Concurseiro: sinônimo de qualidade

Ser concurseiro é sinônimo de qualidade, em que pese todas as afirmações em contrário. Mas por que ir contra a maré, vez que regra geral a "pessoa concurseira" é tida como desocupada, pois não faz mais nada na vida a não ser estudar?

A realidade é nua e crua e, a decisão de se tornar mais um candidato a certames públicos é difícil e dolorosa. A luta não é nada fácil e osobstáculos não cessam de surgirem. Entretanto, alguém já disse que tudo na vida tem um lado ruim e um lado bom.

O lado ruim, sem dúvida, não merece mais divagações; todos que estão nessa batalha sabem as dificuldades pessoais e materiais dessa vida árdua. Todavia, olhando-se mais profundamente para tais empecilhos, percebe-se que todos eles, sem exceção, talham o concurseiro para que ele seja uma pessoa melhor. Há dúvida? Com certeza não.

O concurseiro, em razão de seu caminho ser longo, aprende a ser uma pessoa paciente, se não por bem, forçosamente. Todos sabem a angústia que é esperar o gabarito, a lista de aprovados, a segunda, a terceira fase, dependendo do concurso, enfim, todo o procedimento para, finalmente chegar à homologação. Após essa, mais uma espera: a convocação (é a fase que me encontro: a do "limbo do concurso").

Outro lado positivo do concurseiro é que ele aprende a ser persistente. Depois de uma derrota, é claro que há a raiva, o dissabor do fracasso, um golpe duro em seu ego, algo normal para nós, seres humanos. Acontece que passada essa fase dos sentimentos a flor da pele, o concurseiro retoma seu caminho; continua estudando, firme. Muitas vezes, esse tempo demora mais para alguns, menos para outros, cada qual no seu ritmo.

Uma última qualidade que destaco aqui seria a humildade do concurseiro. É claro que muitas vezes, ao invés de o concurseiro pensar em tudo aquilo que ele foi obrigado a passar, a suportar, a sofrer e, após ser aprovado e ingressar no cargo, ser uma pessoa feliz e satisfeita com sua vitória pessoal, trabalhando para ser o melhor, o outrora candidato se torna uma pessoa orgulhosa, amarga e cruel, a ponto de querer descontar em terceiros, geralmente subordinados, todos aqueles anos que passou estudando, aturando a iniciativa privada e tudo o mais à sua volta. Não é preciso nem frisar que o segundo caminho é o pior que ele pode seguir, pois além de criar inúmeras inimizades, o concurseiro será uma pessoa infeliz.

Assim sendo, o melhor, sempre, é ter aquele sentimento de gratidão, de vitória, de conquista, aproveitar esse momento e esquecer o passado, pois ele, como a própria palavra assim significa, já passou, não volta mais.

Resumo da Ópera - Espero que, ao alcançar seu tão almejado cargo/emprego público, você possa ser uma pessoa feliz e simples, grata por ter tido a oportunidade de chegar ao cume da montanha que se chama "concurso", e saborear a vida ao máximo.

Jerry Lima, um Concurseiro Profissional.

IMPORTANTE - Os textos publicados nesse blog são de inteira responsabilidade dos seus autores em termos de opiniões expressadas. Além disso, como não contamos com um revisor(a) de textos, também a correção gramatical e ortográfica é de inteira responsabilidade dos mesmos.

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Leia a resenha completa do livro "Direito Processual Civil" de Denilson Feitoza (Editora Ímpetus) feita por Raquel Monteiro clicando AQUI.

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Eis porque os concursos precisam ser difíceis

Dia desses, eu precisei fazer um minucioso trabalho para um inventário extrajudicial. Trata-se de uma novidade para muitos advogados, servidores públicos, funcionários cartorários etc. Ocorre que a lei já é uma realidade e não é de hoje. A lei 11.441, de 4 janeiro de 2007 ainda não foi internalizada pelo setor público.

Bem, o que isso tem de relação com os concursos públicos? Tem tudo haver! Nota-se que muitos servidores não estão atualizados ou preparados para executar seu serviço de acordo com a lei. Seja porque não recebem cursos de atualização, não têm incentivo para fazê-los ou porque não querem mesmo.

Há também, é bem verdade, órgãos e repartições onde a informatização não chegou e que não recebem materiais básicos de trabalho. Eu estive em um lugar em que a atendente me pediu para voltar depois, pois o formulário necessário havia acabado e ninguém havia tirado xerox do último exemplar. Detalhe: era um tipo de trabalho corriqueiro da repartição. Como poderia aquele trabalho parar? Está faltando uma boa infraestrutura para os serviços continuarem.

Outro caso de lógica duvidosa: uma amiga foi requerer uma pensão por morte em um órgão estadual e recebeu um formulário que continha um espaço em branco para o morto assinar. Parece mentira ou piada. Você está rindo? Esse ainda é o cenário de alguns órgãos públicos brasileiros.

Será que uma prova difícil é a solução? Sim e não. A dificuldade nos exames permite selecionar o melhor candidato e isso reverte em prol do interesse público. Contudo, se não existe um local de trabalho com recursos adequados, cursos de atualização, fica impossível termos um bom serviço público.

Por essas razões, que antes me deixavam estupefata, é muito lógico cobrarem raciocínio lógico, português impecável, direitos das mais diversas matizes. É claro: o trabalho cotidiano exigirá tais habilidades.

É muito plausível também pontuar, nas provas de títulos, quem tem pós-graduação porque o serviço público precisa de pessoal qualificado para revolucioná-lo. É mais ou menos o que o William Douglas prega em seu site: http://www.revolucao.info

Resumo da Ópera - Se vai prestar concurso público, pense em quando estiver trabalhando. Faça suas atribuições com paixão, não crie obstáculos aos cidadãos porque o seu serviço é feito para ele. Que façamos uma revolução no setor público, pois beneficiará todos indistintamente.

Raquel Monteiro é uma legítima concurseira carioca.

IMPORTANTE - Os textos publicados nesse blog são de inteira responsabilidade dos seus autores em termos de opiniões expressadas. Além disso, como não contamos com um revisor(a) de textos, também a correção gramatical e ortográfica é de inteira responsabilidade dos mesmos.

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Leia a resenha completa do livro "Direito Processual Civil" de Denilson Feitoza (Editora Ímpetus) feita por Raquel Monteiro clicando AQUI.

