Feliz ano novo!
06:32
Concurseiro Solitario
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Acho realmente interessante como já virou parte da rotina brasileira comentários acerca do início da vida, dos problemas, das mudanças, sempre após o carnaval.
Algumas piadas exaradas por meio do Twitter desejaram Feliz ano novo a todos os concurseiros vigilantes e já que o ano começou, é sobre isso que quero tratar hoje.
Não acho um problema, propriamente dito, ter aproveitando um pouco o feriado para descansar, estar com a família, beijar para quem é de beijo, abraçar para quem é de abraço, e festejar o carnaval.
Problema mesmo é não estar feliz com as próprias escolhas e não assumir as conseqüências que advém dos próprios atos.
Por que as conseqüências vêm. Invariavelmente.
Alguns concurseiros não estão preparados para se comprometer com o próprio futuro porque ainda não conseguiram enxergar que são responsáveis, quase integrais, pela consecução dos acontecimentos que circundam suas próprias vidas.
E sem comprometimento não há vitória.
E se do comprometimento surge a exigência de realização de certos sacrifícios, faz parte do processo de vitória. Nada mais. Não, você não carrega sozinho um peso enorme de sacrifícios nas costas. Todos nós carregamos.
Não da vitória como clichê de vencer e ser aprovado no Concurso Público dos sonhos, somente (embora seja esse clichê fantástico que perseguimos sempre), mas sim a vitória de si mesmo que prescinde da repressão, temporária, dos próprios desejos para direcioná-los a uma preparação mais fecunda e centrada. Longe dos holofotes. E talvez dos trios elétricos.
Mas a par de todos esses questionamentos que, talvez, devessem ter permeado nossas escolhas antes do carnaval, não entremos em pânico e não nos sintamos culpados. A culpa extermina a auto-confiança, e não é se entristecendo por escolhas passadas que nosso futuro se modificará.
Aliás, esse processo de auto-aflição e punição ocorre muito no final do ano. Melhorar sempre é preciso, e embora seja necessário refletir a respeito do andamento dos estudos no decorrer do ano, ou no decorrer de certos feriados, não é punindo a si mesmo que se modificam hábitos. É lutando.
Há muito caminho pela frente até nossa aprovação, e para começar bem essa semana de ano novo, gostaria de trazer à baila um poema de Carlos Drummond de Andrade que se chama “Receita de Ano Novo”:
RESUMO DA ÓPERA - Não, não estou pactuando com a idéia de que devemos deixar de estudar no feriado de carnaval (eu, particularmente, acho um desprestígio o atual conceito de carnaval para com a real significação dessa festa popular – por isso não acompanho), mas o mais importante é refletir sobre se as decisões tomadas coincidem com as metas traçadas por você mesmo, e se essa coincidência te deixa bem consigo mesmo. No mais, vamos à luta! Tentando e experimentando, conscientes (!), para merecer um ano novo a cada vez que precisarmos recomeçar dentro de nós.
Algumas piadas exaradas por meio do Twitter desejaram Feliz ano novo a todos os concurseiros vigilantes e já que o ano começou, é sobre isso que quero tratar hoje.
Não acho um problema, propriamente dito, ter aproveitando um pouco o feriado para descansar, estar com a família, beijar para quem é de beijo, abraçar para quem é de abraço, e festejar o carnaval.
Problema mesmo é não estar feliz com as próprias escolhas e não assumir as conseqüências que advém dos próprios atos.
Por que as conseqüências vêm. Invariavelmente.
Alguns concurseiros não estão preparados para se comprometer com o próprio futuro porque ainda não conseguiram enxergar que são responsáveis, quase integrais, pela consecução dos acontecimentos que circundam suas próprias vidas.
E sem comprometimento não há vitória.
E se do comprometimento surge a exigência de realização de certos sacrifícios, faz parte do processo de vitória. Nada mais. Não, você não carrega sozinho um peso enorme de sacrifícios nas costas. Todos nós carregamos.
Não da vitória como clichê de vencer e ser aprovado no Concurso Público dos sonhos, somente (embora seja esse clichê fantástico que perseguimos sempre), mas sim a vitória de si mesmo que prescinde da repressão, temporária, dos próprios desejos para direcioná-los a uma preparação mais fecunda e centrada. Longe dos holofotes. E talvez dos trios elétricos.
