Estudando com medo

Eu confesso: eu sou uma concurseira que sente medo. Eu sou humana. Sei que é um erro. Estou consciente de que ter medo me afeta negativamente. Afinal, gasto muita energia sentindo-o. Há épocas em que, ao final de um dia de estudos, vou dormir até mais cansada do que o normal por conta disso.

O receio que sinto se deve às derrotas do passado. A gente sabe que elas têm efeito pedagógico. Temos conhecimento de que, para acertar hoje, é preciso ter errado antes. Só que, se analisarmos friamente, não é uma questão de errar, mas parte do processo de aprendizado. Não deveríamos encarar tais erros como derrotas ou erros propriamente ditos, mas como pistas de como assimilar algo melhor. O fato é que essas memórias afetivas nos perseguem. Queremos que esses acontecimentos não se repitam novamente.

Ainda assim, mesmo sabendo disso, a gente sofre! Primeiro porque sentimos necessidade de nos libertarmos das amarras de sermos concurseiros. Em segundo lugar, por nos angustiarmos com as cobranças, com as restrições que esse estilo de vida nos impõe. Queremos, infelizmente, a vitória para ontem, mesmo entendendo que é um caminho longo para se percorrer.

Afinal, do que as pessoas têm tanto medo quando estão estudando para concursos? Bem, eu costumo sentir um receio grande de não conseguir estudar de acordo com o planejado. Outras pessoas, como um amigo com quem conversei essa semana, sentem receio de estarem desatualizadas. Há gente que teme ter branco no dia da prova. Os pavores são de diversas origens.

O ruim de ter medo é que ele é produzido pela nossa mente. Faz com que criemos dificuldades ilusórias, fantasmas horrorosos, objetivos inatingíveis. No meu caso, ele atrapalha e acaba fazendo com que meu planejamento fique prejudicado! E o pior é que a realidade acaba acontecendo de forma tão distinta da desenhada pela minha mente... Na maioria das vezes, nossos medos são infundados. A vida é tão cheia de variáveis! As provas nem sempre são tão arrasadoras como nossa imaginação pinta; o conteúdo programático a ser esgotado é grande, mas não infinito; nossa capacidade de raciocínio e de memorização pode nos surpreender de uma hora para outra, contrariando uma previsão anterior pra lá de pessimista nossa. Isso para ficarmos em apenas alguns exemplos. Por tal razão, precisamos aprender a não ter medo ou, pelo menos, aprender a conviver com ele.

RESUMO DA ÓPERA - Medo você e eu sempre teremos. Eu tenho até hoje. Nossos estudos sempre serão acompanhados por ele. Haverá épocas em que ficaremos mais confiantes. Em outras nos sentimos mais vulneráveis. Seja qual for o sentimento, o que precisamos é de continuar estudando, apesar do medo. Devemos procurar vencê-lo. Precisamos buscar sempre o caminho da racionalidade. Já estou buscando. E você?

RAQUEL MONTEIRO é uma legítima concurseira carioca.

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