CONCURSEIRO, CUIDE BEM DA SUA MEMÓRIA

Se eu pudesse voltar no tempo, lá no inicio quando comecei a estudar para concurso público, eu diria para mim mesmo: “cuide muito bem da sua memória, leia tudo que puder a respeito, consulte um especialista, e faça qualquer coisa para obter o máximo que puder dessa preciosa ferramenta, pois isso vai fazer toda a diferença no seu estudo”.

Realmente, eu teria poupado muito trabalho e um tempo considerável, se tivesse feito exatamente isso. No entanto, iniciei como a maioria dos candidatos, ou, seja, estudava sem usar qualquer recurso de memorização (era uma coisa de louco), só pensava em ler a maior quantidade de páginas que pudesse, achando que aquilo tudo iria ficar guardado na minha cachola para o resto da vida. Só via mesmo o tamanho do prejuízo quando começava a responder a prova e não lembrava uma linha sequer do assunto (risos).

Posso afirmar sem nenhum medo de errar, que muitos bons candidatos sofrem com repetidas reprovações simplesmente porque não sabem, ou até mesmo, tratam com desdém quem diz usar alguma técnica de memorização. Eu mesmo sou vitima de muitos comentários quando toco nesse assunto ou recomendo seu uso. Dizem: “Essa história de memorização parece pura perda de tempo... coisa que inventaram para tirar dinheiro dos trouxas”. Fato!

O certo é que muitos candidatos, mesmo sem saber, acabam usando algum tipo de artifício para arquivar toneladas de informações que são produzidas durante todo o tempo de estudo. Dúvida? Vejamos algumas das espécies mais comuns:

Resumo – o famoso “memorex”, considero essa uma das técnicas mais usadas pelos estudantes em geral. Pode ser uma pequena anotação à mão, até um grifo colorido ou um sublinhado, o que interessa mesmo é que fique destacado do restante do texto;

Ler em voz alta – é muito comum ouvir alguém dizer que estuda assim. Quem ler em voz alta memoriza melhor o conteúdo que está lendo, pois nesse momento são ativados dois importantes canais de comunicação que estimulam bastante a memória: visão e audição;

Gravação em áudio das aulas – recurso muito apreciado por aqueles candidatos que não dispõem de muito tempo para estudar e que aproveitam aqueles momentos em que não é possível ler, como o deslocamento para o trabalho ou durante a atividade física, por exemplo. Hoje por conta do acesso a tecnologia é possível gravar também vídeosaulas.

Macetes ou Acrônimos - são palavras formadas por letras ou sílabas iniciais, para servir como um “gatilho de lembrança” naquele momento em que queremos lembrar algum assunto bem difícil. É mais ou menos parecido com uma “sigla”. Quem não conhece o famoso L I M P E, usado para lembrar os cinco princípios da Administração Pública?

Independemente da técnica que você irá usar para memorizar o conteúdo estudado é muito importante saber que esse processo ocorre em três fases:

CAPTAÇÃO – momento em que você ler, ouve ou assiste a uma aula;

FIXAÇÃO – aqui você terá que guardar o que captou, usando para isso, uma técnica de memorização para lembrar, como por exemplo: os resumos (memorex), Flash Cards (cartões de memória) ler em voz alta, ouvir uma gravação de uma aula, fazer um Mapa Mental;

MANUTENÇÃO – essa a parte que mais precisa de atenção, pois não adiantaria ter um trabalhão danado para captar e fixar o que aprendeu se não fizer o possível e o impossível para manter tudo fresquinho na memória. As técnicas usadas para isso seriam as revisões, simulados, exercícios de resoluções de questões, dar aulas para outras pessoas, como se fosse um professor;

RECUPERAÇÃO – essa fase é uma espécie de prova para sua memória, e também para avaliar se as técnicas usadas estão funcionando corretamente. É também o momento em acontecem os famosos “brancos” na memória, causados principalmente por fatores emocionais diversos.

Além dos fatores orgânicos, a memória também é bastante afetada pela desorganização e falta de planejamento. Por isso, é necessário manter o local de estudo sempre organizado, com o material sempre acessível e com uma agenda diária detalhando todo o processo de planejamento, tanto para os compromissos pessoais, como para as disciplinas e os horários de estudo.

Em minha pouca experiência pessoal como concurseiro, descobri da pior forma que três fatores são determinantes para ter uma memória razoável para suportar o longo tempo de “hibernação concursídica”.

