Outra daquelas leis chatas que regem nossa vida

"A lei da utilidade marginal decrescente foi desenvolvida pelos autores que foram considerados “revolucionários” por darem um novo rumo a ciência econômica. Jevons, Walras e Menger. Esses três autores parecem ter desenvolvido independemente um dos outros, durante 1871-74, a lei fundamental da revolução marginalista, qual seja, a Lei da Utilidade Marginal. A idéia básica é a de que uma unidade adicional de um determinado bem acrescenta, na margem, um “bem-estar” cada vez menor." (in http://rabiscoseconomicos.blogspot.com/2007/07/necessidade-lgica-da-utilidade-marginal.html)

Quando estava na faculdade de Economia, a lei acima referida era exemplificada por um professor da seguinte forma. Alguém que está com muita sede, digamos depois de uma corrida no parque num desses dias quentes que andam nos atormentando ultimamente, quando terminar estará com muita sede. Ao tomar a primeira garrafinha de água, essa pessoa irá sentir um enorme bem-estar, afinal, aplacará uma boa parte da sua sede, a refrescará e tal. Uma segunda garrafinha de água irá produzir bem menos bem-estar, já que a sede será bem menor, a pessoa já estará mais refrescada e tal. Um terceira garrafinha de água provavelmente não produzirá bem-estar algum, já que a sede passou faz tempo, e tomá-la "empurrado" será um desprazer, isso, sim. Notaram como o bem-estar produzido pela água é decrescente até chegar a zero e se tornar negativo?

"Lu: cheguei num ponto de total desanimo, a ponto de desistir.. estou mto chateada pois nao consigo sair do lugar (em relação ao rendimento das provas), n consigo estudar direito (devido ao cansaço do trabalho)... nao sei se vou aguentar mais tempo!"

A mensagem acima foi postada por uma leitor no shoutbox do blog. Um desabafo muito comum entre concurseiros com mais tempo de estudo.

O que tem uma coisa a ver com a outra? Pois bem, é o que chamo de "Lei do rendimento marginal concurseiro decrescente". Explico. Notei faz um bom tempo algo que não acontece somente comigo, mas com todos os concurseiros sérios. Quando começamos a estudar para concursos públicos, assim como o corredor sedento do exemplo lá do começo, aprendemos muito mais coisas muito mais rápido. E vamos aprendendo, aprendendo, aprendendo. No começo não notamos essa tendência descrescente no rendimento do aprendizado, afinal, temos coisas mais importante para nos preocupar. Só que com o tempo essa queda no rendimento se torna tão grande que chegamos ao ponte de parecer que estudamos, estudamos, estudamos, e mesmo assim não saímos do lugar, não melhoramos nossa classificação em concursos, nosso índice de acerto nas provas.

Até o momento notei que exisem duas fases no rendimento do concurseiro. A primeira vai do rendimento próximo de zero (quando começamos a estudar) até por volta dos 70% de acerto em provas. Essa fase é caracterizada pelo crescimento rápido e contínuo do rendimento, geralmente acontece nos primeiros 18 meses de estudo sério. A segunda fase vai dos 70% para diante, fase essa caracterizada pelo crescimento lento, doloroso, difícil do rendimento ... fase em que já estou a quase um ano e sei na pele como é complicada.

Claro que passar de uma fase de crescimento rápido e relativamente mais fácil para uma fase de crescimento lento e difícil choca. Quem quer passar da vida boa para a vida dura assim num estalo de dedos? Acredito que a maioria não quer. Só que essa passagem acontece independente de a querermos ou não. Na verdade devemos até ficar felizes quando ela acontece, pois é um dos melhores indicadores de que estamos evoluindo como concurseiros e isso significa que a vitória está muito mais próxima.

Porque motivo existem essas fases? Poderia escrever um livro sobre isso e ainda por cima cobriria apenas uma parte das possíveis explicações. De qualquer forma, o que realmente importa é que existem, que a passagem entre elas existem e que devemos aprender a lidar com essa sensação de "parece que não saio do lugar". Se não aprendermos e lidarmos com essa sensação rapidinho, nossos estudos serão afetados e, principalmente, nossa motivação para estudar.

Resumo da ópera - A vida do concurseiro é regida por sua próprias leis, regras e lógica. O que podemos fazer é aprender muito rápido a lidar com elas da melhor forma possível e continuar lutando apesar de tudo. É mesmo como em uma guerra em que apesar de feridos temos de continuar lutando por nossa vidas ... ou então tudo acabou.

Charles Dias é o Concurseiro Solitário.

IMPORTANTE - Os textos publicados nesse blog são de inteira responsabilidade dos seus autores em termos de opiniões expressadas. Além disso, como não contamos com um revisor(a) de textos, também a correção gramatical e ortográfica é de inteira responsabilidade dos mesmos.

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ATENÇÃO - Devido a problemas técnicos a resenha dessa semana juntamente com as regras da promoção "Eu PRECISO desses livros!" serão publicadas amanhã. Não perca.

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1 Response to "Outra daquelas leis chatas que regem nossa vida"

  1. Camisa 9 says:

    Parar no meio caminho é dar tiro no pé! Sou daqueles que quando começa algo tenho de terminar e ganhar, mas estou cansado de lutar e pra não morrer por desgaste é sempre bom saber a hora de dar uma trégua/pausa, mas depois tem de continuar firme e forte!

    Bons estudos!

    /ericc9

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