Prestei o concurso público para o provimento de cargos junto ao Ministério Público da União há um tempo atrás. E como moro no interior do Estado do Paraná, precisei viajar até Curitiba para realizar o certame.

É impressionante como eu carrego coisas! Não serei machista a ponto de dizer que assim o faço por ser mulher, mas que efetivamente é um peso carregar minhas malas por aí (veja que já estou usando o plural, e são 3 dias de viagem), isso é!

Com isso fiquei pensando nessa caminhada dos concursos públicos. É notório que ser aprovado em um certame não é algo que nos acontece da noite para o dia. É, e assim deve ser, um projeto de médio-longo prazo, e nós devemos estar preparados para todas as intempéries que nos acometem o meio do caminho.

E o que você carrega em sua mala nessa viagem?

Traz más recordações da iniciativa privada? Familiares que, igualmente trabalham no setor público, e que te estimularam a se profissionalizar ou é o único da família que quer iniciar esse honroso serviço?

Traz angústias, medo de nunca passar e de decepcionar a todos e a si mesmo, ou está confiante de que com persistência, dedicação e disciplina (P2D) sua hora ainda chegará?

Traz quanto tempo de estudo para concursos? É iniciante ou já lutou algumas batalhas? Tem aprendido com os seus erros? Tem melhorado seus pontos fracos e conhecido o inimigo? (alegoricamente – o edital, que ao contrário, é algo muito positivo em nossas vidas).

O que ficou marcado nessa lembrança ao arrumar minhas malas, é que nós concurseiros sérios trazemos muita bagagem. Ainda que novatos, igualmente temos muito a decantar de nossas experiências passadas, além de agregar valores e atitudes, para as experiências que virão.

O mais importante, é saber – ao contrário de minhas malas verdadeiras, o que precisamos deixar de lado, quais os sentimentos, fatos e situações passadas, que precisamos tirar da mala e não levar conosco no momento da realização da prova. E entender que precisamos decantar certos acontecimentos e superá-los, além de renovar nossas esperanças de que nossa vida não é uma sucessiva repetição dos mesmos atos.

De outro modo, é imperioso que também raciocinemos no sentido inverso, entendendo, com exatidão, quais as posturas que preciso manter nos meus artefatos, como objetos de primeira necessidade que precisam nos acompanhar onde quer que se vá. Motivações e lembranças, que somente nos agregaram positividade e concentração, melhorando nossos rendimentos nas provas e elevando nosso espírito até a concretização de nossos intentos.

Resumo da ópera - Confesso a vocês que minhas malas estão cheias de roupas, mas também de sonhos. Sonhos de um futuro bom que um dia virá. Se eu não desistir. Se eu for até o fim. E a de vocês?

PAULA OLIVEIRA é Concurseira por vocação.

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