Lidando com muitas matérias

Um fator que complica o desempenho de qualquer concurseiro sério é quando sai o edital e vem aquelas matérias pouco familiares e, pior, em grande quantidade. É, de fato, uma situação nada agradável se defrontar com um edital imenso, quarenta e cinco dias do exame programado, ainda mais com algumas matérias que não foram cobradas em provas passadas. Afinal, como lidar com editais extensos, sem se preocupar?

Editais extensos servem para colocar medo no candidato. Explico: é inimaginável que se cobre tudo o que está no edital, ponto por ponto. Até mesmo é um contrassenso agir pensando que, em qualquer prova, não haverá uma seleção de matérias. Editais extensos causam uma sensação de desconforto, pois parecem barreiras intransponíveis, nas quais um item não estudado pode significar a linha tênue entre a aprovação e a reprovação.

Bom, não temos bola de cristal para adivinhar o que vai cair; então, o negócio é estudar. Agora, estudar certo não significa se amedrontar com conteúdos extensos. Quem já está na vida de concurseiro – solitário ou não… – sabe que preparar-se para concursos requer tempo, e geralmente não é na primeira tentativa que se passa, e que existe um tempo de amadurecimento entre um candidato e outro. O problema é se aprisionar por conta de matérias que parecem autênticos “gigantes” e que, se não enfrentadas, conduzirão à morte certa, chamada de reprovação.

Precisamos, então, começar a desfazer um mito. Não é o “quanto” você deixou de estudar que vai te tirar a vaga, e sim o “como” você não se dedicou, e uma série de fatores, inclusive circunstanciais. Estudar todo o conteúdo programático precisa, então, ser a meta alcançada e, para conquistarmos metas grandes, precisamos agir com prudência.

Afinal, o que você já conhece do edital? Um dos grandes medidores de desempenho é justamente perceber que você chegou num ponto em que, de ter prestado outras provas, esta se torna um pouco mais tranquila. Língua Portuguesa, por exemplo: é matéria que cai em qualquer certame, e é uma das obrigatórias para o estudo contínuo. Dessa forma, ao menos uma matéria não será preocupação na hora de se preparar para o exame em análise. Das demais disciplinas, pode-se eliminar, considerando as prioridades, o que já vem sendo estudado: essas matérias serão objeto de uma revisão mais acelerada. Por fim, restam as matérias “novas” ou “pouco dominadas”, que serão tratadas com mais cuidado pelo candidato. Tendo-as em mente, fica mais simples organizar sua rotina de estudos, e não ter tantos problemas assim de fechar o edital por completo.

O grande problema, nisso tudo, é maximizar as dificuldades. Por que tratar os problemas assim? Se há um muro que te separa do teu lugar de destino, da tua vitória, por que não transpô-lo, de todas as formas possíveis e aceitáveis? Um estudo com qualidade é o que diferencia os candidatos: portanto, verifique o que você realmente tem de estudar ou revisar, e mãos à obra, sem reclamar do volume de matérias. O edital está lá para ser vencido, e ele é apenas um dos obstáculos que o candidato tem, até alcançar sua vaga no serviço público.

Resumo da Ópera - Organize-se. Para dominar o gigante, comece amarrando-lhe os pés.

CLEBER OLYMPIO, concurseiro habituado a estudar para certo concurso com 17 disciplinas no edital.

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