Análise do Edital do MTE - Parte 3

Hoje concluo a análise do edital do concurso público do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) falando um pouco das provas, das matérias que serão cobradas e, de brinde, ainda darei algumas dicas de como lidar com o famoso “mata-mata” da CESPE e de como escolher o melhor material de estudo.

Vamos lá, então.

No edital, bem no comecinho do item 6, “Das Fases do Concurso”, há um quadro indicando a divisão da prova segundo as matérias previstas no edital. Para facilitar a vida, farei minha análise obedecendo essa divisão.

Outro detalhe importante. Por razões de praticidade, e também de comodidade, farei a análise das matérias apenas para o cargo de nível médio (Agente Administrativo), que por ser aberto para qualquer interessado com diploma de conclusão do ensino médio, será também o mais concorrido. Além disso, como não sou economista ou administrador, não sou competente para analisar as matérias básicas que serão cobradas para as provas para esses cargos.

(P1) Objetiva - Conhecimentos Básicos – Para todos os cargos

Essa prova terá 30 questões e apenas duas matérias, Língua Portuguesa e Informática. Baseado na minha experiência com a CESPE, não esperem 15 questões para cada matéria, nada disso, acredito que serão 20 questões da primeira e apenas 10 questões da segunda.

Língua Portuguesa é aquela coisa, tecnicamente todo mundo é obrigado a saber e muito bem. Se você não sabe, amigo, estão está num mato sem cachorro e mais do que na hora de estudar muito sério essa matéria, se possível com a ajuda de uma boa professora particular. Nas últimas provas a CESPE vem cobrando muito interpretação de texto, fique de olho.

Informática assusta muita gente, mas não passa de decoreba puríssima. É só decorar atalhos, onde estão funções nos menus dos programas, como são as telas e por aí vai. Sugiro fortemente que vocês instalem os programas que serão cobrados nas provas em seus computadores e que brinquem um pouco com eles, ajuda muito na fixação do que foi estudado.

(P2) Objetiva - Conhecimentos Complementares – 30

Outra prova que terá 30 questões, só que dessa vez cobrará três matérias, Noções de Direito Constitucional, Noções de Direito Administrativo e Relações Pública. Aqui poderemos ter uma divisão equilibrada de questões, 10 para cada matéria, ou um peso maior para as duas primeiras, no melhor estilo 12 x 12 x 6 ... aposto na primeira opção.

Noções de Direito Constitucional está tranqüilo, nada além do “arroz com feijão” cobrado em concursos de nível médio. Dá tranqüilo para estudar direto na Constituição Federal, dando uma olhadinha nos tópicos em bons artigos publicados em websites jurídicos, só para clarear um pouco os tópicos na mente. Aqui também é muita decoreba, gente, sem deixar o entendimento de lado, claro.

Noções de Direito Administrativo está mais extenso e um pouco mais complexo, demandando mais atenção. Para estudar essa matéria você precisará de um bom livro de Direito Administrativo. Sugiro o “Direito Administrativo Descomplicado” do Marcelo Alexandrino e Vicente Paulo, um pouquinho caro, mas um ótimo investimento ... versão completa, não a resumida. Aqui também há bastante decoreba, mas o que deve prevalecer é o entendimento, gente.

Relações Públicas está bem tanquilo e dá para encontrar todos os tópicos em uma lei e pesquisando um pouco na Internet. Aqui não há muita decoreba e o que deve prevalecer é o entendimento.

ATENÇÃO – Muito cuidado para não estudar os tópicos de Noções de Direito Administrativos “para os cargos de nível superior” ao invés dos tópicos “para o cargo de nível médio”. No edital ambos estão um em seguida do outro e, portanto, fácil de confundir!

(P3) Objetiva - Conhecimentos Específicos - 60

Finalmente chegamos prova final e com maior volume de questões. Para o cargo de Agente Administrativo essa prova será dividida em duas partes, uma de legislação (um punhado de leis) e outra chamada Gestão Administrativa (alguns tópicos de arquivologia e outra lei). Aqui acredito que a divisão de questões será na base do 40 x 20, visto que a parte de legislação é muito mais volumosa que a de Gestão Administrativa.

