Quando nosso rendimento fica abaixo do esperado

A boca fala do que o coração está cheio” (Mateus, 12:34) e hoje, ao perceber que meu rendimento no concurso para o provimento de cargos do Ministério Público da União não foi o que eu internamente esperava, é disso que quero falar.

Extremamente difícil passar vários meses se preparando para um certame, com afinco, dedicação e disciplina, e notar que o rendimento que você esperava na correção da prova, não agradou. Certo?

Isso porque nosso coração concurseiro, invariavelmente e por vezes até de forma inconsciente, cria certas expectativas, não apenas em relação à proximidade ou não da aprovação dentro do limite de vagas de provimento imediato, mas até em se presumir que se foi bem na realização da prova. É uma sensação deliciosa sair da prova com a sensação de que se foi bem.

Mas nem sempre nossas expectativas encontram eco na realidade, e é importante que estejamos preparados para isso. Como assim?

Bom, o primeiro passo a fazer é renovar suas próprias forças e motivação de estudo após a chateação. Que é normal, natural e até esperava, sobretudo quando se tem um caminho de estudo, se sonha e se tem planos. Como todos nós.

Depois é imprescindível que se observe os acontecimentos com objetividade. Sim, objetividade. Isso porque a chateação pode nos deixar “cegos” e impossibilitar que vejamos com a serenidade necessária, e de forma criteriosa, o que nos separou do rendimento que esperávamos.

Foram os mínimos nos conhecimentos gerais? Ou foram as específicas que me fizeram desandar? Se passei para a segunda fase, e minha queda foi na redação, em quais critérios de correção eu falhei?

Um exemplo: eu, pessoalmente, sou apaixonada por Direito Penal. Sempre adorei estudar, discutir, analisar cada detalhe dos processos, circunstâncias que se liguem ao Direito Penal ou a ciências correlatas (criminologia, psicologia forense, etc). Contudo, Direito Penal é uma das matérias que mais me reprova nos concursos públicos, enquanto em Direito Comercial (que não me diverte nada nada) eu faço sempre os mínimos necessárias.

E porque isso?

Porque passei muito tempo estudando Direito Penal com foco na vida acadêmica e não na aprovação para concursos públicos. Penso demais cada questionamento, como se todos fossem dissertações de mestrado individuais, e perco a objetividade imprescindível na resolução, que me acompanha em outras matérias, como o citado Direito Comercial.

Esse é apenas um exemplo de como analisar os motivos que ensejaram a queda de rendimento na prova é essencial. Porque é o rendimento próprio é nosso “termômetro” nesse projeto de estudo, e no caso que citei acima, por exemplo: Aprendi, com minha chateação particular, que não obstante eu ame estudar Direito Penal, preciso ser mais objetiva e criteriosa ao participar de concursos que exigem menos polêmica doutrinária e mais conhecimento prático e legal.

RESUMO DA ÓPERA - Se chatear é horrível, mas pode ser analisado sob um ângulo positivo e que enseje amadurecimento. Analisar os motivos da baixa de rendimento, para melhorá-los é o que nos diferencia daqueles que estudam para concursos públicos e que efetivamente são aprovados. Os que não são aprovados são os inflexíveis, que não ousam admitir os próprios erros e mudar. Não sejamos assim!

PAULA OLIVEIRA é Concurseira por vocação.

IMPORTANTE - Os textos publicados nesse blog são de inteira responsabilidade dos seus autores em termos de opiniões expressadas. Além disso, como não contamos com um revisor(a) de textos, também a correção gramatical e ortográfica é de inteira responsabilidade dos mesmos.

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1 Response to "Quando nosso rendimento fica abaixo do esperado"

  1. Pablo says:

    Também estou nessa "chateação pós-concurso do MPU", pois fui desclassificado na redação. Obrigado pela força.

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