitura de lei seca: mesmo esquema, quantidade de páginas do vade mecum relativas à matéria dividida pelos dias. Não lia os artigos correspondentes ao assunto que tinha estudado no dia, no livro, porque é vantagem ver o mesmo assunto em ocasiões diferentes. Isso ajuda a consolidá-lo na cabeça.

Tentava decorar o máximo possível cada artigo, também grifando quase todos com cores diferentes e colocando asteriscos naqueles mais cobráveis (não preciso falar a alegoria que ficou meu vade mecum, né? Dói o olho só de abri-lo... rs). No fim do dia, relia todos os grifos, tanto do livro quanto da lei seca. E também lia os informativos dos últimos dois anos, relativos ao assunto que estudei no dia - isso facilita a compreensão deles. Usei os livrinhos do Roberval Rocha. Também ia grifando as passagens importantes (atualmente tais livrinhos já vêm grifados...). No dia seguinte, antes de começar a ler novas páginas, relia pela terceira vez os grifos do livro e da lei seca do dia anterior. Sim, também tenho o mesmo problema de todos os concurseiros, de esquecer facilmente o que estudei. Por isso que revisar e revisar é a chave. Mais pra frente vou falar como isso me ajudou principalmente na prova objetiva, e me rendeu uma excelente classificação na fase objetiva da AGU (fiquei entre os primeiros).

Os sábados eu reservava para a leitura dos informativos novos do STF e STJ, o que fazia em algumas horas e ficava com o resto do dia livre. No começo, ler tais informativos é realmente maçante, mas juro que com o tempo isso é integrado à sua rotina e você se acostuma com a linguagem e passa até, em alguns casos, a achar interessante. Fazia resumos dos informativos (na verdade cortava e colava as partes importantes e separava por matéria, isso para revisar mais tarde). Aos domingos, revisava o caderno do cursinho da semana, também não me custava mais que algumas horas. Portanto, nos fins-de-semana dava tranquilamente para sair à noite ou até à tarde, se me organizasse.

Segui esse ritmo durante mais ou menos 1 ano. Em novembro de 2008, saiu o edital para advogado da União, e eu tinha praticamente o esgotado.

Quando saiu o edital, adotei nova técnica: a revisão total. Contei os dias que faltavam (inclusive sábados e domingos, foi regime intensivo) até a prova e os dividi para revisar, apenas, os livros, a lei seca, os informativos e as súmulas. Dividi o tempo em dois blocos: Bloco 1 somente para doutrina e Bloco 2 somente para lei seca. Na revisão de doutrina, reli apenas as partes grifadas dos livros. O que eu achava que era importantíssimo e precisava estar na ponta da língua, escrevi em folhas de ofício para reler (de novo) faltando poucos dias para a prova. Na revisão da lei seca, revi praticamente todos os artigos (exceto os que não estavam grifados, por eu não ter achado importantes). Também escrevi em papel ofício todos os números dos artigos que eu achava que tinha que saber de cor e salteado no dia da prova, e também aqueles que eu tinha dificuldade em decorar, pra reler novamente nos últimos dias. Terminado isso, deixei uns 3, 4 dias para reler meus resumos de informativos e as súmulas.

Na penúltima semana, resolvi umas 50 provas do CESPE (peguei tudo pela internet). Na verdade, não resolvi: resolver demanda tempo demais. Eu lia a prova e via imediatamente a resposta no gabarito. Para mim deu o mesmo efeito, ver o que eu não sabia, ver meus erros, e me familiarizar com o tipo de questão do CESPE. E tudo isso em muito menos tempo do que levaria se fosse resolver realmente. Na última semana peguei apenas aqueles papéis ofícios da revisão e reli o que tinha escrito e, finalmente, na véspera e antevéspera, dei uma última olhada nos artigos de lei que eu tinha anotado nos papéis. Isso fez com que eu fosse pra prova com a lei seca fresquíssima na cabeça, o que foi ESSENCIAL para obter uma alta pontuação. Outra dica: releiam (novamente, não é para estudar só uma vez) as leis especiais também na véspera. Dará o mesmo efeito de sedimentar o decoreba na cabeça, e SIM, aquela lei especial exótica que tá no edital VAI cair, todo mundo vai errar e você vai acertar porque releu na véspera. O pensamento de que “não vou estudar isso, não vai cair, tem coisa mais importante para eu estudar agora, é impossível esgotar o edital” não é de concurseiro sério e vencedor.

Consegui, como dito, uma excelente pontuação na primeira fase, seguindo exatamente esta técnica. Daí,vieram as demais fases do concurso, que vou deixar de lado pelo menos por enquanto. Hoje estou aprovada no concurso de Advogado da União, subsídio inicial de R$ 14.500. Tudo indica que chamarão todos os aprovados, e logo.

Como podem ver, levei um ano estudando para apenas um tipo de concurso, com foco total. Claro que o mesmo pode ser feito, por exemplo, por quem almeja carreira de analista de TRT, ou de TRE, ou TRF, já que os os editais são parecidos. O negócio é não ser um concurseiro franco-atirador, que não sabe o que quer, faz tudo o que aparece, e só pega o edital do concurso pra olhar quando ele sai. Quem eu conheço que seguiu esse caminho tá até hoje sem aprovação.