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Sequência de pré-lançamento

Desde a década de 60, quando o homem passou a lançar no espaço cada vez mais foguetes levando tripulantes e satélites artificiais, se tornou comum a chamada "sequência de pré-lançamento", que se trata dos procedimentos que antecedem o lançamento dos foguetes e que começam pelo menos 12 horas antes da coisa se lançada ao espaço. Durante essa período são checados e rechecados todos os sistemas do foguete e status da sua carga, seja humana ou máquina, a fim de que tudo funcione direitinho e a missão seja um sucesso.

Pois bem, hoje estou em "sequência de pré-lançamento" na versão concurseira. Tenho prova no domingo e agora é hora de começar a rever aquelas anotações de pontos imortantes a serem relembrados, fórmulas que teimam em desafiar a memória, enfim, tudo aquilo que acho que preciso saber para fazer uma boa prova, ter meu melhor desempenho.

Muitos concurseiros confundem esse período com um "salve quem puder", versão concurseira da fuga da família real portuguesa de Lisboa em uma noite de chuva, episódio clássico da história mais ou menos do Brasil. Não é assim que as coisas funcionam, desespero nessa hora somente cria mais desespero, tira o sono, dá dor de estômago (ou até um desarranjo intestinal), ou seja, deve ser evitado a todo o custo.

Gente, NÃO adianta querer "esconder o sol com a peneira", isso é fato, ainda mais quando não se deu para dar conta de todo o edital, quando ficou coisa para estudar. Não é nos dois dias anteriores a prova que você vai querer estudar o que não deu para estudar até então. Você não concorda comigo que é melhor se garantir e revisar todo o resto da matéria para se garantir nelas?

Notem que não digo que não role uma "passada de olhos" nas matérias que não se conseguiu estudar até a véspera da prova, não é isso, essa passada de olhos é melhor que nada. O que não rola fazer é tentar estudar como manda o figurino, estudar em detalhes, fazer exercícios e tal, simplesmente por que não dá tempo!

Resumo da ópera - O concurseiro sério deve saber lidar com todas as fases do estudo para concursos públicos, desde começar bem começado, até terminar bem terminado. Fazer isso dá tranquilidade para fazer a prova, algo que vale mais que ouro para o concurseiro na hora do "vamos ver".

Charles Dias é o Concurseiro Solitário.


IMPORTANTE - Os textos publicados nesse blog são de inteira responsabilidade dos seus autores em termos de opiniões expressadas. Além disso, como não contamos com um revisor(a) de textos, também a correção gramatical e ortográfica é de inteira responsabilidade dos mesmos.

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Uma nova geração de concurseiros

Quando comecei a estudar para concursos públicos a pouco mais de dois anos atrás, claro que já existiam fóruns e comunicades de concurseiros, alguns famosos até hoje e desde então muito movimentados. Só que havia uma diferença muito grande comparando aquela época com o que verifico atualmente, uma diferença marcante no tocante aos concurseiros novatos.

Antes, porém, acredito ser preciso definir esse "concurseiros novatos" para evitar qualquer mal entendido. Tenho por mim que quando alguém decide e começa estudar para concursos públicos, automaticamente torna-se concurseiro. Só que nos primeiros dois, três ou até quatro meses de estudo, o concurseiro ainda não pode ser dito nem sério, nem "mais ou menos" comprometido e muito menos falso. Só depois desse período inicial e das atitudes frente às primeiras derrotas em provas de concurso, é que o concurseiro irá revelar como será ao longo de sua luta nessa guerra. Então, concurseiros novatos são os que estão nesses primeiros meses de estudo, em sua fase de formação, de primeiro contato com o "estudar para concursos públicos".

Pois bem, quando comecei a estudar para concursos, esses fóruns e comunidades tinha, praticamente, três tipos de usuários e, também, três tipos de reação a esses tipos de usuários, uma verdadeira hierarquia. Vejamos.

Concurseiros veteranos - Responsáveis pelas "altas" discussões desses fóruns e comunidades, respeitados, ouvidos, tidos como verdadeiros "mestres dos magos" no assunto estudar para concursos públicos.

Concurseiros de experiência média - Apesar de não serem ainda respeitados como os veteranos, já eram, pelo menos, suportados nas tais "altas" discussões, e tinham discussões entre entre eles, das quais os veteranos se consideravam bons demais para participar.

Concurseiros novatos - Completamente ignorados e que deveriam ssentirem-se privilegiados por terem permissão de fazer parte desses fóruns e comunidades como ouvintes.

Ou seja, concurseiros novatos apenas ouvintes na grande comunidade concurseira da Internet brasileira, limitando-se a absorver informações e terem suas dúvidas respondidas indiretamente nas discussões que aconteciam.

Claro que isso era muito prejudicial para esses concurseiros em "início de carreira", visto que sendo ignorados em suas dúvidas, demoravam muito mais para ganhar maturidade, e tinham de quebrar muito mais a cabeça para descobrir por conta própria coisas que concurseiros com mais experiência e, principalmente, veteranos já sabiam fazia muito tempo.

Parte da culpa por esse "status quo" que durou por tanto tempo foi culpa dos concurseiros novatos de então, cuja maioria simplesmente aceitava tal situação sem discutir.

Hoje as coisas mudaram e muito. Vejo isso aqui no próprio blog. Estamos no ar desde o segundo semestre de 2007 e digo para vocês que apesar de encorajarmos os novatos a tirarem conosco suas dúvidas, a participarem da nossa comunidade no Orkut para isso e tudo o mais, apenas a partir do ano passado, ou seja, um ano e meio despois que nosso primeiro post foi ao ar, é que notamos uma presença crescente de dúvidas de concurseiros novatos nos emails que recebemos e nas dúvidas postadas em nossa comunidade do Orkut, fenômeno esse que intensificou no segundo semestre do ano passado. Também notamos isso acontecendo em outras comunidades e fóruns concurseiros, inclusive dos famosos que citei.

Pois bem, isso deixa claro que há uma nova geração de concurseiros, nascida a partir do ano passado (2009), uma geração muito mais curiosa e que não está nem aí para o antigo "status quo" concurseiro. Isso é muito bom, uma vez que concurseiro novatos mais bem informados terão muito mais chances de tornarem-se concurseiros sérios, o que em termos de renovação dos quadros da administração pública brasileira é excelente, visto que a meta final é termos uma grande maioria de servidores públicos honestos e comprometidos substituindo as parcelas "podres" de servidores que não estão nem aí para a ética administrativa e não pensam duas vezes antes de entuchar maços de dinheiro sujo de propina em meias, cuecas, calcinhas, e Deus mais sabe onde.