Legislação está mais com aparência assustadora, do que realmente está assustadora de verdade. São umas oito leis, algumas mais volumosas, outras menos. Aqui você deverá estudar não somente a lei seca, mas também pesquisar na Internet os temas de cada uma, dando especial atenção para informações encontradas em websites oficiais do Governo. Ahhh, aqui é muita, mas muita decoreba mesmo!

Gestão Administrativa está muito tranqüila, são alguns tópicos de arquivologia, matéria muito fácil e agradável de estudar, e uma lei que trata do Processo Administrativo, também muito tranqüila de estudar. Aqui é 80% de entendimento e 20% de decoreba. Para arquivologia você precisará de um bom livro do assunto, a lei é seca mesmo. Infelizmente não conheço bons livros da matéria, mas repasso para vocês duas dicas que recebi (notem que não comprei nenhum deles ainda), o “Noções de Arquivologia para Concursos” da Vestcon e o “Arquivologia para Concursos” do Renato Valentini.

O edital para esse concurso está bastante tranqüilo, as matérias não são tão cabeludas, o estudo pode ser tranqüilo, além de haver bastante tempo para dar conta de tudo. Se por um lado isso é bom porque torna esse concurso uma oportunidade viável de realizar o sonho da posse em cargo público, por outro lado não é tão bom assim porque tornará a concorrência bravíssima. Não se enganem, somente terá sucesso nesse concurso que tiver um altíssimo nível de acertos!

Dica sobre material de estudo (apostila, livro, lei seca)

Gente, meu primeiro conselho é para que vocês evitem comprar e estudar por apostilas quaisquer para esse concurso. 80% dos candidatos farão isso e no final saberão (e não saberão) as mesmas coisas. Saia na frente e estude de forma mais específica.

Note que a maioria do que você precisa estudar para esse concurso você encontra em formato de lei seca, que pode ser encontrado facilmente na Internet, e o que é melhor, é grátis e tomando cuidado com a fonte, atualizadinha. Por exemplo, você precisa da Lei n.º 9.049/95 ... faça uma busca no Google (www.google.com.br) por L9049 (um L seguido do número da lei sem o ponto de indicação de milhar e sem o ano), entre os resultados clique no que vier do endereço começado por www.planalto.gov.br (no caso do exemplo www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L9049.htm), pronto, você terá a lei direto do website do Palácio do Planalto (se ao clicar no link aparecer no alto da página um “Texto Compilado”, clique nele para não ver as alterações anteriores no texto).

Muito cuidado com suas pesquisas na Internet para concursos. Não vá estudando qualquer coisa. Antes verifique a fonte e dê preferência para websites jurídicos e de cursinhos.

Como já disse ao logo da análise, é possível estudar muito bem para esse concurso utilizando somente a Internet, dois livros (Direito Administrativo e Arquivologia) e uma boa apostila (Informática).

Dicas sobre o “mata-mata” da CESPE.

Esse esquema de “mata-mata” utilizado pela CESPE é, tecnicamente, uma forma de evitar que candidatos chutem questões, pois ao fazerem isso correm o risco de serem penalizados. O problema é que aqueles que apostam numa resposta que não têm 100% de certeza também sofrem a mesma penalização.

Assim, as melhores dicas que posso dar para você lidar com esse maldito “mata-mata” é:

1º - NÃO CHUTE.

2º - NÃO RESPONDA SE VOCÊ NÃO TIVER 100% DE CERTEZA QUANTO A RESPOSTA.

Bem, gente, termino por aqui a análise desse edital. Espero que seja útil para vocês. E para quem prestará esse concurso, que não é o meu caso, desejo muita sorte e ótima prova!



O pessoal desse blog estava muito estressado e por isso todo mundo tirou uma folga para esfriar a cabeça. Enquanto isso eu, El Bigodón, o Concurseiro Mais que Sincero, estou ajudando a cuidar da lojinha.

3 Response to "Análise do Edital do MTE - Parte 3"

  1. Tive a oportunidade de conhecer seu BLOG recentemente através de um amigo também concurseiro.

    Li seu primeiro "post", onde tudo começou e observei que seus relatos vão ao encontro dos verdadeiros concurseiros de plantão.

    Para aqueles que pretendem entrar nesse mundo, deixo minha breve experiência, felizmente de sucesso.

