Não é raro encontrarmos candidatos, principalmente os novatos, em busca de informações de concurseiros aprovados. Perguntas clássicas, como: “Quantas horas você estudava por dia?”, “Como era seu planejamento de estudos?”, “Qual o método de estudo que usou?” etc.

Grande parte dos candidatos aprovados, principalmente aqueles que conseguem uma boa classificação, descreve suas rotinas de estudos sempre da forma mais exorbitante possível. Um exemplo bem comum disso seria a velha falácia do “eu estudava de 10 a 15h, ininterruptamente, de segunda a segunda”. Algo que deixa muitos candidatos frustrados, achando que nunca vão conseguir realizar tal proeza.

Entendo que seja bastante benéfica a procura por informações e estratégias sobre planejamentos de estudos daqueles que conseguiram sua aprovação. Contudo, observo que essa procura seja mais focada em uma espécie de formula mágica ou o mapa da mina, algo que faça acontecer o momento da aprovação sem muito trabalho. O que nós sabemos que, em se tratando de estudar para concurso público não existe receita pronta, cada candidato deve ter um pouco do estilo “Magaiver”, e com isso criar suas próprias ferramentas de estudo.

É importante ter a consciência que todos nós somos diferentes, ou seja, uma coisa que serve muito bem para alguém, talvez não vá funcionar para outra. Por exemplo, há candidatos que rendem melhor estudando sozinhos e outros quando estudam em grupo, mesmo que seja apenas com um colega (presencial ou virtual). Além disso, ainda temos aqueles candidatos que, por problemas de motivação e dificuldade de aprendizagem, só conseguem estudar em cursos preparatórios presenciais (esse é o tipo de comportamento mais comum).

Não podemos tocar nesse assunto sem mencionar também os fatores fisiológicos e psicológicos como o sono, alimentação, concentração, ansiedade, baixa autoestima, entre outros.

Então, como fazer para aproveitar as experiências de outros candidatos sem criar uma falsa expectativa, do tipo “Será que eu consigo fazer o mesmo?”.

Pegue qualquer depoimento de aprovado. Recomendo a fantástica entrevista do saudoso Demetrio de Macedo Pepice (o Deme), 1º Colocado Nacional no AFRF/2005. Leia a entrevista feita pelo Vicente Paulo, do Ponto dos Concursos: http://bit.ly/yvPKfu

Durante a sua leitura faça vários questionamentos sobre os mais diversos assuntos. Siga o seguinte exemplo:

Tempo de estudo – É sabido que muitos candidatos mentem a respeito de como faziam para estudar e quanto tempo levaram até a aprovação. É cada história mais cabeluda que a outra. Entretanto, temos diversos exemplos de pessoas que estudavam em média de 2 a 3h por dia, em um período de 2 a 3 anos e obtiveram excelentes classificações. Isso só prova que a quantidade de horas em que permanecemos sentados não é o que realmente importa, e sim como aproveitamos cada minuto do tempo disponível, buscando a cada dia formas práticas e racionais para aprender cada vez mais.

Erros e acertos durante a preparação – é perfeitamente normal errar durante o inicio de uma atividade nova e cheia de particularidades - como estudar para concurso público. Porém devemos usar esses mesmos erros para melhorar a cada nova dificuldade e desafio. Sendo honestos com as metas propostas e tendo humildade para reconhecer os próprios limites, buscando ajuda de outras pessoas toda vez que precisar.

Estudar sozinho ou em grupo – acredito que o grande problema de estudar em grupo seja o de encontrar parceiros comprometidos e determinados para executar determinadas tarefas indispensáveis para o sucesso de todos os participantes. Conheço inúmeras histórias de ex-concurseiros que já haviam desistido de estudar para concurso e conseguiram retornar e, até foram aprovados, depois de compartilhar suas experiências com outros colegas. Isso só atesta, para quem nunca teve a oportunidade de participar de algum grupo de estudos (presencial ou virtual) a seguinte máxima: “quem aprende mais é justamente aquele que ensina”.

Técnicas de estudo – são incontáveis as técnicas usadas pelos candidatos para melhorar o desempenho nos estudos. Técnicas para organizar um simples planejamento de estudo, até aquelas usadas para memorizar assuntos bem complexos, que são cobrados na maioria das provas, como o art. 5º da Constituição Federal, por exemplo. O importante é fazer um “test drive” de todas elas antes de sair espalhando que não funcionam. Lembre-se, que na hora do “branco” durante a prova, aquele “macete” simples e bobo pode ser sua única salvação.

Cursos preparatórios – independentemente da fase em que se encontre, todo candidato (como todo estudante que se preze) deve sempre buscar se atualizar sobre tudo que acontece no mundo dos concursos, e não apenas com relação às matérias. Mesmo optando em estudar sozinhos, alguns deles recorrem aos cursos preparatórios (presenciais ou online), diante de alguma dificuldade em uma matéria, ou mesmo para estimular a motivação. Em determinados casos, acabam sendo instrumentos decisivos para uma boa preparação e aprovação. Em alguns é possível receber orientações de excelentes professores e encontrar materiais e dicas que não estão disponíveis em livros ou apostilas. Atenção! Para evitar problemas com os cursos “caça-níqueis”, é importante procurar informações, principalmente de outros candidatos.

RESUMO DA ÓPERA – Eu sempre recomendo aos colegas concurseiros que leiam entrevistas/depoimentos de ex-concurseiros. Inclusive, muitos deles são autores de obras da série “Como estudar para concurso público”, como: o prof. Rogerio Neiva, Alexandre Meirelles, Charles dias, William Douglas, entre tantos outros bem conhecidos dos concurseiros. Essas pessoas não são super gênios ou extraterrestres, apenas usaram artifícios práticos e eficientes para tornar o estudo para concurso público em algo simples e bastante prazeroso. Portanto, desperte a sua curiosidade e adapte essas dicas e experiências para a sua própria e exclusiva realidade. Fica a dica!

“A vida do Concurseiro é como um filme sem roteiro... As pessoas nem imaginam o que se passa realmente nos bastidores.” (Fontenele)

FONTENELE é um concurseiro que está bem centrado no seu quadrado.