Resumo da ópera - Não é a toa que no Concurseiro Solitário sempre combatemos o "status quo" concurseiro estúpido que existia e tratamos com a mesma atenção concurseiros novatos, mais experientes e veteranos. Hoje temos imenso prazer em responder com o máximo de presteza as dúvidas de concurseiros novatos leitores dos blog que recebemos e sempre será assim, afinal de contas, também já fomos novatos um dia, cheios de dúvidas e inseguranças, e não nos esquecemos disso, nem iremos nos esquecer.

Charles Dias é o Concurseiro Solitário.

IMPORTANTE - Os textos publicados nesse blog são de inteira responsabilidade dos seus autores em termos de opiniões expressadas. Além disso, como não contamos com um revisor(a) de textos, também a correção gramatical e ortográfica é de inteira responsabilidade dos mesmos.

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RESENHA - "Direito Processual Penal" de Denilson Feitoza


A resenha dessa semana fica por conta da Raquel Monteiro, concurseira carioca que vem obtendo alguns bons resultados em concursos. Enquanto a nomeação não vem, ela se prepara para novos desafios como advogada e professora.

Autor: Denilson Feitosa
Edição: 6ª /2009
N° de Páginas: 1154
Editora: Ímpetus (Niterói, RJ)
ISBN: 978-85-7626-339-5

Quando eu estava na faculdade, esse livro foi indicado como uma das opções bibliográficas para o curso de Direito Processual Penal. Por falta de oportunidade, acabei adotando outro autor.

Como nesse ramo do direito, houve muitas mudanças, como no procedimento dos crimes do Tribunal do Juri e da inclusão da videoconferênciana instrução criminal, surgiu, então, a oportunidade de conferir a obra do professor Denilson Feitosa. Precisei estudar essas novidades. Foi uma boa surpresa.

O autor é membro do Ministério Público há vinte e seis anos! Ele realmente é apaixonado pelo que faz, tendo galgado a posição de Procurador de Justiça em Minas Gerais. Inclusive, essa peculiaridade é notável em sua obra porque esclarece muito, não só sobre o direito processual penal, como também sobre a carreira de promotor de justiça. Eu, muitas vezes, imaginei como seria o trabalho porque a prática é sempre demonstrada ao longo do livro.

À primeira vista, o livro parece muito grosso. Os incautos ficam morrendo de medo de enfrentar as 1154 páginas do mesmo. Contudo, estamos tratando de uma leitura leve e objetiva. Afinal, Denilson pertence a uma nova geração de autores que prefere adotar a simplicidade vocabular, sem perder de vista o viés técnico do direito. Além disso, toda a matéria é apresentada de forma muito atraente.

Gostei de ver a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal e do Superior Tribunal de Justiça bem retratadas em cada capítulo percorrido. Isso sem falar que as principais posições doutrinárias - aquelas divergências que teimam em cair nos concursos - são expostas, sem prejuízo das do autor. Essas últimas são colocadas com muita coragem, sem medo de contrariar a maioria. Muitas vezes, eu concordei com ele (risos). Um exemplo foi quanto à constitucionalidade do art. 164 do CPP.

Achei muito interessante também ver o texto de lei reproduzido ao longo dos capítulos, uma vez que nem todo concurseiro estuda em casa. Com razão, não é nada confortável sair carregando livro e código para estudar no ônibus, no horário de almoço (para quem trabalha), por exemplo. Essa é uma facilidade para quem não pode sair de mala e cuia para estudar.

O índice já me deu a verdadeira noção do quão crítico o livro é, uma vez que serve para o estudo dos concursos, mas também se presta à prática cotidiana e acadêmica. Um exemplo é a parte VI que trata de medidas cautelares pessoais. Ali, ele já deixa transparecer um cunho opinativo quando fala de medidas alternativas e mitigadas.

Chamou-me a atenção a obra fazer sempre um estudo comparativo com o Direito Processual Penal Militar. Quem acompanha meus textos pelo blog sabe o quanto eu aprecio a matéria. Eu simplesmente amei porque a maioria dos doutrinadores não conhece profundamente o assunto, não tratando dele nos seus livros. Por essa razão, foi muito bom ver um conhecedor discorrer sobre os institutos adjetivos militares.

O livro, além de comparar a matéria processual penal com a correspondente militar, também faz um paralelo com o Direito Penal e com o Processo Civil. Isso é muito conveniente.Muitos que se debruçam ao estudo da disciplina não têm facilidade para encarar seus meandros sem ter como ponto de partida uma outra matéria mais conhecida. Ponto para a obra!

Houve dois assuntos que eu achei muito bem abordados que são: sujeitos processuais e atos processuais. Muitos livros de direito processual penal não se aprofundam no tema porque os livros de direito processual civil já o fazem. Entretando, quem não sabe (ou não sabia, como eu), consegue estudar os temas com segurança pelo livro do Denilson Feitosa.

Por fim, o livro examinado serve acadêmicos do curso de Direito, para concurseiros não iniciantes e profissionais já formados. É uma obra que requer uma base mínima, mas não muito complexa porque traz muitos exemplos práticos. Por isso, para visualizá-los com maior adequação, é preciso alguma base. Eu diria que o livro é perfeito para quem deseja a carreira de Promotor de Justiça, pois a leitura nos leva a raciocinar como um membro do Ministério Público.

Resumo da Ópera - Recomendo o uso do livro para estudar para concursos, desde que você não seja um iniciante na luta concurseira. Se você já tiver estudado outros direitos e queira estudar o Direito Processual Penal ou queira ser Promotor de Justiça, esse é o seu livro. Bons estudos!

Raquel Monteiro é uma legítima concurseira carioca.

IMPORTANTE - Os textos publicados nesse blog são de inteira responsabilidade dos seus autores em termos de opiniões expressadas. Além disso, como não contamos com um revisor(a) de textos, também a correção gramatical e ortográfica é de inteira responsabilidade dos mesmos.

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E vocês acham que ficaríamos só nessa resenha?! Estão vocês estão muito enganados. Leia agora uma entrevista exclusiva de Raquel Monteiro com o autor desse ótimo livro, Denilson Feitoza.