No meio do meu estudo pra AGU fiz um concurso de analista judiciário do TRT apenas por fazer, já que a prova seria em minha cidade, e também consegui passar. Devo ser nomeada na próxima leva. Isso porque o edital da AGU, por sem amplíssimo, abrangia quase todo o edital do TRT. Detalhe: Fui péssima na parte da prova do TRT que não estava no edital da AGU.

Meus colegas a quem eu já expliquei minha técnica brincam dizendo que ela é quase matemática, de tão planejada, porque é tudo anteriormente divididinho, quase robótico. Mas só consigo ter a sensação de que estou alcançando algo se fizer assim, nunca conseguiria me focar se fosse estudar ao Deus dará, meio que na doida. Com tudo dividido, se você cumprir, é muito difícil que dê errado, pois até a prova você vai ter visto o mesmo assunto várias vezes, de formas diferentes – tanto que eu decorei exatamente a localização no livro e no vade mecum e a cor que grifei a maioria dos conteúdos.

Resumindo - Se me perguntassem, hoje, qual o segredo da aprovação, eu diria: dedicação, esforço, foco, planejamento e FÉ.

Babi Gomes é uma concurseria que fez por merecer a vitória!

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Os dois lados da moeda


Certo dia um dos leitores e visitantes do blog sugestionou que alguém escrevesse sobre a rotina de quem trabalha e estuda, pois sem dúvida deve haver muitos concurseiros nessa situação.

Bom, eu já estive em ambos os lados: tanto naquele que somente estudava o dia inteiro enquanto cursava a faculdade e posteriormente o lado que rala estudando e ao mesmo tempo trabalhando.

Eu costumo dizer que tudo em nossa vida ocorre exatamente da maneira que deve acontecer, nem mais nem menos, a não ser se você desperdiçar as chances que ela (vida) te dá.

Iniciei a faculdade estudando cerca de 2 a 3 horas líquidas por dia, sem técnica alguma, diga-se de passagem. Fui aumentando as horas com o passar do tempo. Confesso que até ingressar no curso superior nunca fui muito de estudar; fazia mais parte da turma dos preguiçosos (risos). Mas ao iniciar Direito me apaixonei pelo curso e comecei a me dedicar de verdade.

No meio do meu curso, passados dois anos e meio, eu já tinha a invejável marca de sete horas por dia de estudo após minhas aulas; caso as contabilizassem dava um total de 11 horas e meia de estudo puro no dia.

O grande problema era que circunstancialmente ocorria um desânimo de minha parte; aquela sensação de achar que a vida está parada, que você nunca evolui e que nada muda; em outras palavras: rotina!

A rotina bate forte na vida daqueles que só estudam, pois vira uma mecânica infindável: você chega no seu local de estudo, abre os livros e manda bala. Nada muda; tudo igual!

Porém, dou graças a Deus por ter tido esse tempo tão precioso, o qual me ajudou e muito a ter uma ótima base para enfrentar minhas primeiras batalhas (principalmente o exame da OAB). Às vezes somos tão ansiosos que não conseguimos enxergar o quão importante é vivermos algumas situações em nossas vidas.

Pois bem, terminada a faculdade, enfrentado o exame da OAB, ingressei nessa em julho do ano passado. Aí sim minha vida mudou radicalmente.

Pessoal, aqui eu friso que algumas mudanças levam muito tempo para nos readaptarmos e, mesmo que naquele momento pensemos que não conseguiremos passar por aquilo, tenha paciência, por mais difícil que seja, pois você irá se acostumar e o melhor: se adaptar.

Comecei a trabalhar efusivamente em um escritório de advocacia, fazendo a parte criminal e a parte de Fórum, no externo. Tomava-me muito tempo o trabalho. Comecei a ter que buscar alternativas para o meu estudo, pois é isso que o concurseiro deve ser sempre que há algo “atrapalhando”: ser um camaleão!

Assim, comecei a estudar escorado nos balcões dos Cartórios, sentado nos bancos de espera dos Fóruns, aproveitar ao máximo as aulas do cursinho que ingressei posteriormente e, é lógico, a maximizar meu tempo; ou seja, fazer o meu trabalho com qualidade sim, mas sem perder tempo.

E foi assim que comecei novamente a conseguir estudar 2, 3, 4 até 5 horas por dia. É claro que isso significa sair mais ou menos dez horas e meia da noite do trabalho, pois depois que terminava o meu serviço ficava estudando, aproveitando o computador da empresa.

Me desesperei como qualquer ser humano normal ao iniciar meus dias de trabalho, pois em um primeiro momento eu não tinha tempo nenhum. Parecia que tudo daria errado. Passei dias e mais dias de estresse total, pois não conseguia estudar. E aquilo parecia que iria minar totalmente a minha confiança e esperança de um dia tomar posse em um bom cargo público.

