MAIS DO MESMO: OLHANDO PARA QUEM NÃO TEM NADA.
06:00
Concurseiro Solitario
, Posted in
Outros assuntos
,
0 Comments
Estamos quase no Natal. Quem trabalha na área jurídica já está em recesso desde o dia 16, aproveitando o tempo de descanso e colocando a mão na massa para os preparativos das festas de final de ano. Embora o texto de hoje não seja propriamente concurseiro (me desculpem os imediatistas), acho pertinente.
Cara, às vezes me pego pensando em no quanto eu reclamo da minha vida. E olha que na grande parte do tempo eu acho que até que reclamo pouco, mas como contexto, meu pouco é muito. Todos nós reclamamos, ingenuamente, e não nos damos conta do quanto isso é ridículo.
Há uns dias atrás eu realizei um projeto social (fazemos com certa continuidade ao longo do ano) em um bairro absolutamente marginalizado e carente daqui onde vivo. Como não acredito muito em paternalismos infundados, sempre procuramos (citando os demais integrantes) levar consciência e moralidade, além de aprendizado e cidadania – ao invés de apenas distribuir cestas-básicas (embora exigir que uma pessoa que passa fome dê valor a educação seja demagogia barata – e é esse o grande fundamento, que dá coesão social a um país como nosso, das políticas públicas assistencialistas – ainda precisaremos muito delas antes de abraçar o neoliberalismo como se fosse a salvação da humanidade perdida). Então, obviamente, fiquei responsável pelo atendimento jurídico dessas pessoas e pude, mais uma vez, me deparar com a grosseira verdade: Nossa democracia não alcança a todos (1); Nossas políticas públicas são inapropriadas e insuficientes (2); Nossos representantes são ilegítimos (3); E a mais temida verdade – grande parte da população não dá a mínima para tudo isso (4).
Porque, com o passar do tempo, nós perdemos a capacidade de nos indignar, e deixamos de sair da nossa redoma de vidro e necessidades, fazendo de nosso próprio umbigo o centro do universo.
E não estou dizendo que vocês devem aproveitar o clima de Natal e ajudar alguém, porque isso seria de uma idiocrasia absurda da minha parte, até porque estou exatamente ressaltando nossa moralidade de domingo. Uma moralidade que agrega valores em datas especiais e esquece o outro nos dias úteis. Uma moralidade que conserva bons ideais e quer abraçar o mundo, mas, bem, não abraça o pobre que necessita e que mora na esquina.
Estou dizendo, na realidade, que nossas reclamações no que diz respeito aos concursos públicos são válidas e fazem parte da nossa natureza humana e frágil, mas que novamente me deparar com tantas pessoas necessitadas, me fez – sem demagogia alguma – fortalecer os motivos que me fizeram cursar Direito e que o dinheiro vai vir, na proporção exata, mas que isso não pode endurecer meu coração e me fazer esquecer dos mesmos motivos que me faziam acordar aos 16 anos e ir estudar.
RESUMO DA ÓPERA - Então tenho um propósito muito concreto de Ano Novo: deixar a reclamação medíocre de lado e continuar focada na consecução dos meus desejos. Fazer minha parte para ajudar pessoas tão marginalizadas (lembrando que a pior miséria é a moral) através da minha profissão (o Estado pagou meus estudos na UEL por 05 anos, e é um absurdo que nenhum acadêmico ou recém-formado se lembre de retornar algo bom à sociedade) e seguir em frente, na simplicidade de uma vida pautada pela verdadeira solidariedade do dia útil. Vamos tentar juntos?
Cara, às vezes me pego pensando em no quanto eu reclamo da minha vida. E olha que na grande parte do tempo eu acho que até que reclamo pouco, mas como contexto, meu pouco é muito. Todos nós reclamamos, ingenuamente, e não nos damos conta do quanto isso é ridículo.
Há uns dias atrás eu realizei um projeto social (fazemos com certa continuidade ao longo do ano) em um bairro absolutamente marginalizado e carente daqui onde vivo. Como não acredito muito em paternalismos infundados, sempre procuramos (citando os demais integrantes) levar consciência e moralidade, além de aprendizado e cidadania – ao invés de apenas distribuir cestas-básicas (embora exigir que uma pessoa que passa fome dê valor a educação seja demagogia barata – e é esse o grande fundamento, que dá coesão social a um país como nosso, das políticas públicas assistencialistas – ainda precisaremos muito delas antes de abraçar o neoliberalismo como se fosse a salvação da humanidade perdida). Então, obviamente, fiquei responsável pelo atendimento jurídico dessas pessoas e pude, mais uma vez, me deparar com a grosseira verdade: Nossa democracia não alcança a todos (1); Nossas políticas públicas são inapropriadas e insuficientes (2); Nossos representantes são ilegítimos (3); E a mais temida verdade – grande parte da população não dá a mínima para tudo isso (4).
Porque, com o passar do tempo, nós perdemos a capacidade de nos indignar, e deixamos de sair da nossa redoma de vidro e necessidades, fazendo de nosso próprio umbigo o centro do universo.
E não estou dizendo que vocês devem aproveitar o clima de Natal e ajudar alguém, porque isso seria de uma idiocrasia absurda da minha parte, até porque estou exatamente ressaltando nossa moralidade de domingo. Uma moralidade que agrega valores em datas especiais e esquece o outro nos dias úteis. Uma moralidade que conserva bons ideais e quer abraçar o mundo, mas, bem, não abraça o pobre que necessita e que mora na esquina.
Estou dizendo, na realidade, que nossas reclamações no que diz respeito aos concursos públicos são válidas e fazem parte da nossa natureza humana e frágil, mas que novamente me deparar com tantas pessoas necessitadas, me fez – sem demagogia alguma – fortalecer os motivos que me fizeram cursar Direito e que o dinheiro vai vir, na proporção exata, mas que isso não pode endurecer meu coração e me fazer esquecer dos mesmos motivos que me faziam acordar aos 16 anos e ir estudar.
RESUMO DA ÓPERA - Então tenho um propósito muito concreto de Ano Novo: deixar a reclamação medíocre de lado e continuar focada na consecução dos meus desejos. Fazer minha parte para ajudar pessoas tão marginalizadas (lembrando que a pior miséria é a moral) através da minha profissão (o Estado pagou meus estudos na UEL por 05 anos, e é um absurdo que nenhum acadêmico ou recém-formado se lembre de retornar algo bom à sociedade) e seguir em frente, na simplicidade de uma vida pautada pela verdadeira solidariedade do dia útil. Vamos tentar juntos?
ANA PAULA DE OLIVEIRA MAZONI é concurseira por vocação.
IMPORTANTE - Os textos publicados nesse blog são de inteira responsabilidade dos seus autores em termos de opiniões expressadas. Além disso, como não contamos com um(a) revisor(a) de textos, também a correção gramatical e ortográfica é de inteira responsabilidade dos mesmos.
IMPORTANTE - Os textos publicados nesse blog são de inteira responsabilidade dos seus autores em termos de opiniões expressadas. Além disso, como não contamos com um(a) revisor(a) de textos, também a correção gramatical e ortográfica é de inteira responsabilidade dos mesmos.
———«»———«»———«»———
0 Response to "MAIS DO MESMO: OLHANDO PARA QUEM NÃO TEM NADA."
Postar um comentário