Alimentação – quem nunca ouviu a expressão “saco vazio não para em pé”? No caso dos concurseiros, nem sentado! Sabemos que determinados nutrientes podem contribuir bastante para melhorar a memória. Entretanto, quando o assunto é alimentação, nada melhor que a ajuda de um nutricionista para indicar o que é ideal para cada pessoa, pois sabemos que o estilo de vida e algumas restrições alimentares devem ser avaliados antes. Muito cuidado com aqueles cardápios que prometem “turbinar” a memória;

Sono – é cientificamente comprovado que as informações só se organizam em nossa memória durante o sono. É mais ou menos como se você jogasse centenas de papeis dentro de uma gaveta sem nenhuma ordem ou classificação. Durante o sono, o cérebro organiza tudo em seu devido lugar, como se fosse um verdadeiro arquivo pronto para ser consultado a qualquer momento. Assim, fica logo claro que precisamos dormir muito bem para ter uma memória saudável. Porém, como cada indivíduo tem hábitos e organismos diferentes uns dos outros (uma coisa que funciona muito bem em um, talvez não funcione em outro), durma o tempo que achar necessário para descansar;

Atividade Física – imagine a carga emocional e física que passamos durante toda a preparação de estudos. A única válvula de escape eficiente para detonar toda essa pressão é a atividade física, mesmo que seja uma simples caminhada, três vezes por semana, já é suficiente para oxigenar o cérebro e liberar o estresse acumulado, além de ganhar um gás extra, aumentando principalmente a concentração. Lembrando sempre que é importante consultar um médico antes.

Finalmente, seguem algumas dicas para cuidar ainda mais da sua memória sem nenhum exagero:

1. Adquira conhecimento – leia tudo sobre o assunto através de fontes sérias. Existem ótimos livros no mercado editorial como: “Mapas Mentais e Memorização para Provas e Concursos“ de Felipe Lima e William Douglas, “Mentes Geniais” de Alberto Dell'Isola (mais conhecido como o homem-memória brasileiro), "Os 10 hábitos da memorização" de Renato Alves, entre outros. Quanto aos cursos de memorização, é sempre bom consultar algum colega ou fórum que trate desse assunto. Eu recomendo para quem quer iniciar os estudos usando técnicas de memorização, o curso do prof. Alberto Dell'Isola: “Curso de Memorização Completo” (dicas sobre Mapas Mentais, Flash Cards, resumos etc.). O curso é muito didático e totalmente gratuito: http://bit.ly/yOSM1c Recomendo também o blog do prof. Rogerio Neiva: http://www.concursospublicos.pro.br com um enorme acervo de conteúdo voltado para o uso de técnicas de memorização para concursos públicos;

2. Treine sua memória – da mesma maneira como um músculo precisa de atividade física diária para aumentar o seu volume, nossa memória necessita de estímulos para aumentar sua capacidade de absorver informações. Os melhores exercícios para isso são os jogos de raciocínio como damas, xadrez ou mesmo aqueles simples passatempos encontrados em banca de jornal, como as palavras cruzadas, Sudoku (jogo com números) etc. O importante é não deixar de praticar;

3. Abandone o processo “decoreba” – decorar não é aprender... Se você recorre a esse tipo de recurso toda vez que precisar memorizar alguma coisa, saiba que isso é um veneno para nosso cérebro, pois o exercício de ficar por horas repetindo a mesma coisa, além de muito trabalhoso, compromete a concentração. Um exemplo clássico é o hino nacional brasileiro, que todos nós começamos a cantar desde o jardim da infância, mas poucas pessoas conseguem cantá-lo corretamente, pois simplesmente decoraram os versos, mas não se preocuparam em entendê-los. Essa é exatamente a diferença entre aprender e decorar. Pense nisso quando estiver lendo o artigo 5º da Constituição Federal.

RESUMO DA ÓPERA – Já dizia o velho poeta: “mente sã, corpo são”. Portanto, cuide bem da sua memória, seja organizado e disciplinado e, consequentemente, terá também um corpo saudável e pronto, não só para estudar para concurso público, mas para qualquer outra atividade. Não importa se você usa 25 ou 100% da sua memória para estudar, o importante é manter as informações sempre acessíveis para quando precisar. Fontenele

FONTENELE é um concurseiro que está cuidando bem da sua memória de longo prazo.

IMPORTANTE - Os textos publicados nesse blog são de inteira responsabilidade dos seus autores em termos de opiniões expressadas. Além disso, como não contamos com um(a) revisor(a) de textos, também a correção gramatical e ortográfica é de inteira responsabilidade dos mesmos.

———«»———«»———«»———



0 Response to "CONCURSEIRO, CUIDE BEM DA SUA MEMÓRIA"

powered by Blogger | WordPress by Newwpthemes | Converted by BloggerTheme | Blogger Templates | Low Interest Credit Cards