Mas tinha de ler o edital?

Fragmento de notícia publicada ontem na versão online do Jornal dos Concursos (clique aqui para ler a notícia na íntegra):

Mais de 99% dos candidatos foram reprovados

O resultado da prova objetiva para o cargo de Investigador da Polícia Civil de São Paulo, divulgado nesta quarta-feira, 7 de janeiro, gerou polêmica entre muitos candidatos por conta do baixo número de aprovados.

Segundo informações do órgão, dos 67.407 concorrentes que realizaram a avaliação, apenas 390 foram aprovados em todas as matérias e estão aptos a prosseguir no concurso.

Gente, uma notícia assim é de deixar qualquer um de queixo caído. Pensem bem, apenas 390 dos mais de 67 mil candidatos que prestarão prova foram considerados aptos para prestarem as próximas fases do concurso. Diante de resultado tão impressionante, nos perguntamos “o quê, afinal de contas, aconteceu nesse concurso?”.

Continuando a ler o artigo, a resposta surge rapidamente:

A própria Polícia Civil divulgou um gráfico com as estatísticas da prova, as quais revelam o alto índice de reprovação. Relembrando que o candidato, para ser aprovado para a próxima fase da seleção, deveria obter aprovação mínima em todas as disciplinas.

A maior parte dos candidatos (25.882, o que corresponde a 38,39% do total) reprovou em duas ou mais matérias.

Na estou aqui para atirar pedras em ninguém, nem fazer acusações, críticas ou tal. Apenas quero usar esse concurso para exemplificar um erro muito comum entre concurseiros. Antes, cabe deixar claro que nessa mesma reportagem há a reclamação de um candidato de que a prova teve um nível de dificuldade muito além do esperado pelos candidatos e, também, que esse concurso está sob investigação do Ministério Público por suspeitas de fraude.

“Leia o edital atensiosamente, pelo menos duas vezes”. Esse conselho parece meio sem sentido, afinal de contas, ler o edital é uma coisa óbvia, pois trata-se das regras do jogo e parece improvável que alguém aceite jogar um jogo que não conheça as regras, ainda mais quando está apostando tão alto.

Infelizmente, não é bem assim que as coisas funcionam, não. O que tem concurseiro que não lê direito o edital e acaba sendo prejudicado em concursos públicos é algo incrível. Tomemos esse concurso da Polícia Civil. No edital do concurso está claro que na prova da primeira fase:

2. Cada questão terá valor de 1 ponto, sendo aprovado o candidato que obtiver o acerto mínimo de 50% das questões de cada uma das disciplinas.

Com toda certeza, uma parcela considerável dos 99% reprovados nessa fase do concurso simplesmente não leu esse ponto do edital e achaou que poderia fazer menos que o mínimo para alguma das matérias, ou mesmo nem sabiam que existia esse negócio de pontuação mínima em disciplinas cobradas em concursos públicos.

É, gente, isso acontece com uma freqüência impressionante. Estão aí os fóruns e comunidades de concursos que comprovam o que digo. Basta visitar um deles para ver dezenas de perguntas que não seriam feitas se os candidatos que as formulou tivesse lido o edital com um mínimo de atenção. O pior é que muitas dessas questões são sobre pontos muito importantes do concurso, daqueles que se não forem bem compreendidos e obedecidos, com certeza desclassificarão o concurseiro

Esse artigo continua amanhã ...


3 Response to "Mas tinha de ler o edital?"

  1. É verdade.
    Destes 67.000, pelo menos uns 3.000 "deveriam" estar preparados para no mínimo atingirem os 5o% de cada matéria.
    O EDITAL é a LEI DO CONCURSO!
    Lá estão as regras e os pequenos detalhes que farão a diferença.

    Jorge Luiz

    ED says:

    Está, no mínimo,truncada a concordância verbal nestes dois trechos:

    "mais de 67 mil candidatos que prestarão prova foram considerados aptos para prestarem as próximas fases do concurso."

    "(..) perguntas que não seriam feitas se os candidatos que as formulou tivesse lido o edital com um mínimo de atenção."

    Camisa 9 says:

    Na 2° parte eu vi o erro Edilvânia, mas na primeira ainda não reparei...vi com muita pressa...

    É Jorge...lembram de estudar as matérias (quando estudam mesmo) e esquecem da principal matéria. O Edital.

    Bons estudos

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