Muito me impressiona ver algumas pessoas gastarem suas vidas com conflitos fúteis e inúteis, tendo a oportunidade de poder fazer algo grandioso. Quando falo de oportunidade, não digo que elas tenham tudo pronto para brilhar, mas condições muito favoráveis para batalhar e fazer de suas vidas algo muito especial.

Tenho duas amigas que retratam muito bem dois extremos: o das inúmeras condições favoráveis; outra com diversas dificuldades.

Uma tem uma família com boas condições de vida, mas que está prolongando o dilema de não saber o que quer da vida profissional há meses. Ela se graduou, mas percebeu que não gostava da faculdade que fez. Percebeu, somente ao final do curso universitário, aquilo que uma pessoal normal já teria percebido: que algumas profissões são muito difíceis para emplacar. Diante disso, anda ponderando há alguns meses sobre se deve fazer concurso. Enquanto isso, ela somente se preocupa com prazeres fugazes da vida e acha que estudar para algo que não vá lhe dar satisfação algo muito chato. Esse algo é concurso. Afinal, ela ainda pensa que os concursos são para gente que vai pendurar o paletó na cadeira. Apesar de trabalhar em algo fora de sua área, ela fica satisfeita com os ganhos pequenos que recebe e vai levando a vida com a ajuda que os pais dão.

A outra trabalha o dia inteiro, mora sozinha, tem que pagar aluguel, limpar casa etc etc. Vive correndo atrás de trabalhos para complementar a renda. Ela tem me procurado muito ultimamente para ajudá-la, da maneira que eu puder, a se preparar para concursos. Há anos ela vive querendo estudar e procura, incessantemente, por estabilidade em sua vida. Noto que isso a incomoda há muito tempo. Em vez de ficar se preocupando com o ingressso do próximo show, de procurar seu “eu interior”, ela deseja descobrir isso já trabalhando no serviço público. Afinal, ela não conseguiu concluir seu curso superior por questões financeiras. Essa amiga deseja fazer um belo trabalho onde quer que esteja.

Todo esse dualismo me faz pensar em como as oportunidades aparecem em maior abundância para umas pessoas que para outras. No entanto, muitas criam as situações para que elas se convertam em boas oportunidades, enquanto outras pessoas não conseguem sequer enxergá-las quando aparecem. O que importa mesmo é que, sejam dadas ou criadas, as boas chances não podem nunca ser desperdiçadas. Pode ser que elas não voltem nunca mais a acontecer!

Aquele que tem família dando suporte financeiro e/ou emocional, que tem tempo para se dedicar somente aos estudos, penso que deve aproveitar essa chance generosa que a vida está oferecendo. Não deve perder tempo com coisas inúteis nem dissipar seus pensamentos com coisas não produtivas. Aliás, o tempo não nos perdoa. Diante dessa constatação, percebe-se que não há nada pior que fazer algo fora do momento adequado. Ex.: só dar valor às oportunidades de estudo, de tempo para dedicação a eles, quando não se tiver mais condições de fazê-lo.

A quem não tem tamanhas beneces porque a vida lhes é mais difícil, eu lhes digo para não perder as esperanças. Seu jeito de se adaptar às dificuldades é melhor e mais eficiente que o de muita gente. Isso é uma vantagem para multiplicar os resultados dos estudos para concursos. Por isso, sinta-se feliz porque você é um(a) lutador(a). Em breve, será um(a) vencedor(a).

Resumo da Ópera – Se você tem a faca e o queijo na mão para batalhar em sua profissão, agradeça todos os dias por isso. Não perca tempo com coisas inúteis e parta para a ação. É o melhor que pode fazer por si.

RAQUEL MONTEIRO é uma legítima concurseira carioca.




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