Prezado professor, o senhor é um membro atuante do Ministério Público do Estado de Minas Gerais. Construiu um bela carreira. Conte-nos um pouco da sua trajetória de ingresso no parquet e sobre como tornou-se Procurador de Justiça.

Para ingressar no Ministério Público, enfrentei um monte de obstáculos - estava quase sem dinheiro, não tinha livros em geral, morava longe, meu trabalho intensivo competia com as horas de estudo, as contas estavam vencendo (luz, água e por aí vai) etc.

Simplesmente, decidi que me concentraria no concurso e que nada serviria de desculpa para que eu não conquistasse meu lugar.

Não adiantaria ficar lamentando as dificuldades, o mundo, a falta de dinheiro, de tempo, de livros e assim por diante. Ninguém queria saber disso e nem eu.

Decidi enfrentar e vencer, sem deixar que qualquer dúvida penetrasse em meu pensamento e em meu coração.

Pode parecer poético, voluntarista, simplista... Mas foi assim que aconteceu. Não somos seres humanos à toa - somos, antes de mais nada, sobreviventes!

Quanto à minha carreira, sempre tive gosto de enfrentar casos difíceis, que valessem a pena viver, ser útil e demonstrar minha gratidão pela sociedade pagar meu salário. Assim, enfrentei crime organizado no país inteiro, promovi a criação de estabelecimentos apropriados para adolescentes em conflito com a lei, coordenei o planejamento do Ministério Público nas mais variadas áreas (como infância e juventude, criminal, consumidor, meio ambiente, patrimônio público, patrimônio histório, idosos e portadores de deficiência etc.).

Quanto ao cargo de procurador de justiça, que é o topo da carreira no Ministério Público estadual (equivalente aos subprocuradores-gerais dos Ministérios Públicos Federal, do Trabalho e Militar), ocupei-o naturalmente, em razão das promoções na carreira. Infelizamente, a meu ver, é um cargo que necessita de profunda reformulação.

Surpreende-nos muito um profissional, como o senhor, que trabalha em um órgão muito dinâmico como o Ministério Público se interessar pela administração e a filosofia ligadas ao direito. Como surgiu essa vontade de estudar tais campos?

Por um lado, como policial e como promotor de justiça, eu senti a dor do mundo. Na área criminal, estão os fatos e as pessoas que a sociedade e o Estado não querem ver, querem empurrar para debaixo do pano. Nessa área, vemos todo tipo de crueldade e humilhação, como algo naturalmente praticado por juízes, promotores, procuradores, policiais etc.

Nem a testemunha escapa da arrogância das autoridades e seus agentes.

Vemos seres humanos presos em situação semelhante à pior imagem do inferno. Os anos passam e não há mudança significativa, não importa quantas leis sejam feitas ou quantos discursos políticos façam promessas.

Inevitalmente, fui levado à filosofia, como forma de dar conta dessa realidade tão cruel, onde há tanta gente que sequer tem consciência da realidade em que está inserido, bem como desenvolver "ferramentas" teóricas para promover mudança ou, na pior hipótese, para apaziguar meu coração.

Se combati "crime organizado" por tanto tempo, chegando a ser o secretário-geral do Grupo Nacional de Combate às Organizações Criminosas (GNCOC), não sou, propriamente, "bonzinho", nem abolicionista penal - sei que sou e tenho a responsabilidade de ser um "guerreiro social", é meu dever proteger a sociedade. Mas nunca perdi a sensibilidade e sempre procurei ver, por trás de qualquer aparência ou rótulo, um ser humano.

A visão de promotores de justiça, procuradores da República e procuradores do trabalho atuando de forma inteiramente "independente" é bastante ultrapassada. O desafio, hoje, não é mais ser independente, mas saber atuar de forma interdependente, coordenada.

O membro do Ministério Público que atua de forma isolada, satisfaz mais ao seu ego individualista do que aos anseios da sociedade.

A atuação sistêmica e de longo prazo é essencial para produzir mudanças significativas, eficientes e efetivas na realidade social.

Desse modo, meu interesse pela administração foi inevitável. Estudei muito planejamento, administração estratégica e outros temas relacionados à gestão e à administração em geral. Acabei exercendo, por quase quatro anos, a função de coordenador de planejamento institucional do Ministério Público de Minas Gerais, onde pude promover e realizar projetos maravilhosos, de grande impacto social.

Hoje há uma verdadeira expansão da educação à distância. No passado, tudo começou com o estudo por correspondência e hoje há inúmeras possibilidades nesse campo. Como o senhor vê esse panorama?

Penso que a educação à distância é fundamental em um país de dimensões continentais como o Brasil.

Todos os países ricos do mundo, como Reino Unido, Alemanha, Estados Unidos, França, Canadá etc., já possuem educação à distância do mais alto, que em nada devem à educação presencial em termos de qualidade.

No Brasil, por falta de política pública adequada, tínhamos, basicamente, cursos por correspondência, que eram, indevidamente, vistos com grande preconceito pela sociedade.

Nos últimos dez anos, a educação à distância deu um salto no Brasil e já cursos de graduação e pós-graduação nessa modalidade.

A educação à distância exige uma pedagogia específica, não podendo ser mera repetição do que se faz em cursos presenciais.

Enfim, acredito que a educação distância possibilita a igualdade material de oportunidades.

Como o senhor trabalha muito diretamente com a área criminal e, como se percebe em sua obra, também com a criminalidade militar dos estados, poderia dizer suas impressões a respeito do seu trabalho? Afinal, muitos graduandos e concursandos flertam com esse ramo do direito.

Na área criminal, podemos ser levados ao limite da banalização da violência, da insensibilidade diante do sofrimento humano, ou podemos aceitar o desafio de compreender e mudar o lado mais oculto e cruel da sociedade.

Para finalizar, que mensagem o senhor deixaria àqueles que gostariam de trabalhar no Ministério Público ou na área criminal, em geral?

Endureça, mas jamais perca a ternura.

Passar em um concurso público como o do Ministério Público ou atuar na área criminal exigem que você "endureça", se fortaleça, aprenda a lidar com suas próprias fraquezas (dúvidas, medos, preconceitos, cansaço), mas sempre tenha em vista que tudo isso - seu trabalho, seu estudo, o direito - tem por finalidade seres humanos concretos, "de carne e osso", que possuem desejos, coração, sentimentos, necessidade de reconhecimento, necessidade de ser útil. Nunca se perca no processo. Permaneça um ser humano.