Mas a par de todos esses questionamentos que, talvez, devessem ter permeado nossas escolhas antes do carnaval, não entremos em pânico e não nos sintamos culpados. A culpa extermina a auto-confiança, e não é se entristecendo por escolhas passadas que nosso futuro se modificará.
Aliás, esse processo de auto-aflição e punição ocorre muito no final do ano. Melhorar sempre é preciso, e embora seja necessário refletir a respeito do andamento dos estudos no decorrer do ano, ou no decorrer de certos feriados, não é punindo a si mesmo que se modificam hábitos. É lutando.
Há muito caminho pela frente até nossa aprovação, e para começar bem essa semana de ano novo, gostaria de trazer à baila um poema de Carlos Drummond de Andrade que se chama “Receita de Ano Novo”:
Para você ganhar belíssimo Ano Novo
cor do arco-íris, ou da cor da sua paz,
Ano Novo sem comparação com todo o tempo já vivido
(mal vivido talvez ou sem sentido)
para você ganhar um ano
não apenas pintado de novo, remendado às carreiras,
mas novo nas sementinhas do vir-a-ser;
novo
até no coração das coisas menos percebidas
(a começar pelo seu interior)
novo, espontâneo, que de tão perfeito nem se nota,
mas com ele se come, se passeia,
se ama, se compreende, se trabalha,
você não precisa beber champanha ou qualquer outra birita,
não precisa expedir nem receber mensagens
(planta recebe mensagens?
passa telegramas?)
Não precisa
fazer lista de boas intenções
para arquivá-las na gaveta.
Não precisa chorar arrependido
pelas besteiras consumidas
nem parvamente acreditar
que por decreto de esperança
a partir de janeiro as coisas mudem
e seja tudo claridade, recompensa,
justiça entre os homens e as nações,
liberdade com cheiro e gosto de pão matinal,
direitos respeitados, começando
pelo direito augusto de viver.
Para ganhar um Ano Novo
que mereça este nome,
você, meu caro, tem de merecê-lo,
tem de fazê-lo novo, eu sei que não é fácil,
mas tente, experimente, consciente.
É dentro de você que o Ano Novo
cochila e espera desde sempre.
Por isso meus caros amigos, feliz ano a todos (!!!), mas aquele que cochila e espera dentro de nós desde sempre, querendo florescer nos encantos e sacrifícios da vida diária, de estudo e muito trabalho.cor do arco-íris, ou da cor da sua paz,
Ano Novo sem comparação com todo o tempo já vivido
(mal vivido talvez ou sem sentido)
para você ganhar um ano
não apenas pintado de novo, remendado às carreiras,
mas novo nas sementinhas do vir-a-ser;
novo
até no coração das coisas menos percebidas
(a começar pelo seu interior)
novo, espontâneo, que de tão perfeito nem se nota,
mas com ele se come, se passeia,
se ama, se compreende, se trabalha,
você não precisa beber champanha ou qualquer outra birita,
não precisa expedir nem receber mensagens
(planta recebe mensagens?
passa telegramas?)
Não precisa
fazer lista de boas intenções
para arquivá-las na gaveta.
Não precisa chorar arrependido
pelas besteiras consumidas
nem parvamente acreditar
que por decreto de esperança
a partir de janeiro as coisas mudem
e seja tudo claridade, recompensa,
justiça entre os homens e as nações,
liberdade com cheiro e gosto de pão matinal,
direitos respeitados, começando
pelo direito augusto de viver.
Para ganhar um Ano Novo
que mereça este nome,
você, meu caro, tem de merecê-lo,
tem de fazê-lo novo, eu sei que não é fácil,
mas tente, experimente, consciente.
É dentro de você que o Ano Novo
cochila e espera desde sempre.
RESUMO DA ÓPERA - Não, não estou pactuando com a idéia de que devemos deixar de estudar no feriado de carnaval (eu, particularmente, acho um desprestígio o atual conceito de carnaval para com a real significação dessa festa popular – por isso não acompanho), mas o mais importante é refletir sobre se as decisões tomadas coincidem com as metas traçadas por você mesmo, e se essa coincidência te deixa bem consigo mesmo. No mais, vamos à luta! Tentando e experimentando, conscientes (!), para merecer um ano novo a cada vez que precisarmos recomeçar dentro de nós.
Ana Paula de Oliveira Mazoni, concurseira por vocação.
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