Esses dias estava conversando com algumas pessoas do meio concurseiro, e uma delas me disse que infelizmente tem sofrido com os ataques de sociabilidade restrita e de arrogância intelectual por parte de “concurseiros sérios”.

Fiquei pensando o que realmente leva concurseiros a se sentirem a última bolachinha do pacote, o último disco dos Beatles das prateleiras, o último episódio da série inacreditável e imperdível de todos os tempos, e infelizmente não cheguei a nenhuma conclusão razoável.

Afinal, não há motivo sensato para nos acharmos melhores, mais preparados e mais espertos que as outras pessoas. Ou mais injustiçados, desfavorecidos e – portanto – mais merecedores da aprovação que o candidato ao lado.

Os corredores de cursinhos, universidades e congêneres, estão cheios de pessoas entusiasmadas com o estudo, com foco, determinação e garra, mas também de arrogantes e mesquinhos estudantes, que se acham tão capacitados para o cargo de juízes de Direito quando tão pouco sabem sobre sociabilidade, humanidade, respeito e, principalmente, humildade.

Pessoal, estudar para concurso público é aplicar técnicas de estudo, compreender a matéria e acertar as questões. É mais lógica do que sabedoria onipresente e superior e há, infelizmente, muitos – mas muitos mesmo – servidores aprovados que simplesmente não possuem raciocínio jurídico e conhecimento humanístico razoável e mensurável de forma suficiente e esperada.

RESUMO DA ÓPERA - Que cresçam com suas próprias observações, mas que não ousem se sentir superiores aos pobres mortais não aprovados. E o pior, que concurseiros com mais tempo de caminhada não pensem que inferiorizar é técnica de eliminação de candidatos. O nome disso é infantilidade. Técnica de estudo é outra coisa.