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Para facilitar sua vida, já que sabemos que grana de concurseiro é para lá de contada e que bons livros para estudar para concursos públicos sofrem uma variação de preço muito grande dependendo de onde são vendidos, sugerimos dois lugares para você comprar esses livros.

Um deles é através loja virtual da própria editora (clique na imagem abaixo):



E outro é na excelente livraria especializada em concursos públicos e livros jurídicosÚltima Instância, que agora é parceira do blog (clique nas imagens abaixo):


Dicas do que estudar na semana da prova



No videocast de hoje dou algumas dicas sobre o que estudar na semana que antecede a uma prova de concurso, dúvida geral de muitos concurseiros.

Notem que há por aí várias "teorias" de que estudar normalmente nos dias que antecedem a prova irá prejudicar o concurseiros, causando efeitos tanto desagradáveis com indesejáveis, que vão desde insônia até altíssimo potencial de "branco total" na hora da prova. Para início de conversa essas teorias são totalmente FURADAS, sem cabimento, puras bobagens.

Como agir na semana que antecede a uma prova é simples, revisar o que pode e deve ser revisado ou então, se o edital não foi todo estudado até então, fazer um estudo estratégico. Assistam ao videocast que falo especificamente desse tópico.

Claro que nessa semana final não rola querer dobrar a carga de estudo, dormir menos e tal. Não, gente, isso é suicídio. Estude normalmente, durma uma hora a mais do que o normal para descansar o cérebro, alimente-se mais leve e evite bebidas alcoólicas. Semana anterior a uma prova é semana para estudar, sim, mas ir mais "na maciota", não forçar o organismo e o cérebro.

Agora, no dia anterior à prova tudo vai depender do concurseiro. Eu, por exemplo, estudo metade do dia, a outra metade descanso fazendo algo que me distraia. Tem gente que estuda normalmente. Outros já preferem não estudar nada e somente descansar. Qual a melhor receita? Aquela a qual você mais se adequar, a que for melhor para você.

Resumo da ópera - Concurseiros precisam de estratégia até na hora de decidir como será a semana antes da prova. Sem estratégia, meus amigos, damos chance para que imprevistos venham a acontecer, corremos o risco de tomar o pior caminho, coisas que devemos evitar ao máximo.

Charles Dias é o Concurseiro Solitário.

IMPORTANTE - Os textos publicados nesse blog são de inteira responsabilidade dos seus autores em termos de opiniões expressadas. Além disso, como não contamos com um revisor(a) de textos, também a correção gramatical e ortográfica é de inteira responsabilidade dos mesmos.

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Somos todos diferentes

Desde sexta-feira estava pensando em como complementar o poema da Raquel Monteiro publicado ontem aqui no blog, mostrando o "lado escuro da lua", ou seja, o contrário do que ela mostrou em seus belos versos, que nós, concurseiros, também somos diferentes uns dos outros.

Hoje abri o blog e graças a um post no shoutbox feito por um leitor, descobri como tocar nesse assunto. Ele postou um trecho da letra da música "Ninguém" da banda sucesso no início dos anos 90 Engenheiros do Havaí:

"Há tantos quadros na parede
há tantas formas de se ver o mesmo quadro
há tanta gente pelas ruas
há tantas ruas e nenhuma é igual a outra."

Sim, lutamos na mesma guerra tendo como objetivo sermos empossados em um bom cargo público, só que isso não quer dizer que somos todos iguais em todos os pontos, que lutamos iguais, que sofremos iguais.

Não sou muito afeito a generalizações justamente por conta da diversidade de realidades em qualquer situação, ainda mais quando o assunto é estudar para concursos públicos. É falso afirmar que "concurseiro que estuda dez horas por dia é concurseiro sério", afinal de contas não adianta nada estudar longas jornadas de forma errada e/ou como material de estudo errado. Também é falso afirmar que "quem estudar apenas algumas horas por dia não tem chance de passar em bons concursos públicos", já que se o concurseiro estudar de forma otimizada, com técnica, de forma orientada e com o melhor material disponível, terá chances, sim, chances muito boas de abocanhar boas vagas e concursos concorridos.

É sabido que diferentes pessoas reagem de forma diversa a diferentes métodos e materiais de estudo. Um livro que é fácil de entender e estudar para algum, se mostrará para lá de confuso para outros. Estudar a noite para alguns é a melhor hora do dia para aprender e memorizar, enquanto para outros é o inferno na terra.

E qual a moral de toda essa falação? Simples, há por aí muito concurseiros, mas muitos mesmo, que simplesmente não consideram essas diferenças inerentes e achando que somos todos iguais em tudo, se obrigam a estudar por livros com o qual não se adaptam, em horários que não são os melhores para si, insistindo em lançar mão de técnicas de estudo com a qual não se dão bem. Parou geral, galera, as coisas não são assim. Carros são todos iguais em termos genéricos, são máquinas de quatro rodas e motor à combustão que nos levam daqui para ali, mas isso não quer dizer que dá para rodar tranquilamente com uma Mercedes usando nela rodas de Fiat Palio.

Resumo da ópera - Enfim, somos todos iguais, enquanto somos todos diferentes ... pensem nisso.

Charles Dias é o Concurseiro Solitário.

IMPORTANTE - Os textos publicados nesse blog são de inteira responsabilidade dos seus autores em termos de opiniões expressadas. Além disso, como não contamos com um revisor(a) de textos, também a correção gramatical e ortográfica é de inteira responsabilidade dos mesmos.

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Somos todos iguais


"Somos todos iguais"

Dizem que somos loucos
Deve ser porque estudamos tanto assim
Nem sei porquê: alguns têm inveja de mim
Somos humanos
Nos cansamos
Nos sentimos insanos

Precisamos de mais horas
Precisamos de muitos dias
Necessitamos de mais energia
Queremos muito mais

Que tal "encomendar" uma coluna nova no Ebay?
A minha está doendo
Preciso me esticar
Estou me levantando
Ahhh, saí da cadeira
A mente está fervendo
Como diz o Gabriel, quem mandou eu pensar?

Somos todos concurseiros e estamos aqui de passagem
O tempo está passando, a vontade aumentando...e eu pedindo passagem
Vontade enorme de me realizar

Está um tremendo calor. Como diz o Chico, deu pane no ventilador
Serei forte, não vou desistir. Ah, não vou, não
O sucesso está lá me esperando. O tempo vai passando. Vou até lá ver como é
Parece que vou gostar
Lá eu vou ficar.

