Não de todo perdido

No ano passado prestei vários concursos para os Tribunais Superiores em Brasília e por conta disso estudei vários Regimentos Internos. Infelizmente não passei em nenhum desses concursos.

Em dezembro, num dia de reflexão sobre o ano que terminava, pensei algo do tipo “putz, estudei vários regimentos internos de tribunais e agora esse conhecimento é inútil, pelo menos até o próximo concurso desses tribunais, que provavelmente nem preste por já estar empossado em outro lugar”.

E quantos concurseiros não pensam assim quando estudam alguma matéria exótica, muito específica? É muito ruim a sensação de que tantas horas de estudo sério não tenham muita utilidade, algumas vezes utilidade nenhuma. É a tal sensação de “tempo perdido”, que não acomete tão somente a concurseiros.

Estou estudando desde dezembro para o concurso público do Tribunal Regional Eleitoral de Minas Gerais, cujo edital traz como um dos tópicos principais de estudo justamente o regimento interno do órgão. E como acontece no Judiciário dos regimentos internos dos órgãos subalternos espelharem o regimento interno do órgão máximo, não é que tudo o que estudei sobre o assunto para os Tribunais Superiores de Brasília me ajudaram a estudar com muito mais facilidade agora?!

É uma sensação muito boa descobrir que aquelas tantas horas de estudo sério que achava terem se tornado inúteis, agora se revelam muito úteis, uma verdadeira vantagem competitiva sobre outros candidatos que nunca estudaram um regimento interno de órgão do Judiciário, que por menor que seja, ainda assim é uma vantagem competitiva, é um passo a mais que estou diante desses candidatos.

Com essa descoberta passei a acreditar que a famosa “Lei do Retorno” também funciona em termos de concursos públicos. Não sabe o que é essa lei? Explico.

“Segundo um filósofo alemão, o momento, o instante, o fato não é único, sempre se repetirá, isso é assumir a Lei do "Eterno Retorno", onde tudo volta na mesma intensidade de onde saiu.”

Quando aplicada essa lei à guerra dos concursos públicos, temos que se hoje estudamos algo bem estudado, com seriedade, no futuro isso nos será uma vantagem competitiva, nos ajudaram em outras lutas. No entanto, se hoje estudamos algo mal estudado, sem a seriedade necessária, no futuro nos arrependeremos de não ter agido de modo diferente, visto que um concurseiro que começa a estudar uma matéria do zero tem condições de aprendê-la com mais facilidade e rapidez que um concurseiro que recomeça a estudar a mesma matéria tendo estudado-a “mal e porcamente” no passado, não entendido conceitos ou entendido-os errado.

Resumo da ópera – Por experiência própria afirmo que vale muito a pena estudar tudo de forma séria e comprometida, não é tempo perdido, pois em algum ponto do futuro todo conhecimento voltará a ser muito útil.

Charles Dias é o Concurseiro Solitário.

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2 Response to "Não de todo perdido"

  1. Camisa 9 says:

    É aquilo que minha mãe fala: -"Nenhum conhecimento adquirido é perdido"...

    Excelente artigo, como outros tantos! Seu blog é muito bom!!!

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