Regras do jogo? Sério?
06:00
Concurseiro Solitario
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Sobre estudar para concursos públicos
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Eu gosto da comparação do concurseiro com o atleta: dedicação, foco, horas que não podem ser desperdiçadas com mau estudo, conhecimento do adversário, alimentação regrada, cuidado com a mente e o corpo; são algumas das características que esses dois tipos de guerreiros têm, ou deveriam ter. Mas de que adianta a figura do atleta para nos representar nessa parábola, se o concurso não pode ser comparado com um jogo, nem com uma competição? Explico.
Jogos e competições têm regras claras e cada jogador/competidor deve conhecê-las, para que os treinos sejam proveitosos. Treinar um salto, um tipo de corrida, uma tática qualquer, incansavelmente, até que saia perfeito, simulando todas as possibilidades de investida do adversário; sim, o atleta faz isso. O jogo tem juiz, tem placar, tem tempo de duração. Os eventos esportivos têm comissões organizadoras, segurança nos locais de prova. E você pode estar querendo saber aonde quero chegar...
Bem, decidi parar de comparar minha trajetória concurseira com a vida de um atleta, que tem regras claras para seguir. Nos concursos não é assim, e a tendência é de que sejam cada vez mais “abrangentes”. Eu comparava o edital às regras desse “jogo”, mas isso não mais se encaixa. No esporte não há surpresas como numa prova de concurso! Quando o atleta vai jogar, ele tem seus oponentes e, quando é dada a largada ou o som do apito é ouvido, “que vença o melhor”. Contudo, há “melhor” ou “mais preparado”em concursos? Preparar-se seguindo o “roteiro” do edital pode, até, tirar o concurseiro da sua competição!
O que dizer de um edital que trata de Direitos Fundamentais e, na prova, é cobrado o Código de Defesa do Consumidor, perguntando se ele é lei complementar ou lei ordinária?? Hã?? Tudo bem, está no artigo 5º, mas que conhecimento é conferido com a pergunta? O que dizer de uma questão que trata do aposentado como um (presumido) idoso, e o candidato tem que deduzir o que o examinador “esqueceu” que há aposentados com menos de 65 anos? No edital que eu acompanho atualmente há a previsão de “hermenêutica constitucional”: agora sim; ninguém mais vai poder dizer que não estava no edital... As provas de uma competição foram feitas pra serem superadas pelos atletas; as provas de concurso, para derrubar os candidatos. E ponto final.
Pensei em comparar o concurso com a loteria. Não deu! Já imaginou a loteria com sorteio de números não inteiros? Digamos, a regra diz: os números serão sorteados e seus correspondentes devem ser marcados e/ou encontrados no bilhete do jogador. Ok, mas quem foi que disse que os números das bolinhas do sorteio são os mesmos possíveis do bilhete? O número 3 está no bilhete e a bolinha sorteada é “1,5 + metade do dobro de 1 + o número de Poderes constantes na Constituição - o número de senadores eleitos em cada estado, aproximadamente, considerando a variação do número de deputados federais”. Como assim “aproximadamente”? O número de senadores eleitos pode variar? Hã?? O número sorteado foi 3 e a conta dá 2,5 (sei lá, eu acho que dá 2,5!). Mas... no “edital” da loteria não havia a previsão de cálculos! Nem havia a previsão de Direito Constitucional! E esse “aproximadamente” é a “escolha discricionária” do examinador... É o pensamento da “doutrina e jurisprudência”. Paciência... Não conheço as regras da loteria,
mas nos concursos é assim. Não é?
RESUMO DA ÓPERA - Agora ficou mais fácil diminuir minha ansiedade. Passar em um concurso não depende só de mim, como já ouvi muitas vezes. Depende do grau de loucura do examinador. Examinador? Eu é que sigo o mandamento de Jesus Cristo: “examine-se a si mesmo”. Eles examinam alguma coisa? Às vezes, sim; mas se eles não “examinarem” direitinho você entra com um recurso. E torce para ser “deferido”. Afinal, valerá o “entendimento da banca”. A banca organizadora, viu? Hum... ou será a banca dos deputados na elaboração das leis? Ou então a banca dos ministros do STF na guarda da Constituição e dos direitos garantidos por ela? Ih... Cuidado: o edital cita “banca”. Pode ser a banca de jornal, onde são vendidas apostilas para concursos, com questões do mesmo examinador que elabora as questões da prova! Será que o dono dessa banca pode nos ajudar? AFF!!!!!!
ENAILE PEREIRA, hoje concurseira; amanhã empossada.
