Se tem uma dúvida que atormenta muitos concurseiros é a de quantas horas deve-se estudar por dia. Só que a resposta não é tão simples quanto se esperaria e por isso mesmo erra muitos concurseiros ao determinar um número “xis” de horas diárias, desconsiderando muitos fatores muito importantes nessa determinação ... a maioria inclusive desconhece a existência desses fatores.

Comecemos então por conhecer os fatores mais importantes a serem considerados no momento de definição de quantas horas você estudará diariamente.

Disponibilidade real de tempo para o estudo – Muitos concurseiros não pensam duas vezes antes de se enganarem de que podem estudar períodos improváveis de tempo diariamente. Nunca se esqueça de que o dia tem 24 horas, quase um terço disso será gasto dormindo. Ou seja, em média temos 16 horas diárias para fazer tudo o que precisamos fazer. A não ser que o concurseiro tenha condições ideais para estudar em tempo integral, dificilmente poderá estudar mais que 10 horas por dia. Se você pode realmente estudar apenas 6 horas por dia, porque se enganar que pode estudar 10 horas? Não somente é ilógico quanto temerário.

Compromissos regulares – Todos temos compromissos diários regulares, ou seja, que são repetidos diariamente. Temos de tomar café da manhã, almoçar, jantar e tomar banho, por exemplo, o que demanda tempo. Logo, devemos listar cuidadosamente esses compromissos regulares e considerá-los na contabilização do tempo diário disponível para o estudo.

Compromissos irregulares previsíveis – Temos também compromissos irregulares previsíveis, como um tratamento dentário a ser iniciado ou um trabalho temporário para o qual fomos contratados. Dessa forma, considere também tais compromissos em seu levantamento de quanto tempo poderá dedicar aos estudos.

Compromissos imprevisíveis e inesperados – Nossas vidas são marcadas por acontecimentos assim. É o descarga do banheiro que quebra, um amigo que resolve nos visitar por alguns dias sem avisar, um resfriado que nos derruba de uma hora para outra. O concurseiro que não quer ver seu planejamento de estudos desabar como um castelo de cartas com certeza deve deixar uma margem de tempo para acomodar compromissos desses tipo, ou seja, seu planejamento de atividades diárias não deve ser engessado a ponto de tornar traumática a acomodação de tais compromissos imprevisíveis e inesperados.

Interrupções ambientais – Há concurseiros que moram em locais onde em certos horários é virtualmente impossível estudar por conta do barulho, movimentação de pessoas ou outros fatores ambientais. Logo, tais devem, com toda certeza, serem considerados no levantamento do tempo diário disponível para o estudo para concursos públicos, visto que muitas vezes não há outra opção para o concurseiro que abrir mão dos estudos nesses horários por falta de opção de lugares alternativos para a ativdade.

É claro que não será muito animador considerar todos esses fatores no seu cômputo de horas diárias disponíveis para o estudo, visto que subtrairão uma parte respeitável do seu dia, porém não fazer isso é se iludir e perder tempo e esforço montando um planejamento de estudos que não poderá ser realizado plenamente. Daí vem a frustração de não ter dado certo e o retrabalho para fazer tudo novamente.

RESUMO DA ÓPERA – Estudar sério para concursos públicos é também ser honesto e realista quanto ao tempo que se terá diariamente para estudar. É preferível encarar que se pode estudar apenas algumas horas diariamente e fazer isso com qualidade, que se enganar que poderá estudar uma dezena de horas e não conseguir fazer isso por mais que alguns dias.

CHARLES DIAS é o Concurseiro Solitário.