Estudar até passar? Mas ... e depois?

Antes de qualquer coisa, gostaria de me apresentar: meu nome é Sérgio, morador da cidade de Ilha Solteira/SP, empossado (e em exercício) no Cargo de Oficial Administrativo (nível Médio), porém, recentemente formado em Ciências Contábeis. Este é, como a maioria de vocês deve saber, meu primeiro artigo neste Blog, ambiente ao qual já me sinto em casa (afinal de contas, sou visitante assíduo).

Bom, chega de papo, vamos ao que interessa!!!

Acho que a maioria de nós, enquanto concurseiros sérios que somos, pensam que após a nomeação/posse “...meus problemas acabaram!!!” ou “...agora serei completamente feliz!”, ou ainda, “...terei tudo que eu sempre quis...”. A minha experiência mostra que não é bem assim.

A atual realidade das repartições públicas está defasada e com poucos funcionários para manter a máquina administrativa se arrastando (nem vou falar andando, porque isso já não dá faz tempo). Um bom exemplo são as pilhas de processos que vemos em Fóruns de Justiça, Tribunais, etc. Outro exemplo claro é a demora que encontramos quando necessitamos de algum serviço público, seja ele na área da saúde (sucateada), da educação (um descaso) ou da segurança (uma m*rda). Tudo tem demorado muito para acontecer no serviço público (é claro, há pouquíssimas exceções, mas há), e nem sempre a culpa é dos servidores que prestam o serviço, mas sim da estrutura que está por detrás deste indivíduo.

São consumidores mal-humorados, colegas de trabalho estressados com tanto serviço, máquinas que não funcionam, computadores antigos, desatualizados e atrasados, programas de computador que não oferecem suporte e causam erros (isso quanto estes não são piratas), fazendo-nos, por várias vezes, perder nossos trabalhos... Ufa!!! Quanta coisa, hein!!! Isso sem falar da desmotivação que vai caindo sobre nossas costas com o passar dos anos e das chefias.

Quando concurseiros estamos com gás total e com vontade mesmo é de pôr as mãos na massa, pensamos que somos Clarks Kents, ou seja, Super-Homens, que apenas com a nossa presença, velocidade supersônica e visão infravermelha já podemos fazer o trem andar. Isso é fato: “sangue novo” sempre ajuda (e como ajuda!), porém não é tudo. A administração pública precisa passar por uma reformulação total, desde a base até o cume da montanha.

Alguns locais, onde o pessoal ainda é antigo e despreparado, sequer há computadores (céus, como que se vive num lugar desses!), e a resistência à informática ainda é grande, mas tende a mudar, fruto da nova geração de super-heróis brasileiros que têm assumido cargos públicos no Brasil, seres com o pseudônimo de concurseiros, que na mais acertada das acepções são seres derivados da raça humana que, apesar de todas as dificuldades e preconceitos enfrentados, se preparam (e muito) para assumir as rédeas da administração pública, servindo ao público com suas próprias vidas, com amor e dedicação. Essa é, ou pelo menos deveria ser, a essência de um verdadeiro concurseiro, ou melhor, do futuro servidor público.

Minha intenção com esse artigo não é desanimar ninguém (ainda mais com a prova do TRT/SP chegando...), mas apenas mostrar a todos da responsabilidade que estamos assumindo hoje, estudando sério para cargos futuros. É esta a realidade que encontraremos e é com ela que teremos de aprender a lidar no nosso dia-a-dia no serviço público. Somos os responsáveis pela mudança e, como tal, encarregados de fazê-la muito bem feito.

Resumo da Ópera - “Grandes poderes exigem grandes responsabilidades”, já dizia Bem Parker (avô do Homem Aranha). Ao sermos empossados em cargos públicos passaremos a fazer parte de um seleto grupo de pessoas que ralou muito para chegar onde chegou, mas isso ainda não é o fim, apenas saímos de uma estrada vicinal e adentramos à rodovia principal, ainda há um longo caminho a percorrer pela frente. Então, vamos apertar os cintos e seguir “para cima e avante!” Boa viagem a todos!

Sérgio Souza Batista é um concurseiro solitário que enfrenta também uma outra guerra, a guerra de trabalhar no serviço público.

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Aproveite seu último final de semana preguiçoso. Em breve o Concurseiro Solitário lançará sua novíssima Edição Vitaminada de Final de Semana. Aguarde!

4 Response to "Estudar até passar? Mas ... e depois?"

  1. Raquel says:

    Sérgio, gostei muito do seu artigo.
    Que consigamos revolucionar a máquina pública!


    Raquel Solitária

    Francisnaide says:

    Ola Sérgio muito bom abrir os nossos olhos, nós concurseiros sempre temos a curiosidade sobre o outro lado da "ponte", como é estar lá, é dificil? é legal? e você tirou algumas duvidas, sabemos que é dificil mas nós concurseiros iremos mudar esse país rs só depende de nossas forças pra superar caminhos falhados... valeu

    Camisa 9 says:

    Parabéns pelo post.

    Que consigamos arrumar as coisas, como você tem tentado e a Rachel está afim de encarar, assim como outros que sempre estão por aqui.

    Minha amiga trabalhou na Caixa e disse que é descaso atrás de descaso e até desanima as vezes, mas noós enfrentaremos!!!

    Boa sorte e bons estudos a todos

    É verdade, o que mais vemos no serviço público após entrarmos são os antigos e às vezes não tão antigos Servidores, reclamando.

    Gostaria de vê-los na árdua tarefa de procurar emprego na rua, gastando sola de sapato para ganhar "mil real", isso se conseguissem.

    Entrei em junho no TJ e tenho visto muito disso acontecer (sou autor do post de 08 de novembro).

    Torço para aqueles que entrarem se dediquem, com certeza a recompensa vem.
    Eu por exemplo, com apenas 5 meses já fui transferido para o Gabinete do Juiz, lugar privilegiado que normalmente só admitem quem tem formação em Direito, e apesar de a minha ser em Administração de Empresas fui muito elogiado e indicado para ocupar o lugar de uma das "antigas" que só reclamam e pouco trabalha.

    Assim, já estou na Rodovia principal e pensando em demais concursos na área Fiscal.

    Jorge Luiz

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