    Em meados de 2006, um mes após obter meu diploma universitário em Adm de Empresas, fui demitido de uma instituíção bancária que havia absorvido o banco em que trabalhava há 3 anos, deslocando-me de minha função original (após de longos 22 anos dedicando-se a esta vida).
    Sabia que isso ocorreria cedo ou pouco tarde porque tinha um salário acima da faixa da grade deles, mesmo assim ainda permaneci por 3 anos enquanto muitos colegas na mesma situação foram demitidos logo após a incorporação.

    Isso me deu chance de terminar o nível superior e ainda "juntar" uma grana que mais tarde foi muito bem-vinda.

    Não tive dúvidas, eu desempregado e minha esposa desempregada e ainda com minha filha em idade escolar, parti para a luta do mundo dos concursos (tinha comigo que não queria voltar para banco e nem empresas privadas).

    Ainda bem que, por mérito (poderia dizer sorte, mas não acho que foi o caso, e sim minha percepção das coisas), tive uma boa indenização além das reservas que havia feito quando ainda trabalhava.
    Com isso, pude dedicar-me ao mundo dos concursos ganhando experiência em cada um que prestava, haja visto estar coberto pelas minhas reservas.

    Em que pese mandar curriculos para empresas, inclusive tendo entrevistas em algumas ocasiões, bem como minha esposa também procurar emprego, meu desejo real era o mundo público.

    Assim que adquiri experiência no mundo dos "concurseiros", não tive duvidas, descobri a chave para o sucesso que se resume em alguns pontos cruciais:

    1- Planejamento
    2- Disciplina
    3- Persistência
    4- Investimento ( e não despesa como muitos a vêem )
    5- Comprometimento
    6- Apoio da família e dos amigos (estes últimos pode até ser desnecessário, mas sem apoio da família complica).

    Pois bem, situação concreta e definida, ambos desempregados com despesas para pagar e nada "pingando" na conta.

    Lembro que prestei meu primeiro concurso para Oficial de Promotoria com salário de R$ 2.500 em média, pouco tempo depois de ser demitido.

    Aqui cabe uma observação:
    Não poderia ainda prestar concurso para nível superior por motivos bastante simples:
    A situação exigia rapidez nas atitudes, precisava apagar o fogo do desemprego e concurso de nível superior exige muito mais tempo, além do que, ainda não tinha meu diploma em mãos (apesar de formado tive de repor uma matéria que não fiz, que terminei no final de 2006).
    Os concursos de nível médio também exigem muito preparo e dedicação aos estudos, porém as chances de conseguir sucesso mais rápido são maiores, desta forma parti para eles, sem dúvida, além do salário bancar as despesas básicas.

    Após esse concurso de Oficial de Promotoria, descobri que "o buraco era muito mais embaixo", precisava realmente me dedicar mais além de investir em materiais.

    Não tive dúvidas, comprei meus primeiros livros: Constitucional, Administrativo, Mini-Códigos, Gramática, Informática (apesar de dominar esta parte), e muito material obtido na Internet com amigos que fiz nos fóruns de relacionamento, claro que após cautelosa analise dos mesmos.
    Enfim, após concursos realizados para Sampa e também Rio de Janeiro que fiz "bate e volta" com meu carro por duas vezes, logrei êxito no concurso do TJ-SP para Escrevente !
    Em 13/05/2008 fui nomeado e estou em Exercício há 5 meses com salário de R$ 3.100 .
    Sei que não é uma "maravilha" de salário mas garanto que a estabilidade e a segurança superam a diferença de salário para mais que tinha no banco, além das pressões que sofria por metas, insônias, sintomas depressivos e tudo o mais.
    Também, ainda quando trabalhava no banco, sempre comentava com minha esposa que " se um dia for demitido, torço para arrumar qualquer emprego que me pague pelo menos a metade do que ganho".

    Dizem os mais experientes que em média passa-se em um bom concurso, seja ele nível médio ou superior, após pelo menos uns dois anos de bons estudos.
    Consegui em 10 meses.
    Claro que para isso, estava em casa todos os dias, com acesso banda-larga à Internet (que mantive mesmo desempregado por considerar um investimento), estudando de domingo a domingo, sem feriados, fins de semana e sem mesmo o Natal e Ano Novo de 2007.