IMPORTANTE - Os textos publicados nesse blog são de inteira responsabilidade dos seus autores em termos de opiniões expressadas. Além disso, como não contamos com um(a) revisor(a) de textos, também a correção gramatical e ortográfica é de inteira responsabilidade dos mesmos.
Jogos e competições têm regras claras e cada jogador/competidor deve conhecê-las, para que os treinos sejam proveitosos. Treinar um salto, um tipo de corrida, uma tática qualquer, incansavelmente, até que saia perfeito, simulando todas as possibilidades de investida do adversário; sim, o atleta faz isso. O jogo tem juiz, tem placar, tem tempo de duração. Os eventos esportivos têm comissões organizadoras, segurança nos locais de prova. E você pode estar querendo saber aonde quero chegar...
Bem, decidi parar de comparar minha trajetória concurseira com a vida de um atleta, que tem regras claras para seguir. Nos concursos não é assim, e a tendência é de que sejam cada vez mais “abrangentes”. Eu comparava o edital às regras desse “jogo”, mas isso não mais se encaixa. No esporte não há surpresas como numa prova de concurso! Quando o atleta vai jogar, ele tem seus oponentes e, quando é dada a largada ou o som do apito é ouvido, “que vença o melhor”. Contudo, há “melhor” ou “mais preparado”em concursos? Preparar-se seguindo o “roteiro” do edital pode, até, tirar o concurseiro da sua competição!
O que dizer de um edital que trata de Direitos Fundamentais e, na prova, é cobrado o Código de Defesa do Consumidor, perguntando se ele é lei complementar ou lei ordinária?? Hã?? Tudo bem, está no artigo 5º, mas que conhecimento é conferido com a pergunta? O que dizer de uma questão que trata do aposentado como um (presumido) idoso, e o candidato tem que deduzir o que o examinador “esqueceu” que há aposentados com menos de 65 anos? No edital que eu acompanho atualmente há a previsão de “hermenêutica constitucional”: agora sim; ninguém mais vai poder dizer que não estava no edital... As provas de uma competição foram feitas pra serem superadas pelos atletas; as provas de concurso, para derrubar os candidatos. E ponto final.
Pensei em comparar o concurso com a loteria. Não deu! Já imaginou a loteria com sorteio de números não inteiros? Digamos, a regra diz: os números serão sorteados e seus correspondentes devem ser marcados e/ou encontrados no bilhete do jogador. Ok, mas quem foi que disse que os números das bolinhas do sorteio são os mesmos possíveis do bilhete? O número 3 está no bilhete e a bolinha sorteada é “1,5 + metade do dobro de 1 + o número de Poderes constantes na Constituição - o número de senadores eleitos em cada estado, aproximadamente, considerando a variação do número de deputados federais”. Como assim “aproximadamente”? O número de senadores eleitos pode variar? Hã?? O número sorteado foi 3 e a conta dá 2,5 (sei lá, eu acho que dá 2,5!). Mas... no “edital” da loteria não havia a previsão de cálculos! Nem havia a previsão de Direito Constitucional! E esse “aproximadamente” é a “escolha discricionária” do examinador... É o pensamento da “doutrina e jurisprudência”. Paciência... Não conheço as regras da loteria,
mas nos concursos é assim. Não é?
RESUMO DA ÓPERA - Agora ficou mais fácil diminuir minha ansiedade. Passar em um concurso não depende só de mim, como já ouvi muitas vezes. Depende do grau de loucura do examinador. Examinador? Eu é que sigo o mandamento de Jesus Cristo: “examine-se a si mesmo”. Eles examinam alguma coisa? Às vezes, sim; mas se eles não “examinarem” direitinho você entra com um recurso. E torce para ser “deferido”. Afinal, valerá o “entendimento da banca”. A banca organizadora, viu? Hum... ou será a banca dos deputados na elaboração das leis? Ou então a banca dos ministros do STF na guarda da Constituição e dos direitos garantidos por ela? Ih... Cuidado: o edital cita “banca”. Pode ser a banca de jornal, onde são vendidas apostilas para concursos, com questões do mesmo examinador que elabora as questões da prova! Será que o dono dessa banca pode nos ajudar? AFF!!!!!!
ENAILE PEREIRA, hoje concurseira; amanhã empossada.
IMPORTANTE - Os textos publicados nesse blog são de inteira responsabilidade dos seus autores em termos de opiniões expressadas. Além disso, como não contamos com um(a) revisor(a) de textos, também a correção gramatical e ortográfica é de inteira responsabilidade dos mesmos.
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