Resumo da Ópera - Somos todos iguais.

Raquel Monteiro é uma legítima concurseira carioca.

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Entre a Cruz e a Espada – Parte II

Por motivos de espaço, conclui que este assunto era extenso demais para tratar em somente um artigo. Hoje, vamos discutir uma última entidade que tem sido o palco de divergências incríveis dentre os nossos Tribunais pátrios: o direito de estabilidade ou não do empregado público dos Conselhos de Fiscalização Profissionais (CREA, CROSP, CRF, CRFo, etc.).

A questão que aqui se coloca para reflexão já é há muito tempo verdadeira discussão de “sexo dos anjos”, tanto na doutrina, quanto em nossos julgados. Prova disso é que há muitas definições diferentes sobre o que seriam os Conselhos de Fiscalização Profissional (alguns dizem que são autarquias corporativas, outros dizem que são autarquias “sui generis, ou seja, sem uma classificação certa; por fim, outros dizem que são simplesmente associações profissionais privadas; já a Ordem dos Advogados do Brasil, o Supremo Tribunal Federal firmou seu entendimento no sentido de considerá-la um serviço público independente. Para quem tiver curiosidade: http://www.stf.jus.br/portal/jurisprudencia/listarJurisprudencia.asp?s1=(3026.NUME.%20OU%203026.ACMS.)&base=baseAcordaos).

Não entrando no mérito das variadas divergências doutrinárias sobre a natureza jurídica destas autarquias corporativas de fiscalizações das profissões liberais, o que o nosso Tribunal Superior do Trabalho e o Supremo Tribunal Federal entendem sobre este assunto?

Bom colegas, não é nada animador o que estes dois Tribunais Superiores entendem sobre o assunto.

O Tribunal Superior do Trabalho, na decisão do Agravo de Instrumento em Recurso de Revista nº. 124/2003-033-01-40, julgado em 25/07/2007, transcrevendo uma decisão do Supremo Tribunal Federal, na Ação Direta de Inconstitucionalidade nº. 1717, entendeu que:

“Embora intitulados como entidade autárquica, os Conselhos Regionais destinados à fiscalização dos profissionais a eles vinculados, não se inserem no âmbito da Administração Pública direta ou indireta. Trata-se de entes paraestatais, com situação especial em relação aos empregados por eles contratados, os quais não são alcançados pelas normas que disciplinam as relações dos servidores públicos, a teor do §3º do artigo 58 da Lei nº 9.649/98 (grifei).

Neste mesmo sentido:

“ESTABILIDADE. ARTIGO 19 DO ADCT. CONSELHO DE FISCALIZAÇÃO PROFISSIONAL. ESPÓLIO. REINTEGRAÇÃO. ESPÓLIO. IMPOSSIBILIDADE JURÍDICA DO PEDIDO. Os conselhos de fiscalização profissional são pessoas jurídicas dotadas de personalidade jurídica de Direito Público que, não obstante detenham a titularidade e responsabilidade pela execução de serviços públicos, não são destinatárias do mesmo regime jurídico das autarquias típicas. Beneficiam-se, tão-somente, das vantagens estipuladas nas leis que as instituíram ou daquelas reputadas indispensáveis à consecução de seus fins. Assim, aos empregados de tais Conselhos não se reconhece a estabilidade do artigo 19 do ADCT da CF/88.” (Tribunal Superior do Trabalho, no RR 541.850/1999 – 1ª Turma – Relator Ministro João Oreste Dalazen – in DJ 6.5.2005. Negrito nosso).

Veja-se ainda:

“Agravo de Instrumento nº 322.528-2 em Agravo Regimental (SP) – Relator Ministro Cezar Peluso, in DJU de 03.09.2004: (...)

2. RECURSO Extraordinário. Inadmissibilidade. Servidor público em sentido estrito. Não caracterização. Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia. Natureza Jurídica. Autarquia Especial. Inaplicabilidade das normas de pessoal das autarquias federais. Estabilidade negada. Artigo 19 do ADCT. Aplicação de norma subalterna (artigo 1º do Dec.-lei nº 969/69).” (Negrito nosso.).”

Isso nada mais quer dizer do que estes dois Tribunais, em harmonia, afirmando que o empregado público dos Conselhos de Fiscalização dos Profissionais Liberais não detém a estabilidade prevista no art. 41, da Constituição Federal, podendo ser demitido SEM JUSTA causa a todo e qualquer momento, onde só poderá lutar pelos seus direitos perante a Justiça do Trabalho e de acordo com a CLT.

Agora só para que vocês leitores tenham uma idéia da divergência e discussão que ainda haverá sobre esse assunto, leiam a matéria sobre a decisão do Tribunal Regional do Trabalho de Minas Gerais, onde a magistrada daquele processo entende que os empregados públicos dos Conselhos de Fiscalização dos Profissionais Liberais têm direito à estabilidade e estágio probatório: http://www.jusbrasil.com.br/noticias/1885818/empregado-de-conselho-profissional-tem-direito-a-estabilidade

Resumo da ópera - Há muito pano para a manga ainda. Essa discussão vai longe. Podemos ficar na torcida de que algum dia o Supremo Tribunal Federal modifique seu entendimento, passando a conceder estabilidade e o estágio probatório para os empregados dos Conselhos de Fiscalização das Profissões.

Para um estudo aprofundado do tema, excelente parecer disponível em:


Jerry Lima, um Concurseiro Profissional.

IMPORTANTE - Os textos publicados nesse blog são de inteira responsabilidade dos seus autores em termos de opiniões expressadas. Além disso, como não contamos com um revisor(a) de textos, também a correção gramatical e ortográfica é de inteira responsabilidade dos mesmos.

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Quando a bateria esgota


Desde novembro do ano passado venho estudando para o concurso do Banco Central, com prova marcada para domingo da semana que vem (último dia do mês de janeiro). Essa será uma daquelas provas cabeludas, tenho certeza, além disso o nível da concorrência real (do pessoal que realmente está estudando sério para esse concurso) será de respeito, o que somado ao programa de matérias para lá de extenso e generoso, não dá espaço para brincadeira.

