E entramos em proteção de tela

Leiam a conversa:

Amiga - Raquel, você deveria repensar os rumos da sua vida. Poderia ir trabalhar em algum lugar, poderia estudar diferente. Não sei, sei lá, agora é momento de você repensar sua vida, pois você está fazendo errado.

Raquel - Ok, tudo bem.

Quem lê o diálogo acima, pensa que eu dei muita atenção para o discurso da minha amiga. Realmente, ela teve as melhores intenções e disse isso porque quer o meu bem e deseja me ver realizada. Isso é bom, pois vejo que estou cercada de pessoas que se importam comigo.

Entretanto, há coisas que as pessoas não sabem mesmo. A minha amiga não é concurseira e nunca passou por situação semelhante à que estou passando. Nesse caso, não vale a pena gastar energia discutindo. É melhor entrar no modo proteção de tela: deixamos o cérebro devanear e apenas assentimos com a cabeça. Afinal, é chato ficar retrucando e parecer uma maluca, falando sobre coisas que ela só entenderia se fosse uma concurseira.

Já se disse muitas vezes que somente concurseiro entende o outro concurseiro. Isso quando ambos se entendem, pois os métodos de estudo, os modos de encarar a luta variam de pessoa para pessoa. Por isso, então, desisti de tentar me fazer entender pelos não-concurseiros. Quem sabe não me entendam após a posse?

Quanto a rever o que está errado, isso é algo que sempre devemos fazer. Pelo menos, eu sempre faço. O problema é que eu não faço tantos concursos como a maioria faz. Então, ver meus erros torna-se uma experiência lenta porque eu os constato em poucas oportunidades. Além disso, nem sempre o problema é tão evidente como pensamos ser, ele se mascara para nós. Assim, só vamos percebê-lo depois de muito tempo.

Sobre mudar a forma de estudo, eu digo que cada um tem o seu método. Por mais tresloucado que o meu seja, ele é meu e foi feito para o meu cérebro. Não adianta a gente querer estudar igual a uma outra pessoa em tudo só porque ela teve sucesso, pois cada um tem uma necessidade e uma história de vida. Portanto, não existe milagre ou mágica: cada um vai encontrar seu modus operandi e vai ralar até obter sucesso!

Quanto a dar certo ou não dar certo os planos que fazemos na vida, eu tenho que dizer que isto é muito relativo. Pode-se dizer que algo NUNCA acontecerá ou que AINDA não deu certo. Tudo depende da sua forma de encarar a vida. Se você é uma pessoa obstinada como eu sou, pode-se dizer que está faltando aquela pequena faísca no seu preparo ou que seu trabalho ainda não começou a mostrar resultados paupáveis. Simples assim.

Sobre ir trabalhar em algum lugar qualquer, honestamente, essa não é a solução. Afinal, eu já trabalho, pois sou advogada e tenho flexibilidade de horário. Não sou uma desocupada. Contudo, as pessoas só te veem como tal quando se está vinculado a um grande escritório e recendo salário todo mês.

Resumo da Ópera - Concurseiros amigos, vamos respirar fundo, contar até dez e nos acalmar. A pressão em cima de nós é enorme. As pessoas querem ver movimento nas nossas vidas isso é muito. A vida de concurseiro é que é atípica. Por isso, tenhamos paciência com os leigos no assunto e não nos deixemos abater quando ouvirmos algo do gênero. Toquemos nossos destinos à frente!

Raquel Monteiro é uma legítima concurseira carioca.

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3 Response to "E entramos em proteção de tela"

  1. "Perdoai eles não sabem o que dizem" Todos aqueles que questionam porquê você não está trabalhando, porquê não estuda de uma determinada forma, porquê não faz um cursinho, porquê estuda sozinho, porquê não faz tal concurso (aquele que não é da sua área de interesse) simplesmente não sabe o que diz, cada concurseiro é único, cada um se adapta a sua melhor melhor forma de estudar e pra qual concurso estudar. Só concurseiro entende concurseiro.

    Camisa 9 says:

    Devemos entrar em "proteção de teia de neurônios" sempre que formos conversar com alguém leigo em qq assunto do que estamos falando. Não só em relação à estudos, mas também com aquelas matérias que não se discutem, como: religião, esporte e política!

    Bons estudos, garera!

    Elpydio says:

    Acho que é triste quando as pessoas assumem o que devia ser um estado provisório - e substituível - como um estilo de vida. Na vida real, não existem frases feitas, nem fórmulas prontas. A matemática e a lógica contrariam o mantra do concurseiro "não pergunte se vai passar, mas quando vai passar". É preciso encarar a realidade, e não entrar num estado de negação. A vida é muito mais que concurso, e a felicida não está no fim do arco-íris, nem no fim de um cargo público. (De um servidor efetivo concursado.)

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