Pessoal, antes de ter a notícia do resultado final do concurso, eu escrevi meu artigo como segue abaixo:

Recentemente, fiz um concurso para advogada de uma Fundação Municipal. Fiz mesmo para treinar. Não estudei nada da legislação local, pois eu ouço sempre as pessoas dizerem que não valem a pena. Primeiro que o salário é baixo; segundo que o processo seletivo é invariavelmente mal organizado; terceiro que as ofertas de vagas são minguadíssimas.

Como pessoa de boa-fé e que acredita que exista hoje uma fiscalização muito firme nos concursos, pensei que nada errado pudesse acontecer. Acontece que a lei de Murphy existe, leitores!

As avaliações eram compostas de português, legislação específica e conhecimentos específicos. Havia, também, questões discursivas. A prova não estava difícil, mas foi um bom termômetro que apontou onde eu deveria melhorar. Coisa que percebi no momento da prova mesmo. Contudo, quando da divulgação do gabarito das questões objetivas, percebi que seria necessário interpor inúmeros recursos. Lá fui eu cadastrar uns 11 recursos de umas respostas bem ilógicas. Afinal, a gente já faz essas coisas por esporte mesmo (risos).

Enviei meus recursos, verifiquei se estavam devidamente cadastrados. Como vi que estavam, não me preocupei com mais nada. Segui minha vida sem maiores pretensões, pois havia ido mal, segundo a correção. Ocorre que muitas questões tiveram anulações e gabaritos alterados. Justiça seja feita, eu acabei recuperando o fôlego. Vi que a maioria dos meus recursos sequer obtiveram resposta, mas não me importei muito porque fui beneficiada! E esperei a correção da discursiva, a qual foi ótima! Foi muita justa com as minhas respostas. Eu só não as gabaritei porque cometi um engano ao citar errado um número de lei.

A coisa mudou de figura quando foi o momento da avaliação de títulos. Bem, protocolei junto à Fundação a comprovação do meu curso de pós-graduação em Direito Público e meus anos de exercício da advocacia, além do período de estágio em órgãos públicos. Enfim, daria 5 anos e ainda sobraria tempo! No tocante à especialização, não tive problemas, pois o documento falava por si só. O desagradável foi o cômputo da prática forense. Eu, lamentavelmente, só recebi míseros 2 anos de atividade profissional. Ocorre que o edital foi bastante omisso a respeito do critério a adotar e a banca examinadora, de improviso, adotou a Resolução n.º 75 do Conselho Nacional de Justiça (relativo à carreira de magistratura). Notem que o cargo era para advogado (risos).

O pior ainda estava por vir. Como resolvi recorrer, fiz tudo direitinho como deve ser. Interpus recurso de forma tempestiva, expliquei o erro cometido no cálculo, mas não obtive resposta de novo! Diante disso, telefonei para a organizadora do concurso e mandei um e-mail. Sabem qual foi a resposta que obtive?! Responderam-me que não constava no banco de dados qualquer recurso com o meu numero de inscrição. Disseram que todos os recursos recebidos foram analisados e respondidos. Acrescentaram que só constava meus recursos contra a prova objetiva.

Resumo da Ópera - Por isso é que eu digo que alguns concursos municipais são pura perda de tempo. Não quero generalizar dizendo que são todos, mas é preciso ter conhecimento para separar o joio do trigo. Sem bem que, Olhando pelo lado bom e meio Pollyanna (http://pt.wikipedia.org/wiki/Pollyanna), serviu como treino e como experiência a não se repetir.

OBS.: Depois que vi o resultado final, constatei que fui 10º lugar para o concurso de 1 vaga. Percebi que não foi tão ruim assim (risos). Realmente, a gente não sai de casa sabendo que irá bem em um concurso. Simplesmente acontece depois de muito estudo acumulado.

Raquel Monteiro é um concurseiro que está preparado para aprender coisas novas.