“O que eu estou fazendo aqui?” em 3 atos
06:00
Concurseiro Solitario
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Histórias de concurseiros
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Concurseiros, não se assustem. Hoje vamos fazer uma proposta diferente. Através de 3 histórias verdadeiras, mas com personagens de nomes trocados, mostrarei a vida de algumas pessoas. São pessoas de carne e osso, vivendo as agruras de ser concurseiro! O Resumo da Ópera ficará por sua conta, respeitável leitor(a).
História de José
José sempre quis ser juiz. Morador do Rio de Janeiro, estudante dedicado, sempre saiu viajando para prestar concursos pelo Brasil. Aprendi com ele que é muito importante sair da nossa zona de conforto para ganhar experiência de prova e, por que não dizer, vivência?
Passei 1 ano sem ver José. Mas amizade boa é assim: a gente leva um tempo sem se ver, mas quando restabelece o contato, parece que esse interregno nunca existiu. Ele saiu logo me contando como andam os estudos. Quis desabafar, sabem como é? Disse que foi fazer prova em uma cidade do interior de outro estado, local em que um familiar dele mora. Relatou que estava lá porque quer ser juiz, mas que detestava o lugar. Todas as vezes pisara lá, sentia vontade de voltar. Nesta vez, sentiu-se muito triste, mais que de costume, pois não era isso que queria para si. Desejava ser juiz, mas não assim.
José foi fazer a bendita prova. Parece que sua mente andou armando contra ele mesmo. Entrou nervoso, desanimado. Sentia-se derrotado. Começou a ler a prova já cansado. Tudo ficou confuso. Marcou cartão resposta com uns erros. Viu que não tinha mais jeito. Praguejou aquele concurso. Pensou: “o que estou fazendo aqui?”
História de Laura
Laura, como eu, tem uma carreira dos sonhos na qual mira. Estuda para concursos há anos com dedicação, afinco e tudo que você possa imaginar de bons atributos que um bom estudante pode ter. Acho-a, inclusive, muito mais esperta que eu nas pegadinhas de concursos. Eu converso com ela sobre alguma coisa da área jurídica e ela sempre me traz um posicionamento inovador, um raciocínio que foge ao lugar-comum.
Recentemente, ela foi muito bem em um concurso composto de diversas etapas. Uma delas é a prova oral. Ocorre que Laura não conseguiu ser aprovada em todas as etapas e somente conseguiu ir até a prova dissertativa. Ficou por poucos pontos para ir para a fase final deste concurso. Desde então, ela se sente muito triste, porém tem procurado ser racional. Ela não parou de estudar. Afinal, está vendo que o caminho trilhado está certo.
Todavia, há dias em que seu espírito fica desprevenido. Aquela sensação de otimismo dá lugar ao cansaço de 4 anos de estudo. Isso é um perigo! E foi o que aconteceu com ele certo dia em que foi assistir uma aula em um curso preparatório. Ela foi ver uma aula que todos a sua volta estavam considerando boa, mas que não conseguia prestar a atenção por nada deste mundo. Sua cabeça era inundada por pensamentos negativos. Sentia-se triste, culpada e só pensava: “o que eu estou fazendo aqui?”
História de Nelson
Nelson é primo de Laura. Depois de sua prima fazer uma verdadeira lavagem cerebral sobre os benefícios da carreira pública, Nelson resolveu abraçar os estudos para concursos com bastante entusiasmo.
Inicialmente, aproveitou as férias do trabalho para começar. Ia para um cursinho preparatório e lá assistia às aulas. Fazia intervenções, tirava dúvidas com os professores. Levava material do curso pra casa para ler em complemento aos livros. Estava se tornando um bom concurseiro.
Ocorre que, ao ver Laura lutar tantos anos e com sua quase-vitória, Nelson começou a desanimar. Aquela empolgação começou a desaparecer. Qualquer motivo era suficiente para chegar tarde em uma aula.
Como voltara de férias, deixou de estudar a matéria dada no curso, pois seu tempo livre diminuiu. Começou a deixar o cansaço tomar conta de si. Desandou a perguntar o porquê daquilo tudo. Ia para as aulas e também perguntava: “o que eu estou fazendo aqui?”
RESUMO DA ÓPERA - A conclusão fica a seu cargo, leitor(a).
RAQUEL MONTEIRO é uma legítima concurseira carioca.
IMPORTANTE - Os textos publicados nesse blog são de inteira responsabilidade dos seus autores em termos de opiniões expressadas. Além disso, como não contamos com um(a) revisor(a) de textos, também a correção gramatical e ortográfica é de inteira responsabilidade dos mesmos.
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