Ocorre que quando você tem um sonho, tudo pode acontecer, mas se realmente for um sonho, o TEU SONHO, e você tiver força de vontade para querer concretizá-lo, nada o impedirá. Pois quem vos fala é um concurseiro que já obteve vitória nessa vida louca de concurso, e que trabalha e estuda, como um mortal comum.

Resumo da ópera - Uma frase que descreve muito bem essa fase pós-faculdade que passo cumulando estudos e trabalho é essa: “Para chegar aonde muitos não chegaram, você deve fazer aquilo que muitos não fazem”. Não incentivo ao concurseiro se matar de estudar, sem um lazer de vez em quando, dar uma namorada, não! Pois isso é muito importante para manter o equilíbrio da sua vida. Então estude muito, mas estude com muito equilíbrio, racionalidade e acima de tudo SAÚDE!

Jerry Lima, um concurseiro que está aproveitando o caminho!

IMPORTANTE - Os textos publicados nesse blog são de inteira responsabilidade dos seus autores em termos de opiniões expressadas. Além disso, como não contamos com um revisor(a) de textos, também a correção gramatical e ortográfica é de inteira responsabilidade dos mesmos.

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CLIPE DO DIA


Eu ouvi muito essa música quando lançou. Além da melodia excelente a letra é muito profunda.

E é dinheiro que vai ...

Ontem um amigo concurseiro me ligou para perguntar se eu tinha um certo material de estudo para lhe emprestar e no meio da conversa surgiram as inevitáveis reclamações de ambos quanto ao quanto se gasta com concursos públicos, como essa guerra é um sorvedouro de dinheiro.

Realmente estudar para concursos públicos é algo caro, por mais espartano que seja o concurseiro. Muita gente pensa que estudar para concursos depende apenas de muita força de vontade, dedicação e daquela apostila de banca de jornal que custa R$50 ... como estão enganadas. Tudo bem que um dia deve ter sido assim, há cinco o mais anos atrás, mas hoje não é mais desse modo.

Claro que o céu é o limite. Pouco depois de começar a estudar para concursos, conheci um casal de irmãos que tinham vindo de Curitiba para São Paulo para poderem estudar. Eles freqüentavam os melhores cursinhos da cidade, compravam apenas livros novo, tinham um apartamento para morar e outro menor apenas para estudar, ambos em um bairro tranqüilo e de fácil acesso na capital paulistana. Nesse apartamento para estudar cada um tinha seu quarto de estudo, amplo e ensolarado, com computador de última geração, Internet banda larga com 1 mega de velocidade de conexão, além de uma boa mesa de estudo, cadeiras de rodinha tipo “diretor fudidão de empresa multinacional”, um sofazão confortável para relaxar, além de um notebook para estudarem deitados no sofazão ou em outros lugares. Ambos eram formados em direito e estavam estudando para magistratura. Sei que a menina passou depois de um ano e pouco, não sei quanto ao cara.

Estudar para concursos como esses irmãos é para pouquíssimos no universo dos concurseirso. De qualquer modo, estudar para concursos é caro. Um bom livro de Direito Constitucional novo de edição mais recente custa por volta de R$90. Um final de semana de prova em Brasília para quem mora em São Paulo não sai por menos de R$1500, gastando pouco. Uma inscrição de concurso para nível superior gira em torno de R$100. Um curso de uma matéria do Ponto dos Concursos, curso online, custa em torno de R$200. E nesse R$100 aqui, R$50 ali, vai dinheiro, viu, gente, e como vai.

Mas como dizem os professores de cursinho, isso tudo para um concurseiro sério não é gasto, é investimento. Sob essa ótica as coisas ficam mais palatáveis, digamos assim. Calculo que até minha posse terei gastado com concursos público em torno de R$20 mil. Em poucos meses terei recuperado esse investimento, daí para frente serão ganhos garantidos para o resto da vida. Claro que vale a pena esse investimento.

Agora, se o cara não é um concurseiro sério, então tudo é apenas gasto. Peguemos o exemplo de um concurseiro eventual que do nada resolve estudar para um concurso quando é lançado o edital. Digamos que ele gaste uns R$200 de material + R$100 da inscrição + R$500 do pelo pouco tempo livre que gastou estudando superficialmente para tal concurso + R$50 de gastos para fazer a prova + R$100 pelo domingo perdido para fazer a prova. No final das contas o cara terá gasto R$850 a toa, uma grana que não vai virar nada já que o cara será classificado em vinte mil e lá vai pedrada no tal concurso.

Resumo da ópera – Se você é um concurseiro sério e pensa duas vezes antes de gastar seu pouco dinheiro com alguma coisa que envolva concursos públicos, continue fazendo isso, mas tenha em mente que você está investindo no seu futuro. Agora, se você ainda não é um concurseiro sério, então já passou da hora de pensar com cuidado se você quer mesmo transformar seus gastos em investimento ... ou se é melhor gastar em outra coisa mais produtiva.

Charles Dias é o Concurseiro Solitário.

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CLIPE DO DIA



"Money for nothing" (Dinheiro para nada) é um dos grandes sucessos da b anda Dire Straits, que você vai apreciar nessa gravação de um show de 1990.

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