Pois bem, desde o início da semana passada venho notando o cansaço chegando de mansinho, marcado por uma leve queda no rendimento dos estudos. Para reverter a situação modifiquei meu planejamento de estudos de forma a tornar a jornada diária o menos cansativa possível. Por algum tempo essa estratégia deu certo, até que anteontem o bicho pegou quando uma onda de cansaço acumulado deu-me uma boa rasteira e me levou ao chão. Acordei não muito legal, corpo ruim como se estivesse resfriado, estômago meio embrulhado. Ao longo do dia a coisa foi piorando. "Putz, resfriado bravo nessa altura do campeonato é brincadeira de mau gosto", pensei. E o sono, então? Parecia que não dormia fazia uma semana. No final do dia não restavam mais dúvidas, a causa daqueles sintomas não era gripe ou qualquer outra virose, era cansaço mesmo, na sua mais pura forma.

Ontem foi dia de folga. Dormi até bem mais tarde que de costume. Assisti a meia dúzia de seriados e filmes ao longo do dia. Fui a vários lugares que tinha de ir. Não reclamei de ir ao banco pagar uma conta para minha mãe e ficar 45 minutos na fila lendo alguns capítulos de "O Símbolo Perdido" de Dan Brown. Cochilei a tarde. Ou seja, foi dia de nem pensar em estudos, folga total, um dia em que esqueci-me propositalmente que sou concurseiro com prova marcada para o final de semana que vem.

Loucura fazer algo assim nessa altura do campeonato? Nada disso. Hoje acordei como se nada tivesse acontecido anteontem. Corpo ótimo, sem cansaço, disposição total para estudar com qualidade.

Digo que a totalidade dos concurseiros que estudam sério já experimentaram, experimentam ou experimentarão a situação que descrivi algumas vezes ao logo de sua jornada de estudos até a posse no cargo público que têm como objetivo final. O cansaço faz parte dessa luta, isso é um fato inegável. Não há concurseiro imune ao cansaço, há, sim, concurseiros que fecham os olhos para ele e pagam um preço caro por isso.

É mais ou menos como fazer uma longa viagem de automóvel e lá pelas tantas acontece algum problema que faz o danado superaquecer. Quando isso acontece deve-se, imediatamente parar para deixar o motor esfriar. Continuar a dirigir nessa situação significará seguir em direção a um fim inevitável, fundir o motor e não poder, então, viajar mais.

Resumo da ópera - Muitos concurseiros simplesmente ignoram os avisos que seus organismos dão e ao fazer isso colocam em risco não somente sua capacidade de estudar com qualidade, mas sua saúde como um todo, o que é algo muito mais preciso que qualquer cargo público que possa existir. Saber quando tirar um dia de folga não programado para "deixar o motor esfriar" deve fazer parte da estratégia do concurseiro sério.

Charles Dias é o Concurseiro Solitário.

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Gol contra

Anteontem escrevi um artigo no blog sobre como muitas vezes a família do concurseiro atrapalha seus estudos com críticas e cobranças. Pois bem, uma concurseira enviou então uma questão sobre o assunto que é muito pertinente e afeta todos os concurseiros, uma hora ou outra, com maior ou menor intensidade. Vejamos.

"O que devemos fazer quando a cobrança por não trabalhar é nossa? Minha família me incentiva totalmente, mas eu me cobro demais, me sinto angustiada."

Olha, gente, realmente não conheço concurseiro que já não se cobrou por estar estudando ao invés de estar trabalhando, de demorar para passar e ser empossado, de demorar para aprender as matérias, de demorar para ir super bem nas provas. O pior é que em grande parte das vezes essa cobrança parte do inconsciente, ou seja, surgem do nada sem que possamos controlar seus efeitos ou duração.

Entendo que há um componente social nessa questão. Crescemos aprendendo e acreditando que ao sair da faculdade (ou do nível médio) devemos começar a trabalhar, a consumir, devemos casar, formar uma família. Nossos pais nos ensinaram isso, assim como nossos professores, afinal de contas, essa era a ordem natural das coisas da época em que eles eram jovens. Só que com os choques do petróleo na década de 70 e início da década de 80, a globalização dos anos 80 e 90, as coisas mudaram muito, muito mesmo. Hoje há mais gente e menos empregos, aumentou a instabiliadade no emprego, o mundo anda mais rápido, as coisas mudam de uma hora para outra, e nesse novo cenário estudar, estudar e estudar se tornou muito mais premente.

Notem que até 2003, por aí, trabalhar no serviço público não era nada interessante. As remunerações eram muito mais baixas que as oferecidas pela iniciativa privada, não havia valorização dos servidores públicos. Eu mesmo tremia com a idéia de ter de "apelar" para a carreira pública como meu pai insistia que eu fizesse, cosumava dizer, pensar e acreditar indignado que "não ralei tanto para fazer uma ótima faculdade para me tornar servidor público". Hoje o jogo mudou, serviço público paga muito melhor que iniciativa privada, oferece estabilidade, e há o status de ser servidor público, que com a dificuldade de passar nos concursos, dá aos novos servidores uma aura de "eu consegui vencer essa guerra".

O problema é que muitas vezes argumentos racionais não são suficiente para vencer crenças irracionais que foram plantadas em nossas mentes desde que éramos pequenos.

Além desse fator irracional, há também fatores racionais. Quem gosta de estar fora do "oba oba" do consumismo? Quem não trabalha não ganha salário e, portanto, não pode comprar, não pode viajar, não pode gastar. Isso pega, é difícil. Além disso, vemos amigos e parentes construindo uma vida, casando, tendo filhos, comprando apartamento, formando seus próprios lares. Tudo isso pega muito, a tal da "sensação da vida em pause" é muito difícil de lidar de vez em quando. Isso tudo contribui para essa auto-cobrança um tanto irracional, mas que existe e nos afeta.

É mais ou menos como no futebol, de vez em quando por menos que se queira que isso aconteça, acaba-se fazendo gol contra. Algumas vezes esse gol contra acontece por acidente, outras vezes por algum irracional erro de percepção do jogador. Quando acontece vem o choque, o balde de água fria, a tristeza, o desespero. Só que o jogo continua, o tempo continua correndo, e apesar de ter dado um ponto para o adversário, o jogador que fez o gol contra tem de continuar lutando, ainda com mais intensidade para compensar a tranqueira que fez.

Resumo da ópera - Faz tempo que cheguei a conclusão de que estudar sério para concursos públicos é também lutar contra adversidade, sejam materiais, psicológicas, motivacionais ou o que mais apareça para o caminho, muitas reais, outras imaginárias, mas que têm de ser combatidas a todo custo e com o máximo de eficiência, sob o risco de tornar pesadelos em realidade.