    Hoje ainda estou em lua de mel com meu emprego, perto de casa, não pego trânsito, tem boa estrutura, o pessoal é legal, a grana banca o necessário.

    Em resumo: Quem quer passar tem de encarnar no coração e na alma a vida de concurseiro, tem de tornar isso um modo de vida, até que entre, depois, pode retomar sua vida normal (ou anormal, se for o caso).

    Muitos desistem porque não passaram em um ou dois, ou passou mas sem chances des ser chamado (isso acontece muito).
    Desistem porque não gosta de determinada matéria. Desistem porque tem de "gastar", se pensassem que é investimento, talvez mudariam de idéia.

    Por vezes saí correndo de casa para comprar papel e recarregar cartuchos de tinta da impressora, às vezes dois em menos de 4 dias, tudo para descarregar aquele bom material que consegui.
    Investi em um MP3 que na época não foi nada barato (comprei legalmente), pois, tinha gravador de voz, assim poderia gravar minha voz explicando para mim mesmo as leis que estudava (além das futuras aulas que tive aos sábados e domingos para o TRF), desta forma, como diz a ciência, guarda-se 20% do ouvido em detrimento à 10% do lido, e deu resultado, além de ser uma forma mais light de estudar e com maior aproveitamento.

    Assim aconselho:
    Aprenda a amar as matérias, mesmo as que mais detestarem.
    Invistam em materiais, se não tiverem como, peçam ajuda, o cara do banco da praça que passou no concurso do Banco do Brasil, fez isso (vcs devem ter visto, passou até no fantástico recentemente).

    Tenham disciplina, sejam regrados, planejem seus estudos, abordem o Edital de forma a não terem dúvidas quanto a ele.

    Aos sábados e domingos, tive algumas aulas em cursinhos em que os professores diziam " enquanto muitos estão lá em casa com a bunda no sofá vendo merda na TV, e reclamando da má vida que levam, vocês estão aqui, ralando em estudos em pleno domingão buscando uma melhora de vida!"

    Lembrem-se, os estudos para um concurso, valerão para todos os outros que vierem a prestar.

    Se for desistir, passe primeiro, depois desista.


    Ps.: Antes de ser "nomeado", ainda trabalhei em um financeira por 4 meses, mas já sabendo que a nomeação viria com brevidade.

    Ps2.: Tenho um Blog onde fatos que ocorreram a partir da minha demissão até a minha posse no TJ, foram relatados (infleizmente não contém toda a trajetória) e deixo o link aqui para quem quiser ver e postar coment's.
    Hoje eu não estou mais postando no Blog mas pode ser que volte a postar.

    http://jinacio.blog.terra.com.br/2006/09/

    Abraços !
    Jorge

    Olá,

    Discordo totalmente da dica apresentada sobre como resolver as questões estilo cespe, indicando apenas resolver aquelas onde se tem 100% de certeza... Por quê ?
    Num concurso, muitas questões você responde sem ter 100 % de certeza pois a banca induz a isso. E nos certames muito concorridos, deixar assertivas sem resposta diminui consideravelmente a chance de se obter boa nota. Vamos às contas: Num total de 120 itens, vamos supor que você deixe em branco 20 itens e erre apenas 5, daquelas que você tinha "100%" de certeza. A sua nota será de (N de acertos)-(N de erros)= 90, o que daria 7,5. Com essa nota daria para passar em algum concorrido concurso, de tribunal por exemplo ? Creio que não.
    Minha dica é... (depois posto)
    Abraços

    Camisa 9 says:

    Assim como você também não prestarei a prova. Estava em dúvida ontem, mas depois da sua análise vi que tem muita matéria e pouco tempo, então não vou entrar num lugar que sei que não sairei ileso de decepções e tals.

    Agora eu tenho que parabenizá-lo pelo post de hoje (pelo menos hoje pra mim que estou lendo:p) que está excelente. Se falei mal do post anterior sobre esse tópico o de agora eu tenho a obrigação de falar bem deste. Ele me abriu os olhos pra outras coisas que devo levar comigo nessa luta, que está meio de lado nesse momento da minha vida, mas que tomarei providências para voltá-la a ser preferência e não opção.

    Bons estudos e boa prova pra quem for fazer esse certame.

    Éric

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