Estudar é algo divertido, emocionante e estimulante? Para algumas sim, para a maioria não. Para os concurseiros que acham que estudar é tudo isso, bem, podemos dizer apenas “Parabéns e aproveite isso o máximo que você puder”. Agora, para os que acham que estudar é trabalhoso, chato, cansativo, tedioso e por aí vai, devemos dizer um fatídico “Pare de reclamar, pare de enrolar, estude se você quiser mesmo se tornar um servidor público”.

Infelizmente, temos prazer de fazer apenas o que gostamos. Ninguém precisa nos motivar a gostar de passar uma semana de férias numa praia maravilhosa ou a curtir um aquele automóvel zero quilômetro dos nossos sonhos que acabamos de comprar. Agora, para o que não gostamos de fazer e precisamos fazer a coisa é bem diferente, temos de nos obrigar a gostar de fazer para fazer bem feito, temos de nos motivar a fazer, temos de nos obrigar a fazer.

Preguiça - s.f. Aversão ao trabalho; pouca disposição para trabalhar. Lentidão em fazer qualquer coisa; moleza; morosidade.

Você já soube de alguém que teve preguiça de passar as férias numa maravilhosa viagem pelas mais belas praias do Caribe? Ou teve preguiça de ir a uma concessionária buscar o automóvel zero quilômetro tinindo de novo que acabou de chegar? Eu, nunca. Agora, por outro lado, você já soube de alguém que teve preguiça de numa tarde abafada de sábado de feriado prolongado pegar um pesado livro de Direito Constitucional para estudar Controle de Constitucionalidade? Ou então de numa noite de sexta-feira encarar uma bateria de exercícios de Gramática da Língua Portuguesa? Não é preciso nem responder.

A preguiça de fazer algo que não gostamos de fazer, porém precisamos fazer leva à reclamação e enrolação. Concurseiros têm, portanto, uma forte inclinação a serem reclamões e, principalmente, propensos à enrolação, ambos altamente prejudiciais para o estudo de qualidade para concursos públicos. Explico.

Quem reclama demais de alguma coisa cria uma indisposição para fazer tal coisa. Se reclamo de algo é porque não gosto daquilo, se não gosto daquilo minha mente refuga em fazer tal coisa, simples assim. Ou seja, concurseiros reclamões sabotam seus próprios esforços para estudar sério, com qualidade, com atenção. Portanto, cale a bota e não reclame mais. Ninguém o está obrigando a estudar para concursos públicos, isso é uma decisão sua. Se você reclama demais chegou a hora de tomar uma decisão, ou você para de reclamar e vai estudar, ou então, então, desiste desse negócio de querer ser servidor públicos. O que não dá é para continuar se sabotando e, ao mesmo tempo, se iludindo que ainda tem alguma chance de passar em concursos públicos.

Enrolar é um sinônimo informal do famoso e feio termo “procrastinar”, que por sua vez significa adiar, espaçar, delongar. Ou seja, em termos de estudar para concursos públicos, enrolar é gastar mais tempo para estudar algo que o necessário, é deixar para amanhã o que você pode estudar hoje, é não obedecer ao planejamento de estudos montado não porque aconteceu algum impeditivo, mas por relaxo mesmo. Concurseiros enrolões ficam anos e mais anos “estudando” sem nunca fazerem isso de forma realmente séria, ou seja, sem nunca realmente terem chance de ficarem classificados dentro do número de vagas previstos nos editais dos concursos que presta e, com isso, garantirem uma vitória na guerra dos concursos públicos, a tão sonhada nomeação e posse. Se você enrola na hora de estudar para concursos públicos, você está garantindo não passar, só isso.

RESUMO DA ÓPERA – Se você não é um concurseiro reclamão ou enrolão, ótimo, você já evitou dois grandes problemas, grandes mesmo. Agora, se você é um, outro ou, pior, ambos, bem, já passou da hora de você cair na real e estudar sério para concursos públicos ou deixar de uma vez de se enganar que estuda e tem chances de passar para poder fazer outras coisas muito mais prazerosas que estudar falsamente. Pense nisso, com muito cuidado.


CHARLES DIAS é o Concurseiro Solitário.