Charles Dias é o Concurseiro Solitário.

IMPORTANTE - Os textos publicados nesse blog são de inteira responsabilidade dos seus autores em termos de opiniões expressadas. Além disso, como não contamos com um revisor(a) de textos, também a correção gramatical e ortográfica é de inteira responsabilidade dos mesmos.



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RESENHA - "Direito Processual Civil"



A resenha dessa semana fica por conta de Jerry Lima, concurseiro paulista que já obteve ótimas classificações para o cargo de advogado em diversos concursos públicos, aguarda nomeação e, enquanto isso, se prepara para sua próxima grande batalha na guerra dos concursos públicos, as provas para a magistratura.



Autor: Edward Carlyle Silva
Edição: 2ª - Agosto/2008
N° de Páginas: 611
Editora: Ímpetus (Niterói, RJ)
ISBN: 978-85-7626-306-7

O livro Direito Processual Civil, de Edward Carlyle Silva é um verdadeiro manual de processo civil, onde o Autor, seguindo a sistemática do Código de Processo Civil, aborda todas as matérias referentes ao ramo trazido à discussão.

O Autor é atualmente juiz federal, sendo que já foi membro do Ministério Público Estadual. É professor universitário de Direito Processual Civil, Mestre em Direito Processual e Professor de Curso Preparatório para Concursos. Além da presente obra, já escreveu “Conexão de Causas”, da Editora RT.

A obra é bem dividida, delineando o Mestre os assuntos mais relevantes de forma organizada e tendente a facilitar o estudo do leitor. O jurista tem o cuidado de separar os capítulos de forma diminuta para que a leitura não se torne cansativa demais e, também, para que o leitor não perca o raciocínio sobre o assunto. Suas quase 590 páginas de puro conteúdo são de fácil e rápida leitura. O material empregado na produção do livro, ou seja, as folhas utilizadas e a capa, são de boa qualidade. Além de as letras serem impressas sem falhas e ser de fácil manuseio, o livro contém aquela fita fina de tecido que ajuda a marcar a página.

Edward também traz em sua obra 50 questões de vários concursos sobre as matérias debatidas no livro e o gabarito, a fim de que o leitor possa fixar cada vez mais a disciplina de direito processual civil.

A obra é muito didática, esgotando praticamente todos os assuntos sobre a matéria discutida. Todavia, não é somente a compilação dos assuntos mais pertinentes em processo civil.

O Autor teve o cuidado de trazer aos assuntos em que há divergências as posições dominantes da doutrina e, em outros casos, além do pensamento dos juristas, transcreve a situação da jurisprudência, inclusive pertinente ao STJ e ao STF.

Para auxiliar o leitor, de maneira reiterada há transcrições literais da letra da lei, para facilitar a leitura e o entendimento, a fim de que não precise abrir o código diversas vezes.

Algo que me chamou muito a atenção e, tendo em vista ter a obra um caráter de resumo da matéria processual civil em razão da sua extensão, foi a maneira que o Mestre enfrenta os assuntos do livro. Ao contrário de muitos compêndios de processo civil, onde o jurista se perde em páginas e páginas discutindo o porquê de os tribunais ou a própria doutrina entender tal situação dessa maneira, Edward simplesmente resolve o problema inserindo as correntes que são preponderantes e, geralmente, expressando a sua opinião também sobre o assunto, equilibrando perfeitamente a quantidade de páginas entre os assuntos, nada deixando a desejar.

Isso é de grande valia para o concurseiro, pois como o tempo de muitos é exíguo e, o Autor, sendo professor de cursos preparatórios para concursos ciente de tal situação, coloca a questão da maneira o mais simples possível, porém com muita propriedade, fechando o assunto com as posições dominantes.

Diferentemente dos demais manuais de processo civil, o jurista enfrenta questões que atormentam por demais os concurseiros; aborda com precisão e maestria o capítulo sobre ação rescisória, delineando sobre sua natureza, quando é cabível e seu procedimento, por exemplo.

Em outro momento, discorre sobre o dificultoso tema da coisa julgada, seus efeitos e sua aplicação, tanto nas ações individuais, quanto nas ações coletivas.

Pincela de maneira didática sobre as ações cautelares, introduzindo o leitor, da mesma maneira, no tormentoso processo de execução, o qual sofreu modificações legislativas as quais o Autor não deixa a desejar.

Dos assuntos corriqueiros em processo civil (procedimentos, ação, jurisdição, competência, condições da ação, elementos da ação, intervenção de terceiros e outros), o doutrinador discute, utilizando-se algumas vezes de gráficos e tabelas, para auxiliar o leitor e facilitá-lo a gravar as correntes de cada pensador, o que ocorre, por exemplo, quando o Mestre descreve sobre pressupostos processuais: tem o cuidado de colocar em uma tabela o que cada jurista pensa sobre o assunto.

Em que pese a obra ser uma espécie de um manual de processo civil, não se aprofundando em todos os assuntos, o livro é imprescindível para aqueles que, em vésperas de provas, queiram lembrar assuntos pertinentes, com facilidade e de forma didática, para que não precisem pesquisar cansativamente em compêndios e volumes infindáveis de direito processual civil.


Resumo da ópera - O livro do professor e juiz federal Edward Carlyle é sem dúvida uma excelente doutrina que auxiliará o candidato a concursos públicos, principalmente aqueles que almejam os certames para cargos de nível superior. Porém, nada impede que a obra seja utilizada, também, para aqueles cursos de nível médio em virtude de, como já dito, ser um livro extremamente didático; da mesma forma é útil para ser usado no dia-a-dia dos profissionais do Direito.

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E vocês acham que ficaríamos só nessa resenha?! Então conheçam mais algumas impressores de Jerry Lima sobre esse livro assistindo a esse videocast exclusivo dele, o primeiro para o blog.



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Para facilitar sua vida, já que sabemos que grana de concurseiro é para lá de contada e que bons livros para estudar para concursos públicos sofrem uma variação de preço muito grande dependendo de onde são vendidos, sugerimos dois lugares para você comprar esses livros.

Um deles é através loja virtual
da própria editora (clique na imagem abaixo):



E outro é na excelente livraria especializada em concursos públicos e livros jurídicos Última Instância, que agora é parceira do blog (clique nas imagens abaixo):




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